quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Hoje tem Tiririca? Tem sim, Senhor! Eleições legislativas e política cultural Flavio Aniceto

Hoje tem Tiririca? Tem sim, Senhor!

Eleições legislativas e política cultural

Flavio Aniceto

Causou furor a eleição do ator Francisco Everardo para a Câmara dos Deputados pelo desenvolvido, industrializado e cosmopolita Estado de São Paulo. Sim, Francisco é um ator, cujo personagem de mais sucesso e visibilidade é o palhaço Tiririca. Com este personagem, lançou-se à vaga, ganhou tempo de TV, apoio do partido e 1.300.000 votos. Vergonha, achincalhe, etc. e tal, foi o mínimo que se ouviu e leu. A nova é que Francisco “Tiririca” seria analfabeto e portanto inelegível. Tapetão? Ocorre que historicamente, com exceções claras e honrosas, foram os letrados, bem-nascidos e outros que provocaram vergonha na sociedade. Não falo como moralista, nada disso, mas os advogados, juízes, professores, médicos e até sindicalistas, chegando ao parlamento ocuparam-se de interesses de corporações poderosas em detrimento da maioria da sociedade.

Francisco à paisana ou como clown terá algum destaque em Brasília? Provavelmente não. Mas vamos aproveitar o fato para pensar em outros artistas e pessoas da área cultural e a relação destes com as questões de políticas culturais nos parlamentos que os abrigaram. Tiririca, pode ser semi-analfabeto, possivelmente o é, mas quantos intelectuais e artistas, nas câmaras e assembléias Brasil adentro não se mostraram analfabetos funcionais em relação à política cultural ? Prevaleceu, em seus mandatos, o atendimento de balcão, o usar o legislativo para pressionar – no melhor sentido – governos e empresários em apoio para projetos artísticos individuais ou semi-coletivos.

Devem existir exceções, mas a maior parte dos casos conhecidos, ao menos, tendo o Rio “Capital Cultural” como área de observação, foi de inanição e imobilismo dos parlamentares “da cultura” em relação a uma visão estratégica para o setor. Eventualmente defenderam causas legais e cidadãs? Não tenho a menor dúvida. Mas qual a contribuição para uma política permanente para a cultura? Tiriricas...

Aqui na Câmara do Rio, tivemos, citando só nomes recentes (anos 1990): Ruça, produtora cultural e ex-presidente da Escola de Samba Vila Isabel e Francisco Milani, ator, ambos eleitos em 1988, pelo outrora poderoso e cult PCB, e posteriormente o mestre Augusto Boal, teatrólogo e Antonio Pitanga, ator, eleitos em 1992, pelo – na época queridinho das “estrelas” - PT. Algumas legislaturas depois, 2002, acho, elegeu-se para a vereança carioca Stepan Nercessian, então presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos/RJ. Este último agora eleito deputado federal, pelo PPS.

No período Ruça/Milani vivíamos os complicados anos Sarney, Collor e Itamar, o primeiro, pioneiro nas leis de incentivo (cancros que dominam a área cultural até hoje), o segundo conhecido por extinguir as principais instituições de formulação cultural e o terceiro herdeiro em duplo sentido das duas formas. Itamar retomou em seu mandato-tampão as instituições, mas manteve a lógica das leis. E Boal/Pitanga, já eleitos nos anos Itamar e fechando os mandatos no período FHC, com o ministro da Cultura Weffort, radical em concentrar a política cultural nas leis de incentivo.
Evidente que estamos falando de vereadores do Rio e localizando o período na área federal de cultura. Parece uma contradição. Mas partimos do princípio de que as políticas de nível nacional, em quase todas as áreas – na cultura também – inspiram o nível municipal e estadual.

