quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Carta Aberta dos Produtores Culturais como resultado das discussões do Encontro Nacional de Produção Cultural.

Aos Ministérios da Cultura, do Trabalho e Emprego, da Educação, da Previdência Social, às empresas públicas, privadas e de economia mista e à sociedade em geral,

Como resultado do Encontro Nacional de Produção Cultural, estudantes, professores e profissionais aqui reunidos entendemos que a reorganização de saberes neste início de século faz da Produção Cultural uma importante área do conhecimento que tem se complexificado e estruturado e, portanto, deve ser legitimada enquanto tal.

O crescente volume de bens culturais em circulação na sociedade brasileira, aliado aos saberes produzidos na academia e somado às demandas de mercado hoje, constituem razões suficientes para o reconhecimento social e profissional do Produtor Cultural.

Pode o profissional graduado em Produção Cultural servir plenamente à tão sonhada
ponte entre a academia e a sociedade?
Acreditamos que sim. No entanto, entendemos que algumas medidas sejam necessárias
para que avancemos nessa direção. Por estarmos de acordo com os pontos
acima, enumeramos as medidas que julgamos urgentes para nossa consolidação profissional e reivindicamos:
Ao Ministério da Educação - MEC, à Secretaria de Ensino Superior - SESU e à
Secretaria de Ensino Tecnológico - SETEC, o reconhecimento das formações de
Produtor Cultural nos níveis Técnico, Tecnológico, Bacharelado e Pós-Graduação (Lato
e Stricto Sensu), bem como a inclusão do Bacharelado em Produção Cultural no
catálogo de cursos de graduação plena deste Ministério.
Ao Ministério da Educação - MEC, a criação de um grupo de trabalho para elaboração
de diretrizes curriculares dos cursos superiores de Produção Cultural, sendo a escolha
desse grupo constituída por representantes com legítimo conhecimento sobre o campo
cultural e realizada com plena ciência dos Produtores Culturais e demais da sociedade
civil interessada. Pelos mesmos motivos reivindicamos, ainda, ações concretas dos
órgãos de fomento à pesquisa.
Ao Ministério do Trabalho e ao Conselho Federal de Administração, que o Técnico e
Tecnólogo em Produção Cultural sejam retirados da base profissional deste Conselho,
para que haja a possibilidade de organização e constituição de
um campo autônomo para os Produtores Culturais.
Ao Ministério do Trabalho, a inclusão da profissão de Produtor Cultural – com
formação acadêmica, nos diversos níveis – no catálogo de profissões reconhecidas no país.
Ao Ministério da Cultura, a criação de um Banco de Dados que reúna e congregue
informações dos profissionais de Produção Cultural.
Ao CNPq e demais órgãos de fomento a pesquisa, que seja criada a área de estudos da
organização da cultura e sub-áreas como: Planejamento Cultural; Gestão Cultural;
Políticas Culturais; Mapeamento Cultural etc.
Aos cursos de formação da área, desenvolver ações permanentes nos campos da
pesquisa e da extensão, estreitando suas articulações com o ensino.
O reconhecimento das formações, em todos os níveis, existentes em Produção Cultural
– através da compreensão de suas possibilidades de atuação – e, portanto, a abertura de
concursos públicos para os diversos órgãos institucionais da cultura ou áreas correlatas,
sejam eles federais, estaduais ou municipais, como também a abertura de concursos para
provimento de cargos em empresas estatais e/ou de economia mista em setores onde os
conhecimentos do Produtor Cultural sejam exercidos.
Como proposta complementar, encaminharemos à Câmara Federal uma solicitação para
elaboração de um Projeto de Lei oficializando o dia 18 de agosto como
o Dia Nacional do Produtor Cultural.
Por fim, incentivaremos e nos comprometeremos com a organização de Encontros
Regionais e Nacionais de Produção Cultural, estando o próximo Encontro Nacional, sob
a garantia deste plenário, previsto para ser realizado no próximo ano, em data próxima a
18 de agosto, no Rio de Janeiro. Assim sendo, reivindicamos o apoio financeiro e
institucional dos órgãos de cultura – Ministério, secretarias estadual e municipal - por
entender que continuidade da realização desse encontro é de suma importância para o
campo cultural brasileiro.

Plenário do Encontro Nacional de Produção Cultural
Rio de Janeiro, 19 de agosto, de 2011.

Carta de Marta Porto ex-secretária de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura

Um projeto de cultura para o país


Queridos amigos que comentaram aqui, enviaram mensagens, emails, telefonemas, só tem sentido estar a frente de um cargo público se há espaço e confiança para desenvolvermos um projeto de verdade, com as redes da cultura, mas também dos direitos humanos, da infância, da juventude, daquelas que ampliam nosso processo democrático. A equipe que se juntou na SCC veio de vários pontos do Brasil, com histórias e compromissos politicos históricos com a cultura e as políticas culturais, Cesar Piva, Marcelo Marcelo Simon Manzatti, Paula Gamper, Renata Monteiro de Souza, Pedro Domingues Monteiro Jr, Elaine Rodrigues Santos, Clara Cecchini Do Prado, Neide Aparecida Silva, e trabalhamos 14, 15 horas por dia nesses últimos meses. Para organizar uma Secretaria complexa, dar respostas, e em especial elaborar um projeto de Direitos e Cidadania Cultural, onde o acesso a cultura, as trocas culturais, a conquista das causas que marcam o nosso tempo - Meio Ambiente, Direitos Humanos - fosse uma marca de um trabalho renovador para a cultura, em prol do chamado da Presidenta Dilma: "contribuir para a alma da democracia brasileira". Projeto iniciado na década de 80 pela Prof. Marilena Chauí e que teve no Partido dos Trabalhadores seu mais ardoroso defensor. Estivemos nesse momento e depois mais adiante para contribuir, alguns como eu em cargos públicos, na época como diretora de planejamento da Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, na Gestão Patrus Ananias. Hoje, tínhamos a certeza que poderíamos renovar esses compromissos a luz do espírito que marca o nosso tempo e a isso nos dedicamos dia e noite. Aprofundar a experiência do Cultura Viva, um legado inegável para a política cultural brasileira, mobilizar os jovens com suas formas de participação social distintas da nossa geração, pensando as redes, a cultura digital; mobilizar a sociedade e os atores culturais para uma reflexão sobre os valores de cidadania e nosso passivo com os direitos humanos e a justiça social. Colocar ricos, pobres, mestres da cultura popular, artistas consagrados em processo de trocas e de mobilidades simbólicas, através de nossos caminhos da diversidade, um grande projeto nacional de identidade e circulação da nossa diversidade criadora, que vem dos indigenas, das favelas, dos ribeirinhos, das mulheres,negros e negras, mas também das festas populares, das redes conectadas, das artes urbanas e de rua. Fizemos pouco, mas nos dedicamos e acumulamos um legado de reflexões e programas prontos para serem debatidos por todos nós. Estávamos iniciando essa agenda de trazer para a sociedade nossas propostas, na Política para a Juventude, parceria inédita com o Minstério da Saúde. do Desenvolvimento Agrário, Fundação Palmares e Secretaria Nacional de Juventude; da Politica para a Infância que reuniu em dois meses, em três encontros históricos, pensadores, artistas, fazedores e que iria conectar nossos pontinhos de cultura com creches, escolas e redes governamentais além de propor formas para que cada Prefeitura desse país pudesse promover uma política sólida de cultura para as nossas crianças, monitorada pelo Unicef. Um programa de acesso a cultura pensado em conjunto com a equipe do economista Ricardo Paes e Barros, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, onde estava em elaboração 5 mapas para desenvolver uma plataforma metodológica indicativa de como compreender e propor as condições de acesso a cultura, em especial em situações de vulnerabilidade. Preparávamos dois grandes Protocolos, um de Acessibilidade, dedicado a pessoas com deficiência, e outro de Atendimento Cultural em Situações de Tragédia e Emergência como as que vivemos na Serra Fluminense há tão pouco tempo e que deixou familias e famílias em abrigos e ginásios.

Mas um projeto desses precisa de liderança, de priorização. Não pode ser interditado, mal compreendido. Temos compromisso e história e se podemos avançar vamos felizes, se não, não há cargo que nos mantenha no lugar. Hasta luego e sempre pronto. beijos em todos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Boletim CPC - Ano VI – nº. 93 – 29/08/2011

Nesta edição: Políticas e Estudos Culturais: Aula inaugural da COMCULTURA # Revista PragMATIZES * Editais: Lei do ICMS * Opinião: Leonardo Mesentier escreve sobre a greve dos servidores federais de cultura # Claudio Jorge escreve sobre a decisão do STF em relação a Ordem dos Músicos * Diana Aragão: Selma Reis comemora 25 anos de carreira e homenageia Florbela Spanca # Festival de Jazz na Lagoa homenageia Victor Assis Brasil * * Notas e agenda: Sindicato dos Músicos promove missa para a categoria celebrada pelo bispo arquidiocesano # Lima Barreto na Cadeira 31 da ABL # SINTCON especial homenageia Chico Santana no Bola Preta # Emilinha Borba tem exposição sobre a sua vida em Niterói
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Políticas e Estudos culturais:


1 - A Comissão Estadual dos Gestores de Cultura /COMCULTURA RJ convida para a aula inaugural da 10º Edição do Seminário Permanente de Políticas Públicas de Cultura do Estado do Rio de Janeiro:

Será nesta quarta-feira, 31 de agosto, às 13:30h – UERJ Maracanã (Auditório 13 – Pavilhão Central ). Mais informações e/ou esclarecimentos: comcultura.rj@gmail.com ou em www.comculturarj.blogspot.com.
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2: Revista PragMATIZES
O Laboratório de Ações Culturais (LABAC), o Curso de Graduação em Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense/UFF e a Maestría em Estudio Culturales da Universidad Nacional de Rosário estão lançando mais um importante veículo em nossa área de conhecimento, é a PragMATIZES - revista latino Americana de Estudos em Cultura, disponível no sítio www.pragmatizes.uff.br.
A publicação busca aprofundar as discussões teóricas necessárias a uma época em que tecnologia, cultura e arte se mesclam. Eles estão recebendo novos trabalhos, para ter acesso às normas de publicação, clique aqui (http://www.pragmatizes.uff.br/site/normas.html). Os trabalhos devem ser enviados para o e-mail pragmatizes@gmail.com.
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Editais:
A Secretaria de Estado da Cultura está com inscrições abertas até o dia 12/09, para a Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Lei do ICMS) o endereço para envio de projetos é www.cultura.rj.gov.br . A secretaria mantém um escritório de apoio aos proponentes que dá consultoria para elaboração e enquadramento, o contato com o mesmo pode ser feito pelo telefone 2333-4107.
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Opinião:

1: Política-pública da cultura em greve*
Por Leonardo Mesentier**


Os trabalhadores da cultura estão em greve. No comunicado de greve a sociedade termina coma a divisa: “não existe política pública sem servidor público” (ver postagem anterior). De fato, a existência de uma política-pública requer instituições públicas para implementá-la e a instituição pública se constitui: por um marco legal que define a abrangência social da sua atuação; por um corpo técnico; e por uma estrutura interna, também definida em lei, que define a relação efetiva do corpo técnico com o marco legal.