Ruça, Milani, Boal e Pitanga, nos enchem de orgulho, com suas trajetórias profissionais e os mandatos de vereador voltados para a cidadania e justiça social. Infelizmente Milani e Boal já não estão mais entre nós. Mas provavelmente, aos que se interessarem por uma pesquisa da ação legislativa não verão proposições mais gerais sobre cultura e política cultural. Boal adaptou a sua vitoriosa experiência estética e política com o Teatro do Oprimido, para o Teatro Legislativo... Pitanga fez o “Barracão Cultural”. Mas foi pouco e como já dissemos, o período político nacional não apontava para uma visão estratégica, e neste sentido, a produção legislativa também não.

Stepan, já no profícuo período Lula/Gil/Juca Ferreira, nem foi proponente de questões novas – ao menos que tenhamos conhecimento - , assim como não se movimentou em direção a discussão farta e presente no período sobre políticas culturais.

O único projeto estruturante para a cultura, veio do engenheiro Eliomar Coelho, eleito nos anos 1990 pelo PT e atualmente no PSOL, de criação do Conselho Municipal de Cultura. Apresentado em 1991, aprovado quase 20 anos depois, vetado pelo ex-prefeito Cesar Maia e parcialmente aproveitado pelo atual prefeito Eduardo Paes na gestão da ex-secretária de Cultura e deputada eleita, Jandira Feghali, do PC do B.

Ruça, Milani e Eliomar (em sua primeira fase) foram companheiros de Sergio Cabral, jornalista, pesquisador de MPB e produtor cultural, Edson Santos, militante de movimentos sociais e do movimento negro (anos mais tarde, deputado e Ministro da Igualdade Racial), Chico Alencar, professor e atuante também na área cultural (hoje também deputado federal pelo PSOL). Neste mesmo período, a atriz Neuza Amaral foi vereadora e outra veterana atriz, Dayse Lúcide, atualmente fazendo muito sucesso na TV Globo foi deputada estadual por alguns mandatos pelo RJ. Então vejamos que com todos estes quadros político-culturais, não existia na época uma concepção clara de política estruturante para a cultura. Não estavam nas pautas municipais, estaduais e federais.

O ator Stepan Nercessian, deputado pelo PPS/RJ, estará em Brasília a partir de 2011. Provavelmente outros nomes da cultura, das artes e da sociedade estarão eleitos, mas não serão cobrados como o ator Francisco Tiririca. O Plano Nacional de Cultura, o Sistema Nacional de Cultura, a PEC da vinculação orçamentária (2% do orçamento federal para o setor), a nova lei de incentivo PROCULTURA e outros temas estarão tramitando ainda em 2011, pois a morosidade legislativa e o desinteresse político perduram. Muitos deputados que não são especialmente da área cultural contribuíram e contribuirão para o andamento destes projetos.

Agora comprovado que é alfabetizado, sendo diplomado e empossado Tiririca terá que aprender que em Brasília se votam projetos para toda a sociedade, inclusive para os atores, os palhaços, os cantores, os bailarinos, os animadores culturais, os produtores culturais e muitos outros. Mas não só Tiririca tem muito que aprender...

novidades 11/11/2010

Boletim CPC - Ano V – nº. 74 – 11/11/2010
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Nesta edição:

Políticas públicas:

Plano Nacional de Cultura é aprovado no Senado Federal e vai para sanção *Câmara dos Deputados discute a nova lei de incentivo à cultura (Procultura) *Cacá Diegues escreve sobre o Ministério das Indústrias Criativas * Editais: Capoeira e Projetos culturais em pequenas livrarias * Opinião: Roberta Martins escreve sobre o PIG (o partido da imprensa golpista) * Notas e agenda: Mariana Baltar e amigos, no Semente * O Festival do Cinema Negro no Rio de Janeiro * Semana da Consciência Negra em Petrópolis * Centenário de Nássara, por Luiz Pimentel * Enraizados promove oficinas em cinema, vídeo e outras mídias em Morro Agudo, bairro de Nova Iguaçu * Filme e debate na Escola Técnica Federal de Nilópolis * Curso História e
Cinema no IFCS/UFRJ * Rodas de Cultura Popular em Madureira * Companhia teatral formada por jovens da Maré se apresenta no Teatro Glauce Rocha
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Políticas Culturais:
I: Um Plano para a Cultura: Congresso Nacional aprova diretrizes para política cultural
O Plano Nacional de Cultura (PNC) foi aprovado, por unanimidade, nesta terça-feira, 09/11, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal e segue agora para sanção presidencial. Depois de sua assinatura, o Ministério da Cultura terá 180 dias para definir metas a atingir na implementação do plano.
Demandado pela sociedade por meio da I e II Conferência Nacional de Cultura e em esforço conjunto entre o Ministério da Cultura e o Congresso Nacional, o PNC representa um avanço para a Cultura do país ao definir as diretrizes da política cultural pelos próximos 10 anos.
“A aprovação do Plano Nacional de Cultura é uma vitória muito grande, primeiro, porque institucionaliza os avanços obtidos nos últimos anos pelo governo federal na área da cultura e, depois, porque garante a continuidade das políticas culturais no Brasil”, comemorou o ministro da Cultura, Juca Ferreira.
O que é o Plano Nacional de Cultura?
O Plano Nacional de Cultura (PNC) é o primeiro planejamento de longo prazo do Estado para a área cultural na história do país. Sua elaboração como projeto de lei é obrigatória por determinação da Constituição desde que o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 48, em 2005.
As prioridades e os conceitos trazidos por ele constituem um referencial de compartilhamento de recursos coletivos que norteará as políticas públicas da área num horizonte de dez anos, inclusive com metas.
Seu texto foi aperfeiçoado pela realização de 27 seminários, em cada unidade da federação, resultantes de um acordo entre MinC e Comissão de Educação e Cultura da Câmara.
Os 13 princípios do PNC: Liberdade de expressão, criação e fruição; Diversidade cultura; Respeito aos direitos humanos; Direito de todos à arte e à cultura; Direito à informação, à comunicação e à crítica cultural; Direito à memória e às tradições;Responsabilidade socioambiental; Valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável; Responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais; Colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura; Participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais.
Pelo projeto, o governo federal terá 180 dias para definir metas para atingir esses objetivos, que serão medidas pelo Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), já em implantação no Ministério da Cultura.
Os estados e municípios que quiserem aderir às diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura terão de elaborar seu respectivo plano decenal em até 180 dias. Para isso, contarão com assistência do MinC. O conteúdo será desdobrado, ainda, em planos setoriais.
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II: No mesmo dia da aprovação do Plano, aconteceu no Auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, em Brasília, um Encontro Nacional que debateu a nova Lei do Programa Nacional de Incentivo à Cultura (Procultura), PL 6722/2010, apensado ao PL 1139/2007, que dispõe sobre os critérios de distribuição dos recursos originários da renúncia fiscal.
Link para a íntegra do Procultura, Projeto de Lei nº 6722/2010: http://www.cultura.gov.br/site/2010/02/03/74194/
O Procultura será implementado por meio dos seguintes mecanismos, entre outros:
I – Fundo Nacional da Cultura – FNC;
II – Incentivo Fiscal a Projetos Culturais;
III – Fundo de Investimento Cultural e Artístico – Ficart; e
IV – Vale-Cultura, criado por lei específica.
O encontro visou aprofundar a discussão pública em torno da nova lei de fomento à cultura proposta pelo MinC, que propõe mudanças na Lei Rouanet. Apesar dos benefícios trazidos à produção cultural em seus 18 anos de vigência, a lei demonstrou distorções em seu uso que já são de consenso e precisam ser corrigidas, dentre elas a excessiva concentração em uma só região do país (apenas 2% dos municípios brasileiros são beneficiados) e a falta de participação da iniciativa privada com recursos próprios, pois a maioria dos projetos são aprovados com 100% de isenção fiscal.
A democratização dos recursos da Lei Rouanet e sua redistribuição no território nacional dependem do estabelecimento de um mecanismo de controle social, de uma instância de participação e acompanhamento do governo e da sociedade civil na gestão dos recursos. Para isso a reforma propõe a ampliação do Fundo Nacional de Cultura e seu desmembramento em Fundos Setoriais que possibilitem investimentos nas diversas áreas de produção artística e prevê também a sua articulação com o Sistema Nacional de Cultura, para realizar o repasse de recursos federais para Estados e Municípios.
Em relação à participação da iniciativa privada como investidores em projetos culturais através do mecenato da Lei Rouanet, o Procultura propõe, dentre outras medidas, o escalonamento do percentual de isenção fiscal. Os contribuintes pessoas físicas ou pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão deduzir, do imposto sobre a renda devido, até oitenta por cento dos valores despendidos a título de doações incentivadas.
III: Link para um interessante artigo do cineasta Cacá Diegues, publicado em 06/11/2010 em O Globo, sobre o Ministério da Cultura ser também um ministério das indústrias criativas: http://www.cultura.gov.br/site/2010/11/08/ministerio-das-industrias-criativas/
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Editais:
I: O Grupo de Trabalho Pró-Capoeira-GTPC lança o Prêmio Viva Meu Mestre – Edição 2010.
O Prêmio Viva Meu Mestre tem como objetivo reconhecer e fortalecer a tradição cultural da Capoeira por meio da premiação de Mestres e Mestras de Capoeira, com idade igual ou superior a 55 anos, cuja trajetória de vida tenha contribuído de maneira fundamental para a transmissão e continuidade da Capoeira no Brasil. Mais informações: http://www.cultura.gov.br/site/2010/11/04/edital-premio-viva-meu-mestre-edicao-2010/
II: Edital Procultura para programação cultural de livrarias tem inscrições até o dia 10 de dezembro de 2010.
Esse edital foca a seleção de projetos de iniciativas culturais de livrarias de pequeno e médio porte que busquem desenvolver programações culturais voltadas à promoção do livro, leitura e literatura. O objetivo é fortalecer as livrarias e fomentar a sua atuação como mediadoras e promotoras do livro e da leitura através de seminários, colóquios, saraus literários,encontro com autores, rodas de leitura, contação de histórias, oficinas de produção textual, entre outras dessa natureza. Mais informações em: http://www.cultura.gov.br/site/2010/10/26/edital-procultura-para-programacao-cultural-de-livrarias/ .................................................................................................................................................