Considerando, portanto, que o corpo técnico é um dos elementos que constituem uma instituição pública e que as instituições públicas são elementos relevantes das políticas públicas, pode-se tomar as reivindicações dos trabalhadores da cultura em greve, como elemento para se refletir sobre a política pública de cultura no Brasil.

Os funcionários reivindicam, por um lado, o pagamento de gratificações atrasadas e cumprimento de acordos já firmados e, por outro lado, equiparações salariais, especificamente a relacionada à lei 12.277 e a referente a retribuição de titulação e qualificação.

A Lei 12.277 criou exclusivamente para 16 economistas, engenheiros e arquitetos do Ministério da Cultura salários diferenciados e muito superiores aos salários pagos ao conjunto dos demais economistas, engenheiros e arquitetos do Ministério da Cultura. Essa é uma questão com impacto especialmente forte no IPHAN, instituição com um importante trabalho realizado no campo da arquitetura, onde trabalharam arquitetos como Lucio Costa e Oscar Niemeyer, que tem a identidade do seu corpo técnico, fortemente vinculada a identidade profissional do arquiteto no Brasil.

No caso das retribuições de titulação e qualificação, a referência da reivindicação é a casa de Rui Barbosa, instituição que estando vinculada ao Ministério da Cultura, do ponto de vista da carreira e dos salários está vinculada à carreira de ciência e tecnologia, recebendo por isso melhores salários, tendo direito a progressão em carreira e a retribuição de titulação, que os demais servidores do Ministério da cultura não tem.

Evidentemente, que resulta um cenário de servidores públicos de 1ª e 2ª classe, arquitetos de 1ª e 2ª classe, mestres e doutores de 1ª e 2ª classe; conseqüentemente, serviços públicos de 1ª e 2ª classe; de serviços públicos que devem funcionar bem e outros que não importa; um cenário corrosivo da capacidade profissional dos corpos técnicos das instituições do Ministério da Cultura.
Para essa analise, não se trata de colocar em pauta o princípio jurídico da isonomia, mas sim a idéia presente na economia política segundo qual a legitimidade da relação salarial é condição para a adesão efetiva do trabalhador ao processo de trabalho. Esta perspectiva fica potencializada num contexto de uma instituição pública, especialmente ali onde as tarefas de trabalho estão, no mais das vezes, mediadas pela criatividade do trabalhador.

Assim, a sensação de acordos não cumpridos e a corrosão da legitimidade da relação salarial estarão necessariamente conduzindo um processo de comprometimento e debilitação dos corpos técnicos e, conseqüentemente, das instituições e da política pública de cultura no Brasil. Cabe perguntar se a sociedade brasileira está de acordo com isso?
*Publicado originalmente em http://leonardomesentier.blogspot.com
** Arquiteto do IPHAN. Professor da UFF. Doutor em Planejamento Urbano e Regional com diversos artigos publicados em livros e periódicos científicos sobre desenvolvimento urbano e patrimônio histórico-cultural.
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2: O STF e nós, os músicos profissionais*

Por Claudio Jorge**

Enquanto músico profissional há quarenta anos, eu não poderia deixar de dar o meu palpite sobre a decisão do Superior Tribunal Federal decretando não haver mais necessidade da filiação de músicos a nenhum órgão, para o direito do exercício da profissão.

Pode ser que eu esteja enganado, o que é bem provável, afinal, o Superior Tribunal Federal é a última instancia de qualquer dúvida. O martelo bateu, fechou a tampa, não mesmo?

Mas a dúvida ficou em mim instalada porque achei contraditório o “acórdão” do STF que diz, entre outras coisas que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.

Aí eu pergunto: Quais leis estabelecem qualificações profissionais para os músicos? São as leis estabelecidas com a criação da Ordem dos Músicos? Porque a sentença não acaba com a Ordem, apenas desobriga os músicos a se filiarem aquela instituição e a pagarem as anuidades devidas para poderem exercer sua profissão.

Há muito tempo, desde que me filiei a Ordem que sou um crítico dela. Acho um absurdo não haver eleições diretas para renovação de sua direção como acontece de forma democrática no Sindicado dos Músicos e em outras ordens, como a OAB por exemplo, mas daí a concordar com sua extinção é outra coisa.

Ninguém fala em desobrigar os advogados a pagarem a OAB. Porque? Ninguém fala em acabar com a OAB. Porque? Porque ela é uma entidade representativa da classe, com participação no cenários político e etc., e mesmo assim , ainda existem muitos advogados que são contra o pagamento dessa anuidade.

Acontece que no último século a classe trabalhadora se formou através deste formado de ordens, associações e sindicatos, mas este modelo não está interessando mais a este mundo globalizado onde a concorrência é quem dita as normas e onde todo mundo quer ser artista no Youtube, sem provas de competência profissional, sem filiações, sem fiscalização. Nesse moderno desejo coletivo, se aproveitam os contratantes, onde donos de empresas e produtores que não querem arcar com os custos de vínculos empregatícios, contratos e outras obrigações que a lei exige.

Então muita gente trabalha para a destruição deste modelo visando a acabar com Ordens e outras associações de classe, incluído aí o ECAD. Mas esse é um outro lado do assunto.

A classe musical tem particularidades próprias, e uma delas é ser muito heterogênea. Muitos músicos militares de carreira fazem parte dessa classe. O Sindicato que eu sou sócio é o mesmo do ex-ministro da cultura e muitos músicos hoje são patrões de outros, dependendo do trabalho que estejam executando.

Pra terminar, fico me lembrando do meu pai quando queria que eu me formasse em alguma outra profissão e tivesse a música como um prazer a mais, feito aquele samba do Paulinho da Viola. Mantive o meu sonho e vivi até aqui exclusivamente deste meu ofício. A geração de músicos anterior a minha, que fundou a Ordem e o Sindicato dos Músicos, e a minha geração, que lutou pela consolidação de várias conquistas, com certeza não deve ter gostado nadinha dessa decisão do Tribunal. Os mais jovens têm como foco não pagar anuidades para uma instituição que nada faz por eles, muito pelo contrário, uma instituição que joga contra, e nesse foco toda a profissão de músico entra agora num caminho de pulverização a partir desta decisão do Superior Tribunal Federal. Vamos ver no que isso vai dar.

*Publicado originalmente em http://blogdoclaudiojorge.blogspot.com
** Claudio Jorge, como se define em é um artista carioca, botafoguense, mestiço (um tanto negro, um tanto branco, um tanto índio, ideologicamente um afro-descendente), suburbano, que tenta cumprir sua missão na terra sobrevivendo com honestidade, prazer
e opinião.
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Diana Aragão:

1: Selma Reis em “O Cabaré de Florbela” no Bar do Tom
(Música, teatro e poesia na comemoração dos 25 anos de carreira)


Para comemorar os 25 anos de carreira, Selma Reis resolveu unir a música e o teatro em espetáculo dirigido por Flávio Marinho. "O Cabaré de Florbela", título do musical onde a poesia de Florbela Spanca é a convidada especial, será apresentado por Selma ao público do Bar do Tom, nos dias 02, 03, 09 e 10 de setembro, às 22 horas.

Com doze álbuns gravados e depois de lançar o CD “A minha homenagem ao Poeta da voz’’, uma homenagem ao compositor Paulo César Pinheiro, a artista também interpretará canções consagradas ao longo de sua carreira como: Ne me quitte pas’’, “Feliz’’ e ‘’Sangrando’’, entre outras.


2: Mostra Live de Cinema

A IV Mostra Live Cinema que acontece de 01 a 04 de setembro no Oi Futuro de Ipanema será aberta no dia 1° às 20h com projeção audiovisual interativa manipulada pelo público na fachada do prédio. As performances são Socket Screen de Rachel Marchetti e Rachel Rosalen, além de Representa Corisco 2011 do VJ Eletroiman. Mais informações em www.livecinema.com.br

3: Caravana SESI Cultural apresenta In Jazz Festival

Há exatamente 30 anos, o Brasil perdia um dos maiores nomes da música instrumental brasileira: o compositor e saxofonista Victor Assis Brasil. Para marcar a data, a Caravana SESI Cultural realiza, no próximo 17 de setembro, sábado, homenagem ao artista: o In Jazz Festival , iniciativa do irmão de Victor, o produtor musical Paulo Assis Brasil.
A festa, que tem o apoio do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, começa às 18 horas no Espaço Victor Assis Brasil (antigo Parque dos Patins) e contará com a participação da diva do jazz Leny Andrade, da Banda Sambop, do contrabaixista Paulo Russo e convidados e do grupo Idriss Boudrioua Base & Brass. Um encontro de grandes músicos como uma autêntica jam session em plena Lagoa. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de ver Victor tocando e mesmo para os que o conheceram, o Festival mostrará num telão Victor no Festival de Montreux, realizado em São Paulo, em 1978. No repertório, sucessos do mestre, como “Waltzin”, “Pro Zeca” e “Arroio”, entre outras composições. A entrada é franca.
Veja as atrações do In Jazz Festival pela ordem de apresentação:
Banda Sambop - Hamleto Stamato (pianista, compositor, arranjador e produtor) e Paulinho Trompete se unem a outros três renomados músicos: Ney Conceição (contrabaixo), Widor Santiago (saxofone) e Erivelton Silva (bateria).
Paulo Russo Convida – Um dos maiores nomes do contrabaixo acústico e, também, compositor e arranjador recebe os craques Marcelo Martins (saxofone), Rafael Vernet (teclado) e Kiko Freitas (bateria).
Idriss Boudrioua Base & Brass – Instrumentista super requisitado no cenário musical brasileiro e há mais de 25 anos morando no Brasil, o francês Idriss Boudrioua (sax alto) dividirá o palco seu septeto de feras e promete um grande som a todos.
Leny Andrade - Reconhecida internacionalmente, fez shows memoráveis, cantou ao lado de artistas como Dick Farney, Wagner Tiso, Eumir Deodato, Francis Hime, Gilson Peranzetta e João Donato, e morou cinco anos no México, onde se tornou a intérprete mais popular na parada de sucessos daquele país. De volta ao Brasil, recebeu do público e da crítica o título de “Melhor Cantora de Jazz Brasileira” e foi considerada “Cantora Musicista”, por sua incrível habilidade de improvisação. O jazzman Paquito Rivera, encantado com sua arte, gravou o tema “For Leny”. Nas décadas de 80 e 90, dividiu-se entre o Brasil e os Estados Unidos. Apresentou-se no Blue Note e gravou vários discos de samba-jazz, como “Luz Néon”. Lançou CDs em parceria com instrumentistas de prestígio, como César Camargo Mariano, Cristóvão Bastos e Romero Lubambo, e ainda hoje é também uma referência na bossa-nova.
In Jazz Festival - Homenagem a Victor Assis Brasil
Data: 17 de setembro, sábado, às 18 horas, no Espaço Victor Assis Brasil (antigo Parque dos Patins) – Lagoa - Telefone para informações: 2511-5947.
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Notas e agenda:
1: Missa em ação de graças pelos músicos


O Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, celebrará uma Missa em Ação de Graças pelos Músicos do Rio de Janeiro na próxima quarta-feira, 31/08, às 19h, na Igreja de Santa Cecília, em Botafogo. A missa será aberta a toda comunidade e dedicada aos músicos. Na ocasião, estará presente a Orquestra de Cordas SindMusi e alguns nomes do meio musical serão homenageados pelo Sindicato dos Músicos/RJ. A Igreja de Santa Cecília fica na rua Álvaro Ramos, 385, Botafogo.

2: Plenária para organização da IV Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (formada promovida principalmente pelas religiões afro-brasileiras, espíritas, judaica, islâmica, budista e por cristãos progressistas) que organiza a já tradicional caminhada que reivindica a tolerância e a liberdade religiosa, convoca para a próxima quinta-feira, 01/09, às 18h no Auditório 93 da UERJ/Maracanã. Mais informações sobre a caminhada em www.eutenhofe.org.br .

3: Lima Barreto na Cadeira 31 #GenteDiferenciadaNaABL


Um grupo de militantes da área cultural, entre os quais nós do CPC, a Casa Lima Barreto estão promovendo um ato-cultural que simbolicamente irá “eleger” e “empossar” o autor de “Triste fim de Policarpo Quaresma” na cadeira de nº 31 da Academia Brasileira de Letras/ABL. O ato, que acontecerá no dia 23/09, às 16h no busto de Lima, na rua do Lavradio (em frente ao CIEP), além de fazer justiça com Lima, ironiza o jornalista Merval Pereira, símbolo do mau jornalismo e da parcialidade e que neste dia será de fato empossado na cadeira.

Para organizar o ato, o grupo fará uma reunião dia 01/09, às 17h, no Armazém do Senado, rua Gomes Freire, 256, todos os interessados estão convidados a colaborar.

4: SINTCON homenageia Chico Santana no Bola Preta

Em setembro o projeto Consultoria Cultural do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Engenharia e Consultoria de Projetos/SINTCON em edição especial apresentará uma homenagem ao compositor Chico Santana um dos fundadores da Velha Guarda da Portela.

Francisco Felisberto Santana, ou Chico Santana é um compositor desconhecido do grande público. Apesar de ter dois grandes sucessos gravados por Beth Carvalho (Saco de feijão) e Zeca Pagodinho (Lenço), mas seu repertório é lembrado em rodas de samba promovidas por músicos que se dedicam ao gênero – notadamente o samba de terreiro.
O centenário de Chico vem sendo comemorado em diversas rodas de samba, nos estados de Minas Grais, São Paulo e Rio Grande do Sul numa mobilização de celebração dos esforços de encontrar todo o repertório do compositor.
A homenagem que se realizará no próximo dia 10/09, às 14h, no Cordão da Bola Preta ( rua da Relação, 03, esquina com rua do Lavradio, Lapa), com entrada franca, será a primeira feita no Rio de Janeiro. A condução ficará por conta do grupo Jequitibá do Samba, com a participação do sambista paulista Tuco Pellegrino e as presenças especiais de quatro integrantes da Velha Guarda da Portela (grupo do qual Chico foi um dos fundadores), Monarco, e as três pastoras Tia Surica, Áurea Maria e Neide Santana (filha do homenageado).

2: Emilinha Borba é homenageada em Niterói

Depois do sucesso com a nossa exposição sobre Aracy, o Espaço Antonio Callado /Centro Cultural Abrigo de Bondes faz uma homenagem a grande cantora do rádio, Emilinha Borba, que completaria 88 anos em agosto de 2011, com a exposição “Emilinha Borba a cantora das multidões”, com a curadoria de Teca Nicolau.

Nesta mostra, o público poderá conferir fotos, troféus, vestidos e capas de discos, além de assistir um DVD com histórias e depoimentos de amigos da cantora. O material para a exposição foi cedido pelo Fã Clube Nacional Emilinha Borba, representado pelo presidente Mário Marinho.
A visitação é gratuita e pode ser feita até 30 de setembro, de terça a sexta, das 11h às 17h; sábados, das 12 às 16h e o Espaço Antonio Callado – Centro Cultural Abrigo de Bondes, é anexo ao Supermercado Guanabara, na rua Marquês de Paraná, nº 100, Centro, Niterói, mais informações tel.: 2620-8169.
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Licença de Uso: O conteúdo deste boletim eletrônico e de nosso blog, produzido pelo CPC Aracy de Almeida, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte.
Agradecimentos pelo apoio recebido da empresa LETERA

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Boletim CPC - Ano VI – nº. 92 – 15/08/2011

Nesta edição: Homenagens a Flavio Loureiro e Homero Ferreira* Estudos Culturais: IFRJ realiza Encontro Nacional de Produção Cultural # Inscrições para seminário de políticas públicas da COMCULTURA e UERJ vão até 20/08 * Editais: Estado do Rio irá investir R$41 milhões em projetos culturais em diversas áreas * FURNAS prorroga inscrições até 31/08 * Opinião: José Roberto Souza Aguiar escreve sobre o "Dia do Folclore"* Diana Aragão: Site Mario Lago 100 anos # Show em comemoração ao centenário de Pedro Caetano reúne Marcos Sacramento, Cristina Buarque e Mariana Baltar no Teatro Rival Petrobras * Notas e agenda: Candeia 76 anos # Mostra Artista de Rua # Pedro Malazartes é encenado no Parque das Ruínas # São Jorge em exposição no Museu do Folclore
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Nossas homenagens a dois companheiros que nos deixaram na semana passada:

1: Flávio Loureiro


No domingo, 07/08, a esquerda brasileira, especialmente a fluminense, perdeu um de seus mais bem humorados militantes: Flávio Loureiro, 53 anos, que era jornalista, foi fundador do Partido dos Trabalhadores/PT no Rio de Janeiro.
Trabalhou nos jornais dos sindicatos dos arquitetos, metalúrgicos, metroviários; criou e organizou o jornal da Federação das Associações de Moradores de Nova Iguaçu; foi editor do jornal Público do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal/SINTRASEF, e também, na Bloch Editora e no Jornal do Comércio. Atualmente era chefe de gabinete da deputada estadual Inês Pandeló (PT/RJ).
Como se definia em seu blog – Blog do Flavio Loureiro – era “pai de um lindo casal de filhos, avô, um apaixonado integrante da nação rubro negra e um observador atento do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira”. Seguramente, com a sua partida, a esquerda ficará menos festiva e aguerrida.

2: Homero Ferreira

E na segunda-feira, 08/08, faleceu aos 66 anos, Homero Honório Ferreira Filho, conhecido como Homerinho, produtor musical. Entre seus trabalhos mais importantes estão a produção da trilha do espetáculo O grande circo místico, com músicas de Edu Lobo e Chico Buarque, e de discos e shows de nomes como Chico Buarque, Paulinho da Viola, Mônica Salmaso, e Renato Braz.
Homerinho foi velado e enterrado na cidade de São Lourenço/MG. Ele foi casado com a nossa companheira, a cantora Cristina Buarque, com quem teve cinco filhos: Zeca, Paulo Emílio, Antonio, Ana e Maria Holanda Ferreira.
Homero também foi o responsável pela concepção do Teatro Fecap, em São Paulo, do qual era diretor artístico, sempre dando suporte à música brasileira.
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Estudos culturais:

1 - Encontro Nacional de Produção Cultural – Formação e Caminhos da Profissão


O curso de Produção Cultural do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia/IFRJ e o Centro Acadêmico Mário Lago , realizam nos próximos dias 18 e 19 de agosto, encontro para discutir os rumos da profissão e o mercado de trabalho.

Será na Sala Funarte Sidney Miller (Palácio Gustavo Capanema, rua da Imprensa, 16 – Térreo ), inscrições e maiores informações no link:
http://encontronacionalpc.blogspot.com/

2 - A Comissão Estadual dos Gestores de Cultura /COMCULTURA RJ está com inscrições abertas para a 10º Edição do Seminário Permanente de Políticas Públicas de Cultura do Estado do Rio de Janeiro:

O seminário é realizado em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ e tem apoio da Fundação Casa de Rui Barbosa/MinC - e da Secretaria de Estado de Cultura RJ e financiamento do Programa Cultura Viva da Secretaria Cidadania e Diversidade Cultural/MinC .

A aula inaugural será em 31 de agosto, 13:30h – UERJ Maracanã (Auditório 13 – Pavilhão Central ). Serão certificados (pela UERJ) os participantes que tiverem no mínimo 75% freqüência e apresentarem trabalho de conclusão de curso. As inscrições vão até o dia 20 de agosto.