Opinião:

‘O PIG alerta: - A aldeia corre perigo!’

Roberta Martins*

Para quem mora no Rio é quase inevitável ler o Jornal O Globo, afinal há poucos jornais em circulação na cidade. Sabidamente, o diário é um exemplar do que alcunhamos como PIG - Partido da Imprensa Golpista, com suas capas tendenciosas, matérias truncadas e opiniões que nada têm de imparciais. O que, aliás, não existe meus caros. Afinal, não há Imprensa sem Opinião, pelo simples fato de que não há palavra, sem significado. E, se leio o jornalão, também, leio seus colunistas e reflito sobre suas opiniões. Um deles, invariavelmente me causa espécie: Merval Pereira.

O colunista, morador das primeiras páginas do diário, em uma de suas colunas, a de 3 de novembro, faz uma análise desse primeiro momento pós-eleição em que se monta a equipe de transição governamental. E ‘mete a colher’, defendendo uma de suas teses preferidas. Cuidado! O PT vai dominar o país com seus quadros, sua militância e seu modo petista de ser hegemonista.

Após a leitura e uma xícara de café, lembrei de um clássico do humor ilustrado: A Cizânia, uma publicação francesa de 1970, dos geniais Uderzo e Goscinny. Para quem não conhece, eles são os criadores do herói Asterix, e suas histórias giram entorno da resistência de uma pequena aldeia gaulesa à invasão romana. No episódio A Cizânia, a história é basicamente essa: Júlio César, o poderoso Imperador, cansado de ver suas tropas derrotadas pela poção mágica dos gauleses, decide utilizar-se de uma arma secreta: Tullius Detritus, o criador de Cizânia. Seu objetivo é destruir a união de Asterix e dos aldeões criando intrigas e infâmias, para assim poder derrotá-los. A estratégia de Detritus passa por valorizar Asterix em detrimento de Abracourcix, e em seguida convencer os gauleses de que o seu herói vendeu a poção mágica aos romanos. Assim, a intriga e a desconfiança começam a minar a unidade da aldeia.
Em suas colunas, o Colunista do Jornal O Globo se assemelha muito a Detritus ao tentar semear a discórdia (às ordens do PIG) através de estratagemas e fazer com que os aliados abandonem a defesa dos interesses da aldeia. Além disso, como um personagem da história, grita e alerta: - A aldeia corre perigo!