Mais informações e/ou esclarecimentos: COMCULTURA RJ - Comissão Estadual dos Gestores de Cultura (21)9810-4978 (21)2725-6084 / e-mail: comcultura.rj@gmail.com www.comculturarj.blogspot.com, e/ou Departamento Cultural UERJ - Decult SR3 UERJ (Rua São Francisco Xavier, 524, Bloco F, Sala T-126 /CEP 20550-013 (21)2334-0114).
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Editais:

1: Estado do RJ:


A Secretaria de Estado de Cultura anunciou no último, 11 de agosto, seu maior e mais abrangente pacote de editais. São, ao todo, R$ 40.900.000,00, distribuídos em mais de 40 diferentes Chamadas Públicas. Este é o maior investimento direto em cultura realizado de uma só vez pelo Governo do Rio de Janeiro. O pacote representa um aumento de 440% em comparação a 2008, quando a Secretaria de Cultura começou sua política de editais.
Entre as novidades dos Editais de 2011 destacamos: a Bolsa de Criação Literária, na qual oito selecionados, fixando-se em diferentes cidades do estado, receberão R$ 30 mil, cada, para produzir um conto, um livro, uma novela, ou demais trabalhos literários sobre o lugar escolhido; a chamada pública para Criação Artística no Funk dá à juventude dos territórios populares a oportunidade de produzir videoclipes, CDs e projetos de memória, comunicação e circulação do gênero, e vai contemplar, com R$ 20 mil, cada projeto; no quesito Carnaval foram criados os módulos Clóvis/Bate Bolas, Eventos Carnavalescos e Pré-Carnavalescos. O primeiro celebra uma importante tradição do subúrbio. Os dois últimos são destinados a Bailes, Shows, Performances, Cortejos e Corsos (que não se caracterizem como desfiles) realizados em locais abertos e que tenham tradição no estado; apoio a projetos de restauro do patrimônio arquitetônico fluminense.
Além dessas novidades, mais uma vez serão realizadas chamadas públicas para propostas de música, nos estilos clássico e popular; festivais de teatro, música e audiovisual; mídias digitais; montagem de espetáculos; desenvolvimento de filmes de longa-metragem e de séries de TV; registros de tradição oral; modernização e preservação de museus e centros de memória; incentivo a novos autores; aquisição de acervo para bibliotecas comunitárias; e produção de estudos e documentos de inventariação e difusão do acervo cultural fluminense, entre outras linhas de ação cultural.
Mais informações em: http://www.cultura.rj.gov.br/editais/editais.php

2: Espaço Cultural Eletrobras Furnas prorroga até o dia 31/08 as inscrições de projetos culturais para o ano de 2012:

Furnas Centrais Elétricas S.A. comunica que receberá no período de 13 de julho a 31 de agosto de 2011 (data limite de postagem) projetos culturais destinados à ocupação dos ambientes do Espaço Cultural Eletrobras Furnas, localizado na cidade do Rio de Janeiro - RJ, no bairro de Botafogo, para formação de sua programação no ano de 2012.
A empresa disponibilizará um investimento de R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais) nos projetos, sem recursos da lei Rouanet (Lei nº. 8.313, de 23/12/1991), apresentados nas seguintes áreas artísticas:
- Artes Visuais (fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, instalação, videoinstalação, intervenção e novas tecnologias ou performances);
- Artes Cênicas;
- Música;
- Outras
Nas seguintes modalidades:
- Espetáculos;
- Exposições;
- Palestras;
- Encontros;
- leituras dramáticas;
- lançamento de livros.
Mais informações em: http://www.furnas.com.br/espaco_furnas_cultural2.asp
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Opinião:

Tudo é Cultura
José Roberto de Souza Aguiar *



Nos anos de 1970, enquanto aluno de uma escola pública nesta cidade, cursando o que hoje equivale ao Ensino fundamental, presenciei e participei de festas comemorativas ao DIA DO FOLCLORE, justamente no mês de agosto. Entre as atividades figuravam apresentações de danças típicas – frevo, quadrilhas como exemplos – e representações teatrais de personagens da mitologia brasileira: o curupira, o Saci-Pererê, o Caipora, etc. Eram festas divertidas, que contavam com a presença maciça de pessoas do bairro.

Palavra de origem inglesa, o termo folclore era usado pelos grupos imperialistas do século XIX, para minimizar as influências culturais das áreas de interesse comercial das grandes potências capitalistas, que agiram ferozmente sobre diversas áreas na África, na América Latina e na Ásia. Segundo o Dicionário Aurélio, define-se folclore “como o conjunto ou estudo das tradições, conhecimentos ou crenças de um povo, expressas em suas lendas, canções e costumes”. Nos anos de 1970, sob a égide de uma ditadura empresarial-militar, a idéia de diminuir a produção cultural no Brasil, promoveu uma baixa na divulgação dos movimentos populares e culturais do país, que em muitos casos contestavam as organizações políticas na época. A idéia de folclore ganhou ênfase, fato fortalecido pelo isolamento das ações culturais, contribuindo para a desvalorização da diversidade cultural. O Frevo, as quadrilhas juninas, a capoeira entre outras manifestações foram enquadradas como ações folclóricas.

Ao fim do processo ditatorial militar, na metade dos anos de 1980, a sociedade brasileira iniciou um processo de revisão de conceitos estruturais, em defesa de uma ordem mais democrática. As mudanças estariam direcionadas nas estruturas políticas e econômicas, e atingiriam em cheio as áreas de educação e cultura no país. No século XXI, na Era da Globalização que proporcionou a ampliação das redes de comunicação, fortalecendo as possibilidades de crescimento no campo de conhecimento e análise dos movimentos culturais difundidos no Brasil e pelo Mundo, constata-se, ainda, a idéia do minimalismo no que abrange a divulgação das diversidades culturais.
As grandes produções e espetáculos vinculados aos interesses comerciais dominam as redes de divulgação, dificultando o exercício e as práticas culturais mais simples. Estas práticas que resistem nas ações de grupos e instituições que defendem a popularização das ações culturais, fortificando a resposta dos povos em luta pela própria dignidade e existência, baseando-se na democratização das afirmações culturais. O termo CULTURA, que se define, segundo o mesmo dicionário como “o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas, intelectuais, etc., transmitidas coletivamente, e típicos de uma sociedade, como também o conjunto dos conhecimentos adquiridos em determinados campos”. Trata-se de fundamentos concretos e abstratos que instruem a formação de ações comportamentais de uma sociedade, distinguindo-a de outros grupos sociais organizados.

Concluo na lógica que há muito caminho a percorrer rumo ao processo de democratização das ações culturais no Brasil. Construir e referendar a idéia que o Brasil se constitui num grande celeiro de manifestações culturais além daqueles divulgados pelos principais meios de comunicação pelo país é a meta. E, consequentemente, não mais ouvir que as manifestações culturais brasileiras ainda são enquadradas no termo de folclore nas escolas. Tudo é cultura.

* José Roberto de Souza Aguiar - Professor Rede Municipal (Rio) e Estadual – RJ e Secretário- Geral CPC Aracy de Almeida. Notas:
- HOLANDA, Aurélio Buarque de. MINIDICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA (2ª edição).Rio de Janeiro: editora Nova Fronteira, 1988, p.147.
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Diana Aragão:

1: Site em comemoração aos 100 anos de Mário Lago entra no ar


O projeto Mário Lago - Homem do Século XX dá mais um passo nas comemorações do centenário do artista. Já se encontra no ar o site www.mariolago.com.br, com informações sobre o homenageado e que reunirá de documentos históricos a notícias e informações atuais.

Os internautas encontrarão a história do artista – com biografia, cronologia, álbum de fotos e registros antigos (incluindo partituras, correspondências e trechos de filmes, radionovelas e telenovelas) - e informações de atualidade, como a programação do centenário, depoimentos recentes, vídeos das ações em curso e espaço para artigos e posts.

Toda segunda-feira, o visitante encontrará um novo documento a partir de textos inéditos. A estreia será com o livro autobiográfico Meus tempos de moleque, último do artista, com o qual ele pretendia romper com a fama de homem sisudo e mostrar o seu lado mais irônico. Do lançamento até o final de setembro, serão publicados os oito capítulos desse livro, que não chegou a ser concluído. Em cada capítulo, Mário narrou um episódio curioso da sua trajetória. No primeiro, Guizo à vista, a história flagra um momento de 1912, quando o artista engatinhava nos seus sete meses de vida.
Os visitantes também serão presenteados com a reprodução em PDF, possível de ser impressa, do primeiro livro de Mário Lago – O povo escreve a História nas paredes. Escrito em 1948, reúne poemas políticos que abordam temas como o direito à terra, a defesa dos trabalhadores, a luta em defesa do petróleo brasileiro, entre outros. Ele inclui ainda paródias do próprio Mário para algumas de suas músicas mais famosas, como Amélia.

O site abrirá uma lista de Amigos do Mário, voltada para a captação de patrocínio pessoal para o projeto. É uma iniciativa inédita em projetos de grande porte. Haverá três modalidades de participação (cotas de 300, 500 ou mil reais), com diferentes contrapartidas.
Acesse o site: www.mariolago.com.br Para o povo do twitter: mariolago100


2: Pedro Caetano 100 anos !

No ano em que se comemora o centenário de Pedro Caetano, os cantores Marcos Sacramento, Cristina Buarque e Mariana Baltar fazem dois shows em homenagem ao grande compositor nos dias 25/quinta e 26/sexta de agosto, às 19h30m. no Teatro Rival Petrobras. Ingressos a R$ 40,00 (inteira), R$30,00 (para os primeiros 200 compradores) e R$20,00 (estudante, idoso, professor da rede municipal e lista amiga)
Pedro Caetano 100 anos! reúne num mesmo palco esses três grandes cantores, nomes que se destacam no cenário cultural por sua íntima relação com a tradição musical do país, e reconhecem o samba como uma das mais expressivas manifestações da nossa cultura. Para acompanhá-los, os músicos do trio Terno Carioca, Luiz Flávio Alcofra, Pedro Aragão e Lena Verani, se integrarão aos consagrados Josimar Carneiro e Jayme Vignoli, ambos do Água de Moringa, contando ainda com os percussionistas Netinho Albuquerque e Magno, em arranjos primorosos. No repertório, clássicos do autor e outros menos conhecidos. Um espetáculo de MPB de primeiríssima qualidade.

Pedro Caetano nasceu em Bananal, SP, mas foi no RJ que viveu a maior parte de sua vida, onde seu talento para música floresceu e encontrou ambiente propício para se desenvolver. Foi frequentador assíduo do Café Nice, um dos bares onde germinava a boêmia carioca e se lançavam os fundamentos do que hoje chamamos de MPB, na chamada época de ouro do rádio, nos anos 30 e 40. Lá, conheceu autores que, como ele próprio, se tornariam grandes nomes da nossa música, muitos dos quais seriam seus parceiros em composições inspiradas, que percorrem os vários gêneros musicais.