Mas, qual o perigo? Contra que é o alerta? A prioridade dada às políticas sociais de integração de milhões de brasileiros pobres? Ao projeto macroeconômico que dá base a estabilidade política? Ao fortalecimento do projeto democrático representado por um processo eleitoral sem violência ou ameaças?

Acredito que o alerta de perigo esteja no modo que Dilma Rousseff marcará seu governo, qual será a sua identidade e o que será a prioridade da agenda governamental possibilitada por uma base parlamentar segura, que possibilitará avançar nas reformas prometidas: a política, a fiscal e a agrária. O perigo, meus caros, na mais é de que sejam resgatados, o perfil original e as propostas do PT. O perigo para o Colunista, representante do PIG é a defesa da Aldeia!

E mais uma vez, relembro a história de Asterix. Para reforçar a unidade da aldeia, depois de algumas arapucas acontece um grande combate entre os romanos e os gauleses. Adivinhem quem sai vitorioso?

* Roberta Martins é da direção do CPC Aracy de Almeida betaneguinha@gmail.com
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Notas:

I: Dica da Diana Aragão:

O grupo Os Sonâmbulos formado pelos cantores e compositores Edu Kneip, Sergio Krakowski e Thiago Amud continuam com suas apresentações no Semente toda terça-feira contando com a luxuosa participação da cantora Mariana Baltar. O show começa às 21h30m e o Semente fica na Rua Joaquim Silva 138, Lapa.

II: O Cinema negro nas salas do Rio

Começou no último dia 08, com a projeção do premiado longa “Bróder” de Jeferson Dê e segue até o dia 14 de novembro, no Rio de Janeiro o IV Encontro de Cinema Negro Brasil, África & Caribe. O evento em sua quarta edição é uma realização do Centro Afro Carioca de Cinema que agrega vários profissionais capitaneados pelo bravo ator e cineasta Zózimo Bubul.

Este ano o homenageado é o Senegal, país localizado a oeste da África, que tem muito a nos ensinar, afinal, investe nas artes e na educação cerca de 40% de seu PIB. E apesar de ser um país de dimensão territorial pequena representa um importante papel no continente africano, o que se reflete na importância de Dakar na diplomacia africana.

A programação do Encontro, contempla produções em curtas, médias e longas-metragens, oficinas e debates envolvendo realizadores de cinema e promotores da cultura de vários países: Brasil, Guadalupe, Haiti, Cuba, Costa do Marfim, África do Sul, Cabo Verde, Senegal e Chade.

Imperdível é a exibição do filme “Um homem que grita”, ganhador do prêmio do júri do 63º Festival de Cannes do diretor Mahamat-Saleh Haroun. Além da qualidade do filme atestado pela conquista do prêmio, destaca-se o fato de que o diretor, ganhador de vários prêmios ao longo de sua trajetória cinematográfica é o único cineasta de longas-metragens do Chade.

Essa é uma boa oportunidade para refletirmos sobre a diáspora negra, a promoção e a produção cultural negra e também sobre nossa identidade, afinal ... Quem não se vê, não se reconhece, quem não se reconhece, não se identifica.
Mais informações, acesse o site: http://afrocariocadecinema.org.br/ ou http://www.encontrodecinemanegro.com.br/
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III: Petrópolis faz a sua Semana da Consciência Negra e tem participação de membros e amigos do CPC

A cidade serrana tem entre os dias 15 e 20/11 a sua semana em torno das homenagens ao herói Zumbi e a toda a cultura afro-brasileira, e nós do CPC teremos uma participação neste processo, uma vez que contribuímos com sugestões e nomes para a organização desta.