Autor de clássicos como É com esse que eu vou, Onde estão os tamborins, Caprichos do Destino, Botões de Laranjeira, teve suas composições gravadas por cantores de sucesso, no passado, e mesmo hoje sua obra é bastante revisitada. A direção musical é de Marcos Sacramento .
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Notas e agenda:

1 – Homenagem a Candeia - 76 anos, quarta-feira, 17/08, de 17 às 20h


A atividade começa com depoimentos sobre a vida e obra do compositor portelense do radialista e produtor cultural Adelzon Alves, dos compositores e parceiros Noca da Portela e Waldir 59, do produtor musical Marcelo Fróes (do selo Discobertas) e com a mediação de Aglaise Silva e Souza.

Em seguida, exibição do filme “Partido Alto” (1974) de Leon Hirszman. Roda de partido alto e sambas de Candeia com Nina Wirtti (voz) e Rafael Mallmith (violão 7 cordas) e Selma Candeia e o grupo "Roda de Samba do Quilombo de Candeia" formado por Luiz Henrique (violão), Alan Rocha (cavaco e voz),
Márcia Moura (percussão e voz )
Percussão e voz - Silvia Drufieyer (percussão e voz), Peterson (surdo) e as pastoras Wilma Boss e Vânia Araújo.
e lançamento de três CDs do Candeia, reeditados pelo selo Discobertas.

O evento será na Loja Arlequim, no Paço Imperial, Praça XV – RJ.
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2 - Mostra Artista de Rua – SESC/RIO e Associação Cultural Boa Praça

Seguindo a sua programação, a mostra iniciada em julho e que fará até novembro (todos os domingos de manhã), circulação de espetáculos de artistas de rua em 12 comunidades do Rio apresentará no próximo dia 21 de agosto, no Terreirão, comunidade localizada depois do último posto da Praia do Recreio, na Praça da Aquafitness, recebe a Cia Sinequanon com o espetáculo: "Errar é Umano", com dois cientistas que estão a procura do homo perfectus e contam a história da humanidade, através de quadros cômicos e intervenções circenses. Confiram a programação completa no site: www.artistaderua.com

3 – As aventuras de Pedro Malazarte no Parque das Ruínas

Um dos mais tradicionais personagens das culturas populares portuguesa e brasileira Pedro Malasartes, Malazartes, ou das Malasartes é relido pela Cia. Será o Benidito (www.seraobenidito.com.br ). O personagem que segundo Câmara Cascudo " é figura tradicional nos contos populares da Península Ibérica, como exemplo de burlão invencível, astucioso , cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos.”, já foi encenado e pensado em diversas linguagens: cordéis, TV (com Renato Aragão), cinema (com Mazzaropi) e até mesmo em ópera, são conhecidas duas com personagem como protagonista: Malazarte de Oscar Lorenzo Fernández e Graça Aranha, e Pedro Malazarte, de Mozart Camargo Guarnieri e Mário de Andrade.
O Malazarte da Cia. Será o Benedito será apresentado nos próximos domingos, 21 e 28 e agosto, às 16h no Parque das Ruínas em Santa Teresa, a bilheteria é espontânea (ou seja passa-se o chapéu).

4 – As muitas faces de Jorge
Os diversos aspectos da devoção a São Jorge, mostrando quem é Jorge da Capadócia, o que a fé nesse santo guerreiro impulsiona, como se manifesta e é vivida, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, é o tema da exposição que reúne representações de artistas populares de diversas localidades do Brasil que integram os acervos do Museu de Folclore Edison Carneiro e da Biblioteca Amadeu Amaral, do CNFCP, e do acervo pessoal do pesquisador Ricardo Gomes Lima.
Durante a temporada o filme "Uma festa para Jorge", dirigido por Isabel Joffily e Rita Toledo, produzido para a série Doc. TV, em 2009, é exibido na mostra durante a sua temporada.
A exposição, inaugurada em abril está em suas últimas semanas, seguindo até 28 de agosto de 2011, na Galeria Mestre Vitalino - Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular - (Museu do Folclore) : Rua do Catete, 179 (metrô Catete), Rio de Janeiro. De terça a sexta-feira, das 11 às 18h e nos sábados, domingos e feriados, das 15 às 18h

Informações: http://www.cnfcp.gov.br ou Setor de Difusão Cultural
(21) 2285-0441, ramais 204, 205 e 206

domingo, 7 de agosto de 2011

José Roberto Souza Aguiar escreve sobre o "Dia do Folclore"



Tudo é Cultura

José Roberto de Souza Aguiar *




Nos anos de 1970, enquanto aluno de uma escola pública nesta cidade, cursando o que hoje equivale ao Ensino fundamental, presenciei e participei de festas comemorativas ao DIA DO FOLCLORE, justamente no mês de agosto. Entre as atividades figuravam apresentações de danças típicas – frevo, quadrilhas como exemplos – e representações teatrais de personagens da mitologia brasileira: o curupira, o Saci-Pererê, o Caipora, etc. Eram festas divertidas, que contavam com a presença maciça de pessoas do bairro.

Palavra de origem inglesa, o termo folclore era usado pelos grupos imperialistas do século XIX, para minimizar as influências culturais das áreas de interesse comercial das grandes potências capitalistas, que agiram ferozmente sobre diversas áreas na África, na América Latina e na Ásia. Segundo o Dicionário Aurélio, define-se folclore “como o conjunto ou estudo das tradições, conhecimentos ou crenças de um povo, expressas em suas lendas, canções e costumes”. Nos anos de 1970, sob a égide de uma ditadura empresarial-militar, a idéia de diminuir a produção cultural no Brasil, promoveu uma baixa na divulgação dos movimentos populares e culturais do país, que em muitos casos contestavam as organizações políticas na época. A idéia de folclore ganhou ênfase, fato fortalecido pelo isolamento das ações culturais, contribuindo para a desvalorização da diversidade cultural. O Frevo, as quadrilhas juninas, a capoeira entre outras manifestações foram enquadradas como ações folclóricas.

Ao fim do processo ditatorial militar, na metade dos anos de 1980, a sociedade brasileira iniciou um processo de revisão de conceitos estruturais, em defesa de uma ordem mais democrática. As mudanças estariam direcionadas nas estruturas políticas e econômicas, e atingiriam em cheio as áreas de educação e cultura no país. No século XXI, na Era da Globalização que proporcionou a ampliação das redes de comunicação, fortalecendo as possibilidades de crescimento no campo de conhecimento e análise dos movimentos culturais difundidos no Brasil e pelo Mundo, constata-se, ainda, a idéia do minimalismo no que abrange a divulgação das diversidades culturais.
As grandes produções e espetáculos vinculados aos interesses comerciais dominam as redes de divulgação, dificultando o exercício e as práticas culturais mais simples. Estas práticas que resistem nas ações de grupos e instituições que defendem a popularização das ações culturais, fortificando a resposta dos povos em luta pela própria dignidade e existência, baseando-se na democratização das afirmações culturais. O termo CULTURA, que se define, segundo o mesmo dicionário como “o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas, intelectuais, etc., transmitidas coletivamente, e típicos de uma sociedade, como também o conjunto dos conhecimentos adquiridos em determinados campos”. Trata-se de fundamentos concretos e abstratos que instruem a formação de ações comportamentais de uma sociedade, distinguindo-a de outros grupos sociais organizados.

Concluo na lógica que há muito caminho a percorrer rumo ao processo de democratização das ações culturais no Brasil. Construir e referendar a idéia que o Brasil se constitui num grande celeiro de manifestações culturais além daqueles divulgados pelos principais meios de comunicação pelo país é a meta. E, consequentemente, não mais ouvir que as manifestações culturais brasileiras ainda são enquadradas no termo de folclore nas escolas. Tudo é cultura.

* José Roberto de Souza Aguiar - Professor Rede Municipal (Rio) e Estadual – RJ e Secretário- Geral CPC Aracy de Almeida. Artigo publicado em 28/09/2009 no cpcaracydealmeida.blogspot.
Notas:
- HOLANDA, Aurélio Buarque de. MINIDICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA (2ª edição).Rio de Janeiro: editora Nova Fronteira, 1988, p.147.

domingo, 31 de julho de 2011

Notícias do CPC - Ano VI – nº. 91 – 01/08/2011

Nesta edição: Comemoração dos 10 anos do CPC * Políticas Culturais: Encontro Nacional de Produção Cultural # Seminário Permanente de Políticas Públicas de Cultura do Estado do Rio de Janeiro * Editais: FURNAS/RJ * Opinião: Roberta Martins escreve sobre o encontro dos Pontos de Cultura e gestores culturais da Região Serrana * Diana Aragão indica: Show em comemoração ao centenário de Pedro Caetano reúne Marcos Sacramento, Cristina Buarque e Mariana Baltar no Teatro Rival Petrobras * Notas e agenda: Funarte reabre o Teatro Dulcina # Eliane Faria todas as quintas no Cariocando # Mostra Artista de Rua # Maria da Conceição Tavares discute a economia brasileira no governo da presidenta Dilma
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Nesta sexta-feira, 05 de agosto o Projeto Consultoria Cultural do Sindicato de Consultoria/SINTCON irá comemorar os dez anos do CPC

Na programação um show com o repertório de Aracy, com as cantoras Nina Rosa e Roberta Orlans (acompanhadas pelos músicos Tomaz Miranda, Maurício Massunaga, Marcelo Maciel e Almir Bacana) e ainda homenagens a alguns dos que muitos que contribuíram com a entidade desde a sua fundação em 11 de junho de 2001. Entre os homenageados estão, o Vereador Eliomar Coelho Psol-RJ, Sônia Julianelli Ferreira, viúva do compositor Xangô da Mangueira e Nancy Moreira, viúva do compositor Bucy Moreira. A atividade tem entrada franca e será às 18:30 h na sede do Sintcon na Rua Álvaro Alvim,37/5º.

Pede-se que o público leve livros e CDs para serem doados, trocados, “libertados”.
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Políticas culturais:

1 - Encontro Nacional de Produção Cultural – Formação e Caminhos da Profissão


O curso de Produção Cultural do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia/IFRJ e o Centro Acadêmico Mário Lago (entidade estudantil) com apoio da Funarte, realizam nos próximos dias 18 e 19 de agosto, encontro para discutir os rumos da profissão e o mercado de trabalho.

Será na Sala Funarte Sidney Miller (Palácio Gustavo Capanema, rua da Imprensa, 16 – Térreo ) tem inscrições abertas até a próxima sexta-feira, 05/08.