Para comemorar o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a
Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis programou diversas atividades, no Centro de
Cultura Raul de Leoni e na Praça da Liberdade. Serão apresentações de danças
, música, teatro, cinema e muito mais, GRATUITAMENTE, para o
público conhecer e se deliciar com a cultura das raízes africanas.

Segue abaixo a programação que nos inclui e informações sobre o todo, em www.petropolis.rj.gov.br

De: 16 a 19/11 – Terça a sexta-feira, às 19h - Semana de Filmes – Consciência Negra
no Cine Humberto Mauro – Centro de Cultura Raul de Leoni

Terça-feira: 16/11 – exibição de Besouro - O Filme - Direção: João Daniel Tikhomiroff, abordando o universo da capoeira através do personagem mítico, seguido de debate com Roberta Martins, membro do CPC Aracy de Almeida.

Quarta-feira: 17/11 – exibição do filme Rap de Saia e Re-Visão – sobre a presença das mulheres no movimento hip-hop, seguido de debate com a diretora do filme, Janaína Oliveira, mais conhecida no meio como Re.Fem (de Revolta Feminina).

Quinta-feira: 18/11- exibição do filme Jongo da Serrinha - Um Tributo ao Mestre Darcy - Direção: Beatriz Paiva, seguido de debate com Lucio Sanfilippo, cantor, jornalista, professor e pesquisador de jongo e outras manifestações da cultura afro-brasileira e membro do CPC Aracy de Almeida.


Sexta-feira: 19/11 – exibição do filme Gisèle Omindarewa - Direção: Clarice Ehlers Peixoto, seguido de debate com Sueli Nascimento, roteirista, montadora e produtora do filme que conta a história da francesa, mulher de diplomata que virou Iyalorixá (Mãe de Santo) em Raiz da Serra, Duque de Caxias.
E finalizando a semana, 20/11 - Sábado, às 11h, na Praça da Liberdade, Homenagem ao herói Zumbi dos Palmares, no busto deste, no meio da praça.
11h30 - Grupo Musical Razões Africanas e Roda de Jongo: Criado pelas cantoras do Jongo da Serrinha, e com a participação de Lucio Sanfilippo com
um repertório composto de afoxés, jongos, sambas, cocos, sembas, maracatus,
canções em línguas africanas, alujás, aguerés, ilus etc., o Razões Africanas
inaugura um marco de referência para a formação da identidade cultural
brasileira.
14h - Grupo Puro Pecado – samba e pagode.
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IV: Centenário do cartunista, caricaturista e compositor Nássara – por Luiz Pimentel

Conhecido também como cartunista e caricaturista de fino traço, Antonio Gabriel Nássara, autor (juntamente com Haroldo Lobo) da imbatível marchinha Alá-lá-ô (ô-ô-ô-ô, mas que calor, ô-ô-ô-ô), nasceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de novembro de 1910. Portanto, este é o ano do seu centenário! Neste ano de tantos centenários na MPB, quase que o seu ficou esquecido (...).

Em homenagem ao centenário do grande Nássara (11/11/2010), enviamos um link de uma artigo de nosso querido Luiz Pimentel, editor da Agenda e da Revista da Música Brasileira, acessem:

http://www.revistamusicabrasileira.com.br/memoria/nassara-o-centenario-e-uma-historinha-de-parceria

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V: O Pontão de Cultura Preto Ghóez Juventude Digital, que é coordenado pelo Movimento Enraizados realiza oficinas em áudio, vídeo, produção gráfica, vídeorreportagem e metareciclagem aos Pontos de Cultura do estado do Rio de Janeiro e demais interessados na área.

Já são seis meses de projeto funcionando com mais de 30 instituições atendidas – entre Pontos de Cultura e Organizações Locais, tendo participado mais de 130 pessoas durante o período.