Inscrições e maiores informações no link:
http://encontronacionalpc.blogspot.com/

2 - A Comissão Estadual dos Gestores de Cultura /COMCULTURA RJ e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ estão com inscrições abertas para a 10º Edição do Seminário Permanente de Políticas Públicas de Cultura do Estado do Rio de Janeiro:

O seminário tem apoio da Fundação Casa de Rui Barbosa – MinC - e da Secretaria de Estado de Cultura RJ, financiamento do Programa Cultura Viva da Secretaria Cidadania e Diversidade Cultural - MinC - com o qual viabilizou-se o Pontão Rede Fluminense de Cultura – Comcultura RJ -, realizadora do seminário.

Entre a aula inaugural em 31 de agosto, 13:30h – UERJ Maracanã (Auditório 13 – Pavilhão Central ) e 30 de novembro, encerramento com entrega de trabalhos, os alunos/participantes verão temas diversos, divididos em cinco módulos.

As aulas e palestras acontecerão às quartas-feiras (de 11 às 18h) e serão ministradas pelos professores/palestrantes: Luis Porta, Lia Calabre, Cristina Amélia Carvalho, Flavia Barreto, Marcondes Neto, Marilda Ormy, Flavio Aniceto, Andréa Falcão, Bernardo Machado, Valeria Guimarães, Cascia Frade, Cleise Campos, Guilherme Lemos, Adair Rocha, Ricardo Lima, Rafael Nacif, André Diniz, Leonardo Mesentier, Mariana Várzea, Maria Amélia Curvello, Sonia Cardoso, Ivan Cid Junior, Ricardo Adriano, Marta Fonseca e Márcia Bibiane.

Serão certificados (pela UERJ) os participantes que tiverem no mínimo 75% freqüência e apresentarem trabalho de conclusão de curso. As inscrições vão até o dia 20 de agosto.

Mais informações e/ou esclarecimentos: COMCULTURA RJ - Comissão Estadual dos Gestores de Cultura (21)9810-4978 (21)2725-6084 / e-mail: comcultura.rj@gmail.com www.comculturarj.blogspot.com, e/ou Departamento Cultural UERJ - Decult SR3 UERJ (Rua São Francisco Xavier, 524, Bloco F, Sala T-126 /CEP 20550-013 (21)2334-0114).
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Editais:
O Espaço Cultural Eletrobras Furnas, localizado em Botafogo/RJ, recebe até o dia 12 de agosto inscrições de projetos culturais para o ano de 2012.

A programação será viabilizada por um investimento de R$ 1,3 milhão em recursos próprios, sem a utilização dos benefícios da Lei Rouanet.
Além de exposições de todo tipo de artes visuais, podem ser inscritos projetos de artes cênicas, shows musicais, encontros literários, lançamentos de livros, palestras e outras atividades culturais.
O formulário de inscrição está disponível no site www.furnas.com.br e a relação dos projetos selecionados será divulgada até o dia 21 de outubro.
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Opinião:

Culturando na Serra - Uma observação sobre o I Encontro Regional 2011 do Comcultura e da Micro Teia - Fórum de Pontos de Cultura.

Por Roberta Martins


Dizer que a cultura do estado do Rio de Janeiro é rica, diversa e intensa, não é nada original. Virou quase um bordão. Mesmo assim, considero importante fazê-lo, engrossando o coro com aqueles que entoam quase como um mantra, a afirmação de que não apenas a capital deve ser vista como produtora de cultura. Por mais óbvia que possa parecer, ainda hoje, se faz necessária essa consideração, tal a força e referência da produção cultural carioca que irradia não apenas para o conjunto do estado, mas por todo o país.

Afirmar a diversidade do que se faz pelos quatro cantos de nosso estado, em minha opinião, exige o conhecimento do que se produz; o reconhecimento da condição de produtores dos mais variados atores sociais, e de que estes são sujeitos da cultura, e compreender a diversidade cultural como a capacidade de expressão de um povo em sua riqueza de formas de expressão - múltipla e difusa – e também na pluralidade de práticas culturais que devem ser protegidas e promovidas, pois constitui o rico patrimônio do estado.

Dessa forma, ao reconhecer o estado do Rio de Janeiro em sua complexidade e na variedade de suas faces, consolida-se um posicionamento político mais sensível às suas reais necessidades, que leva o poder público a se abrir para a construção de políticas públicas de acordo com as linguagens, especificidades, signos e significados variados dos fluminenses.

Esse foi o espírito que predominou na região serrana do Rio de Janeiro, durante o I Encontro Regional 2011 da Comcultura RJ e da Micro Teia - Fórum de Pontos de Cultura, sob o tema “A Cultura como ferramenta em rede nas políticas culturais da Região Serrana - RJ”, entre os dias 21 e 24 de julho. Reuniram-se durante o encontro gestores públicos de cultura de 15 prefeituras, agentes culturais, 25 Pontos de Cultura, pontinhos de cultura, pontos de leitura, cineclubes mais cultura, representantes do Ministério da Cultura – o representante regional, técnicos do IPHAN e a coordenadora dos pontos de cultura RJ/ES - e da Secretaria Estadual de Cultura.

A ideia foi trazer a especificidade da região, vitimada pela catástrofe natural de janeiro, e promover um encontro que proporcionasse a troca entre gestores, agentes culturais e Pontos de Cultura, em torno de propostas de reconstrução e desenvolvimento, através de ações culturais, para as cidades da região, e elaborar políticas culturais através do debate coletivo e articulação de uma grande rede.

Levando-se em conta a amplitude de questões colocadas pelos participantes, e a dimensão de complexidade dos debates específicos da região, destaco alguns pontos que foram discutidos e em minha opinião foram os centrais:
- A necessidade de criação do que foi chamado de ‘Protocolo da cultura frente a catástrofes’, motivado pela vivência dos agentes culturais e pontos de cultura da situação de calamidade na região do início do ano e que possa servir de referência para a realização dos setores culturais, em situações de calamidade. Trazendo um debate bastante interessante de qual o papel de cultura frente a momentos de exceção pelos quais muitas cidades passam, além da perspectiva da reconstrução física patrimonial, mas que envolvam ações imediatas e que envolvam a importância do simbólico e da perspectiva humana das ações culturais.
- Iniciativas de fortalecimento das ações culturais e circulação de artistas na região. Ações concretas nesse sentido já estão em curso por iniciativa do Fórum de Gestores públicos em parceria com o MinC, através da representação regional. Destaca-se nesse sentido, a iniciativa em torno do ‘Projeto Circulares’ em fase de estruturação, e de busca de parcerias para investimento direto na região, como por exemplo, a Casa da Moeda.
- Discussão em torno dos pontos de cultura, em que se afirma o caráter de promoção de cultura cidadã e de práticas culturais, e da gestão compartilhada entre sociedade civil e poder público. Desatacada por muitos participantes a defesa dos Pontos de cultura e do ‘Projeto de Lei Cultura Viva’. Foi pontuada a importância da rede de pontos de cultura, em relação à Secretaria de Estado de Cultura, por ser uma rede com muitos pontos na região. Também se destaca a importância do fortalecimento da ‘Rede dos Pontos de Cultura’, numa perspectiva integradora, sem a separação entre pontos de cultura conveniados pelo Governo do Estado ou Ministério da Cultura. Importante ressaltar a importância dos pontos de cultura nos municipais e a relação com os órgãos de cultura das prefeituras, muitas vezes de parceria concreta, de sessão de espaço, parceria financeira etc.
- Uma das preocupações apresentadas no encontro foi relativa ao marco legal e institucional da cultura nos municípios. Foi pontuado a necessidade de potencialização por parte do MinC e também da SEC-RJ de ações que fortaleçam as iniciativas municipais de elaboração dos Planos Municipais de Cultura e do Sistema Municipal de Cultura.

Outras questões foram discutidas, e ao término foram entregues uma pauta de reivindicações do Fórum dos Pontos de Cultura e uma carta elaborada pelo Fórum dos Gestores Municipais de Cultura, ao representante da Regional do MinC/RJ-ES e a representante da SEC-RJ, em que afirmam a importância e urgência de investimentos públicos na área da cultura para a região serrana.

Encerro essa observação retomando o início desse texto, o conceito da diversidade está intimamente relacionado à noção de direitos culturais como parte dos direitos humanos, e em minha opinião associado de maneira estratégica a qualquer projeto de desenvolvimento. Ao realizarmos encontros como esse, partindo do concreto vivido e pensado pelos agentes culturais locais estamos fortalecimento de uma concepção política, que através do reconhecimento e da valorização da diversidade cultural, fortalece a democratização da gestão cultural, a participação da sociedade civil nas decisões políticas e no processo de gestão pública. Na perspectiva de uma avaliação crítica, longe de se constituir em encontro neutro, trouxe em si os conflitos e divergências, próprios das práticas democráticas, e por isso mesmo, consolidou a prática concreta de construção coletiva em busca de soluções para o desenvolvimento tendo a cultura como referência e envolvendo gestores públicos municipais, estadual e do MinC e sociedade civil. A realização do encontro, com financiamento do Programa Cultura Viva-Ministério da Cultura, através do Pontão Rede Fluminense de Cultura – Comcultura RJ, contou com apoio da Secretaria Estadual de Cultura RJ, e ainda, participação do Fórum Estadual Pontos de Cultura RJ e Es.
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Diana Aragão indica:

Pedro Caetano 100 anos !


No ano em que se comemora o centenário de Pedro Caetano, os cantores Marcos Sacramento, Cristina Buarque e Mariana Baltar fazem dois shows em homenagem ao grande compositor nos dias 24 e 25 de agosto, às 19h30m. no Teatro Rival Petrobras. Ingressos a R$ 40,00 (inteira), R$30,00 (para os primeiros 200 compradores) e R$20,00 (estudante, idoso, professor da rede municipal e lista amiga)
Pedro Caetano 100 anos! reúne num mesmo palco esses três grandes cantores, nomes que se destacam no cenário cultural por sua íntima relação com a tradição musical do país, e reconhecem o samba como uma das mais expressivas manifestações da nossa cultura. Para acompanhá-los, os músicos do trio Terno Carioca, Luiz Flávio Alcofra, Pedro Aragão e Lena Verani, se integrarão aos consagrados Josimar Carneiro e Jayme Vignoli, ambos do Água de Moringa, contando ainda com os percussionistas Netinho Albuquerque e Magno, em arranjos primorosos. No repertório, clássicos do autor e outros menos conhecidos. Um espetáculo de MPB de primeiríssima qualidade.

Pedro Caetano nasceu em Bananal, SP, mas foi no RJ que viveu a maior parte de sua vida, onde seu talento para música floresceu e encontrou ambiente propício para se desenvolver. Foi frequentador assíduo do Café Nice, um dos bares onde germinava a boêmia carioca e se lançavam os fundamentos do que hoje chamamos de MPB, na chamada época de ouro do rádio, nos anos 30 e 40. Lá, conheceu autores que, como ele próprio, se tornariam grandes nomes da nossa música, muitos dos quais seriam seus parceiros em composições inspiradas, que percorrem os vários gêneros musicais.

Autor de clássicos como É com esse que eu vou, Onde estão os tamborins, Caprichos do Destino, Botões de Laranjeira, teve suas composições gravadas por cantores de sucesso, no passado, e mesmo hoje sua obra é bastante revisitada. A direção musical é de Marcos Sacramento .

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Notas e agenda:
1 - Teatro Dulcina é reaberto

Uma das maiores reivindicações da área teatral do Rio de Janeiro será atendida, nesta terça-feira, 02/08 de agosto, às 20h, a Fundação Nacional de Artes/Funarte do Ministério da Cultura, reinaugura o Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro. A solenidade contará com a presença da ministra Ana de Hollanda, do presidente da Funarte, Antonio Grassi, além de artistas e diversos convidados.
Na ocasião, as atrizes Bibi Ferreira, Nathália Timberg e Marília Pêra apresentarão Um Brinde à Dulcina!, espetáculo criado especialmente para homenagear Dulcina de Moraes (1908-1996), que trabalhou como atriz, diretora e empresária teatral.
Para o público, a programação de reabertura do Dulcina vai do dia 5 de agosto a 9 de setembro e inclui, dentre outros, Bibi in concert IV – 70 anos de histórias e canções; Viver sem tempos mortos, com Fernanda Montenegro; e Uma Flauta Mágica- espetáculo de Peter Brook .
Como todos os fatos na área cultural geram polêmica – o que é bom, pois a partir dela crescemos, e negar a divergência é negar a própria origem e “função” da cultura – já lemos na rede Internet alguns produtores e ativistas criticando o caráter de “teatrão” da programação do Dulcina.
Discordamos dessa visão, para nós os espaços de cultura podem e devem ser ocupados por todos os artistas, produtores e fazedores de arte. Produções e ou artistas que têm apelo comercial, a maior parte das vezes, não são acessíveis ao grande público, a não ser de forma subsidiada pelo Estado. Lembramos que essa prática, que possibilita o acesso de espetáculos ao grande público não é incomum, se faz por todo país por governos municipais e estaduais e mesmo em outras iniciativas do governo federal.
Muito provavelmente um espetáculo com Bibi, ou Fernandona em um teatro comercial não tem ingressos menores que R$50,00 reais e acreditamos que no teatro administrado pela Funarte esse bilhete será bem baratinho ou até gratuito em alguns casos.
Mas, esperamos que esse seja um espaço que tenha uma programação que prime pela pluralidade, não apenas com produções de apelo comercial, mas considerando o teatro experimental, produções de grupos, companhias e artistas que primem pela ousadia estética, produções populares e quem mais quiser chegar.

De mais, só podemos desejar “M” para o Dulcina!

O Teatro Dulcina fica na Rua Alcindo Guanabara, Cinelândia, Rio de Janeiro.

2 - Eliane Faria no Catete

A cantora Eliane Faria apresenta todas as quintas-feiras, às 21h, no Bar Cariocando (Rua Silveira Martins, 139 – tel. 2557-3646) seu show “A filha do samba” ( em referência ao seu pai, Paulinho da Viola e aos seus muitos padrinhos como Nelson Sargento e Noca da Portela).

3 - Mostra Artista de Rua

Conforme já anunciamos a mostra, realizada pela Associação Cultural Boa Praça, Tuiuiú Comunicação e SESC Rio, a mostra iniciada em julho fará até novembro (todos os domingos de manhã), circulação de espetáculos de artistas de rua em 12 comunidades do Rio.

Em 07/08, 10h, a programação será na Praça Osmar do Cavaco (área externa ao Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes) com o espetáculo “Charlatões mais sinceros do mundo” da Cia. 2 Banquinhos.

Além da qualidade da companhia, esta programação em especial é importante pois a praça – que homenageia o falecido compositor e membro da Velha Guarda da Portela – encontra-se totalmente deteriorada e a Mostra Artista de Rua está fazendo uma parceria com o governo do Estado (que administra através da FUNARJ o teatro) e a prefeitura do Rio para revitalizar estrutural e culturalmente o lugar.

Em 14/08, 10h, na Praça Nobel – Andaraí se apresentará o artista Sérgio Sérgio. Confiram a programação completa no site: www.artistaderua.com

4 – Maria da Conceição Tavares
Saindo um pouco da nossa área preferencial, mas nem tanto, pois como nós gostamos de defender “tudo é cultural”, convocamos para o debate:
A economia brasileira, como vai? com a professora Maria da Conceição Tavares
Dia 15/08 (Segunda-feira) – às 18h30 no Sindicato dos Metroviários (Av. Rio Branco, 277 / 4º Andar - Cinelândia).
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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Boletim CPC - Ano VI – nº. 90 – 11/07/2011



Nesta edição: Políticas Culturais: RJ e Sistema Nacional de Cultura * Araruama faz mais um encontro sobre Sistema e Plano Municipal de Cultura * Estudos sobre políticas culturais: Fundação Casa de Rui Barbosa e COMCULTURA* Pontos de Cultura: Micro Teia dos Pontos de Cultura da Região Serrana * Opinião: Ana Terra escreve sobre Sistema Criativo da Música Brasileira . * Diana Aragão: dicas sobre shows no Centro de Referência da Música * Notas e agenda: Dia do Jongo será comemorado no Rio de Janeiro * Mostra Artista de Rua apresentará espetáculos em comunidades do Rio de Janeiro * A Teatralidade do Humano em livro * Petrópolis discute “ Empreendedor Individual da Cultura” * ABL recebe Samba de Fato homenageando Noel Rosa * Tania Malheiros comemora 10 anos de carreira * Mostra África Diversa – I Encontro de Cultura Afro-Brasileira no Calouste Gulbenkian
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Políticas culturais:

1: Rio de Janeiro bem na fita em relação ao Sistema Nacional de Cultura
Segundo o secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, João Roberto Peixe, o Rio de Janeiro é o quarto Estado com maior percentual de adesões ao Sistema Nacional de Cultura/SNC. Até agora, 18 municípios já aderiram ou estão em processo de adesão ao sistema, o que corresponde a 19,6% das 92 prefeituras fluminenses. Nosso Estado só perde para o Maranhão, com 25,8 %; o Ceará, com 22,3%; e o Pernambuco, com 22,2% dos municípios já incluídos no SNC. Em todo o país, 471 prefeituras aderiram ao sistema, o que corresponde a 8,5% dos municípios brasileiros. Entre os Governos estaduais, apenas cinco já aderiram ao SNC.
Neste sentido, precisamos “correr atrás” ainda mais, e o trabalho de entidades como a Comissão Estadual dos Gestores de Cultura - COMCULTURA RJ - é importante, articulando e estimulando a ação nestas cidades fluminenses.

2: Um bom exemplo é a atuação desta entidade em Araruama

Nesta terça-feira, dia 12 de Julho, às 19h, no Colégio Cenecista de São Vicente de Paulo, acontece mais uma reunião regional para a elaboração e implementação do Sistema Municipal de Cultura deste município da Região dos Lagos.
A mesma é convocada pela Prefeitura Municipal de Araruama - RJ, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, com consultoria da professora Cleise Campos, da COMCULTURA, junto com a Equipe da Subsecretaria Municipal de Cultura, liderada pelo professor Ricardo Adriano. Outras informações na Subsecretaria Municipal de Cultura: cultura@araruama.rj.gov.br / araruamacultura@gmail.com, ou diretamente no Teatro Municipal da cidade, na Praça Antonia Raposo s/nº, Centro, Araruama- RJ.

3: Estudos sobre políticas culturais

3.1- Fundação Casa de Rui Barbosa: O setor de Pesquisa de Política e Culturas Comparadas anuncia os trabalhos selecionados para o II Seminário Internacional de Políticas Culturais que acontecerá nos dias 21 a 23 de setembro de 2011, no auditório da instituição. A FCRB recebeu cerca de 80 inscrições de pesquisadores nacionais e estrangeiros, representando diversos estados do país, além da Argentina, Venezuela e Espanha. A lista de trabalhos selecionados e que serão apresentados encontra-se em:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/interna.php?page=materia&ID_S=9&NM_Secao=not%C3%ADcias&ID_M=2054

3.2 – A já citada COMCULTURA, em conjunto com o DeCult SR3 da Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ estão recebendo inscrições para a Décima Edição do Seminário Permanente de Políticas Públicas de Cultura do Estado do Rio de Janeiro:

O seminário tem apoio da Fundação Casa de Rui Barbosa – MinC - e da Secretaria de Estado de Cultura RJ, financiamento do Programa Cultura Viva da Secretaria Cidadania e Diversidade Cultural - MinC - com o qual viabilizou-se o Pontão Rede Fluminense de Cultura – Comcultura RJ -, realizadora do seminário.

Entre a aula inaugural em 31 de agosto, 13:30h – UERJ Maracanã (Auditório 13 – Pavilhão Central ) e 30 de novembro, encerramento com entrega de trabalhos, os alunos/participantes verão temas diversos, divididos em cinco módulos I - Cultura e Política Cultural, II - Gestão Cultural e Transversalidade da Cultura; III – Comunicação, Economia e Financiamento da Cultura; IV – Experiências Municipais, Identidade e Memória; V – Desenvolvimento de trabalho de curso.

As aulas e palestras acontecerão às quartas-feiras (de 11 às 18h) e serão ministradas pelos professores/palestrantes: Luis Porta, Lia Calabre, Cristina Amélia Carvalho, Flavia Barreto, Marcondes Neto, Marilda Ormy, Flavio Aniceto, Andréa Falcão, Bernardo Machado, Valeria Guimarães, Cascia Frade, Cleise Campos, Guilherme Lemos, Adair Rocha, Ricardo Lima, Rafael Nacif, André Diniz, Leonardo Mesentier, Mariana Várzea, Maria Amélia Curvello, Sonia Cardoso, Ivan Cid Junior, Ricardo Adriano, Marta Fonseca, Márcia Bibiane, Guilherme Lemos.