Esse mês de novembro abrem novas turmas de oficinas gratuitas. Mais informações no site: http://www.enraizados.org.br/pontao
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VI: Nosso amigo produtor cultural Ricardo de Moraes, convida para a Exibição do vídeo: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AGENDA 21 ESCOLAR - Construindo o espaço da cidadania, Direção e roteiro: Jacqueline Bento e Produção do próprio Ricardo de Moraes em uma realização: Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnologia - Campus Nilópolis – Rio de Janeiro /Apoio: TV CEFET/RJ. Após a exibição acontecerá o debate: Transversalidade, uso de novas mídias e ensino de ciências com a diretora Jacqueline Bento Marques Pereira e Tiago Monteiro. Será nesta quinta-feira, 11 de novembro, às 10:30h
IFRJ – Campus Nilópolis - Rua Lúcio Tavares, 1045.

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VII: Curso GRATUITO de Extensão em História e Cinema na UFRJ :

O curso de Extensão em História e Cinema no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS, da UFRJ está no terceiro módulo, mas por ser organizado em partes independentes possibilita a entrada de novos alunos a cada módulo, mesmo sem ter freqüentado os anteriores. Nesse período próximo, entre os palestrantes o cineasta Silvio Tendler (13/11). As aulas serão acontecem no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (IFCS), no Largo de São Francisco, nº 1 – Centro – Rio de Janeiro aos sábado a partir das 9:30 h.
Mais informações: cursoufrj.historiaecinema@gmail.com
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VIII: Rodas de Cultura Popular em Madureira

Na Semana da Consciência Negra, outra boa dica acontecerá na quinta-feira: 18/11 - A Cia de Aruanda e a União Jongueira da Serrinha convidam a todos para participar da primeira de muitas Rodas de Cultura Popular em Madureira, a partir das 19:30h Sob o viaduto Negrão de Lima(Praça das Mães). Salve o jongo, salve a cultura popular brasileira!
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IX: Cia Marginal em curta temporada no Teatro Glauce Rocha

A Cia Marginal, grupo de teatro formado por jovens atores moradores da Maré, está em curta temporada no Teatro Glauce Rocha com o espetáculo ‘Qual é a nossa cara?’, compondo a programação do 'Território de Pertencimento' – projeto do grupo Teatro de Anônimo para ocupação do Glauce Rocha entre outubro e dezembro de 2010.

O espetáculo ‘Qual é a nossa cara?’ foi criado em 2007 com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz e, fora uma apresentação isolada em 2008 na Fundição Progresso, essa é a primeira vez que a peça fica em temporada em um teatro fora da Maré. ‘Qual é a nossa cara?’ trata da memória de certos moradores da comunidade Nova Holanda (Maré, Rio de Janeiro), entre eles os próprios atores que atuam no espetáculo. A pesquisa de campo que motivou a sua criação, deu origem a células dramatúrgicas híbridas, que transitam da composição de personagens baseada nas entrevistas realizadas, passando pela recriação onírica das histórias contadas pelos moradores, à depoimentos pessoais dos próprios atores, o que faz do espetáculo um jogo onde a ficção estabelece um diálogo contínuo com a realidade.

A Cia Marginal desenvolve suas atividades há cinco anos em parceria com a Redes de Desenvolvimento da Maré, realizando, permanentemente, ações voltadas para a democratização do seu método de trabalho (oficinas teatrais oferecidas para jovens da comunidade) e para a difusão do seu repertório.

O espetáculo “Qual é a nossa cara?”, tem a direção: Isabel Penoni e no elenco os atores: Diogo Vitor, Geandra Nobre, Jaqueline Andrade, Priscilla Andrade, Rodrigo Souza e Wallace Lino. E estará em cartaz nos próximos sábados, 13 e 20 de novembro, às 19h, com ingressos: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia).

O Teatro Glauce Rocha, da Funarte/Ministério da Cultura, fica na Av Rio Branco 179, Centro – Tel.: 22200259 e a bilheteria aberta a partir das 14h, de terça a sábado
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