Serão emitidos certificados (pela UERJ) para os participantes com 75% freqüência e que apresentarem trabalho de conclusão de curso. As inscrições vão até o dia 20 de agosto. Mais informações e/ou esclarecimentos: COMCULTURA RJ - Comissão Estadual dos Gestores de Cultura (21)9810-4978 (21)2725-6084 / e-mail: comcultura.rj@gmail.com www.comculturarj.blogspot.com - www.comcultura.com.br e/ou Departamento Cultural UERJ - Decult SR3 UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524, Bloco F, Sala T-126 /CEP 20550-013 (21)2334-0114.
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Pelos Pontos de Cultura:

1 - I Encontro Regional 2011 - COMCULTURA RJ - Micro Teia dos Pontos de Cultura da Região Serrana “A cultura como ferramenta de desenvolvimento: integração em rede nas políticas culturais da Região Serrana- RJ”:

O Fórum de Pontos de Cultura da Região realizará a Micro Teia da região, nos próximos dias 21, 22, 23 e 24 de Julho, no Colégio Estadual José Martins da Costa - Rua Rodrigues Alves, 368, Centro / São Pedro da Serra – Nova Friburgo.
O encontro que terá a participação da secretária de Estado da Cultura, Adriana Rattes e da secretária de Cidadania Cultural do MinC, Marta Porto, entre outras autoridades e representações, tem concepção e organização do Fórum Pontos de Cultura Região Serrana, COMCULTURA e ainda Associação Centro Cultural Viva - Pontinho de Cultura de Duas Barras, Associação Cine Clube Lumiar - Cine Mais Cultura, Instituto de Imagem e Cidadania - Ponto de Cultura Sobrado Cultural Rural, Oficina Escola Mãos de Luz - Ponto de Cultura Tesouros da Terra – Lumiar, apoio do Prêmio Tuxauá 2009 / Programa Cultura Viva – MinC, Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa do Rio/ALERJ e Secretaria de Estado da Cultura. Mais informações e inscrições:

Pontão Rede Fluminense de Cultura – Comcultura RJ ( 21 ) 2725-6084 / 9810-4978
www.comculturarj.blogspot.com / comcultura.rj@gmail.com

Ponto de Cultura de Lumiar – Oficina Mãos de Luz ( 22 ) 2452-4199
www.asmaosdeluz.com.br

Ponto de Cultura Rural – Instituto de Imagem e Cidadania ( 22 ) 9881-3222
www.imagemcidadania.blogspot.com

Ponto de Cultura Rural – Instituto de Imagem e Cidadania ( 22 ) 9881-3222
www.imagemcidadania.blogspot.com

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Opinião:

Sistema Criativo da Música Brasileira .

Por Ana Terra



Criando novos modelos diferenciados de negócios e gestão para a música do Brasil, uma necessidade social.

“Mesmo as camadas mais inteligentes dos povos não europeus acostumaram-se a enxergar-se e as suas comunidades como uma infra-humanidade, cujo destino era ocupar uma posição subalterna pelo simples fato de que a sua era inferior à da população européia”.
Darcy Ribeiro
Quando nos referimos aos países hegemônicos como primeiro mundo, e ao nosso como terceiro mundo estamos apenas reproduzindo a lógica da dominação que, junto com seus espelhinhos, trouxeram conceitos e preconceitos de tal forma introjetados que nem damos conta.

Quando nós mesmos, músicos, dizemos que a classe é desunida e desarticulada e por isso está na lamentável situação em que se encontra, estamos apenas reproduzindo esse discurso que poupa os reais responsáveis por essa situação: o poder público que direciona políticas através de editais e verbas privilegiando o poder econômico, e não o mercado de trabalho para o músico e as entidades de classe, que são omissas ou cooptadas.

Músicos eram considerados vagabundos, malandros, desocupados. Quando ironicamente passam a ser a alma da festa, entram pela porta dos fundos e comem na cozinha, locais dos trabalhos “subalternos”, desvalorizados em relação aos locais “nobres”. Nas casas com música ao vivo, ainda hoje essa situação se mantém porque são roubados pelos proprietários, que não lhes repassam integralmente o couvert artístico. Assim como trabalham de graça nas feiras e festivais de música, quando todos os outros profissionais são pagos, e o que é pior, com dinheiro público.

A baixa auto-estima do artista é fundamental para manter as coisas como estão. E a naturalização dos conceitos também. Como disse o filósofo Antonio Negri: “Todos os elementos de corrupção e exploração nos são impostos pelos regimes de produção linguística e comunicativa: destruí-los com palavras é tão urgente quanto fazê-los com ações.”

Tratar a arte como cadeia produtiva é o primeiro conceito a ser questionado. As análises e modelos da economia que são utilizados para as atividades industriais e comerciais, em geral, não são adequados às artes, por tratar-se de outra natureza de mercadoria e função social.

A arte da música não é um simples elo de uma cadeia produtiva. A arte da música é a razão de ser de todas as atividades do mundo da música. A obra de arte é um produto que não tem valor utilitário, mas valor simbólico, e o simbólico é um dos ingredientes da fórmula humana. É uma necessidade social. A produção da obra de arte não depende só de treinamento e vontade, mas de talento, vocação e dedicação. Para uma atividade diferenciada o modelo deve ser diferenciado.

Esta é uma proposta de modelo para se pensar a atividade musical a partir de sua origem, a criação. Pensando a música como sistema e não como cadeia.

Definições

MÚSICOS PROFISSIONAIS BRASILEIROS - São compositores, letristas, instrumentistas, arranjadores, regentes e cantores nascidos no Brasil ou naturalizados, que recebem remuneração pelo seu trabalho.

SISTEMA CRIATIVO - É criado a partir de um núcleo vital sem o qual ele não existe. Como o sistema solar.

NÚCLEO CRIATIVO – É composto pelo músico profissional brasileiro. Sem o compositor não há obra. Sem o intérprete não há comunicação da obra

O NÚCLEO CRIATIVO é autopoiese. Poiesis em grego quer dizer poesia, criação, produção. Autopoética= autoprodutor. Todo músico é indiscutivelmente produtor musical porque produz a obra. Esta categoria vem sendo confundida com produtor industrial e comercial, que são de natureza técnica, não personalizada, que o artista pode ou não também ser, caso tenha acesso aos meios de produção e circulação.

Todas as atividades da economia da música derivam do NÚCLEO CRIATIVO. Os detentores dos meios de produção e circulação da obra musical organizados como pessoa jurídica, invertem as relações fazendo crer que são “produtores do artista” quando na verdade todo artista é naturalmente autoprodutor.

Para aquele que se dedica integralmente à produção da obra de arte na sociedade mercantilista, sua produção precisa tornar-se uma mercadoria para que dela advenha seu sustento.

Todo artista é pessoa física e é dessa condição que realiza como autor e/ou intérprete a produção da obra musical. O artista pode contratar profissional ou empresa especializada em indústria e em comércio para obter mais ganhos com o seu produto.

O Estado brasileiro privilegia a pessoa jurídica nos encargos sociais, obrigando a pessoa física a tornar-se jurídica. Para essa realidade é necessária a criação de figura jurídica exclusiva para o NÚCLEO CRIATIVO similar ao MEI: microempreendedor individual.

Com os avanços tecnológicos, muitas coisas mudaram. Antes, o NÚCLEO CRIATIVO precisava de: editor da obra, gravadora, distribuidor, empresário, produtor, divulgador. Hoje, o compositor pode autorizar a gravação e receber seus direitos autorais diretamente, isto é, sem editar a obra. Os intérpretes podem gravar em estúdio caseiro ou alugar estúdio. A venda do fonograma pode ser direta. Os intérpretes podem ser seus próprios empresários, divulgadores e produtores.

O compositor produz a obra. O intérprete instrumentista e/ou vocal produz a comunicação da obra por meio de execução ao vivo e/ou gravação.

Uma forma mais justa e orgânica é possível para o mundo da música. Baseados na recente vertente chamada Economia Criativa, estamos criando novos modelos de negócios e gestão a partir da ótica do NÚCLEO CRIATIVO. E com os valores éticos de solidariedade, cooperação e justiça vamos construindo um novo mundo possível, a CASA do MÚSICO.

Publicado originalmente em: http://www.viapolitica.com.br/noticia_view.php?id_noticia=433#

Ana Terra é compositora e escritora.
contato: anaterra01@gmail.com Blog: http://anaterra01.blogspot.com/ e http://casadomusicorj.blogspot.com/
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Diana Aragão indica:

O Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola localizado na Tijuca realiza em julho diversos shows de MPB como os dois listados abaixo:
Dia 14, quinta-feira às 17h
Show “Mestres do samba” com Eduardo Canto
Depois do sucesso do show em homenagem a Lupicínio Rodrigues, Eduardo Canto lança “Samba de mestre” que nos remete ao Rio antigo, às suas histórias de malandragem e às noites apaixonantes embaladas pelas poesias musicadas de compositores da época de ouro do rádio.
Dias 15 e 16, sexta-feira às 19:30h; e sábado às 19h
Show “Noite sem fim” com Mário Noya
Não diferente de muitos profissionais da música no Brasil, a escola deste mineiro foi mesmo a noite. Filho de um violonista o talento musical e poético de Mário Noya já se manifestava desde sua infância. Iniciou sua carreira tocando em bares, festas e eventos musicais em diversas casas noturnas de Belo Horizonte e cidades vizinhas.
No inicio dos anos 90 uniu-se a outros músicos e formou a banda “Brilho de Beleza”, com um estilo dançante. Teve até então seu melhor desempenho, fazendo uma música pop com elementos do samba reggae. Por muito tempo manteve shows semanais no tradicional bairro de Santa Teresa-BH com média de duas mil pessoas em pleno domingo. Mário Noya lança agora o novo CD “Noite Sem Fim”, que foi gravado no período de março a abril de 2010 no Rio de Janeiro. O álbum que tem dez músicas próprias (algumas em parceria como “Beijo Roubado”, assinada também pelos compositores potiguares Romildo Soares e Geraldo Carvalho), foi produzido por J Souza e arranjado por Guto Wirtti e Henrique Band.

O Centro fica na: Rua Conde de Bonfim, 824 - Tijuca
Informações: 3238-3831
Ingresso: R$ 16,00 (Inteira) R$ 8,00 (meia)
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Notas e agenda:

1: O Dia do Jongo será comemorado no Rio de Janeiro com uma audiência pública no Palácio Gustavo Capanema, no próximo dia 26 de julho. O evento é promovido pela Comissão de Cultura e Educação da Assembléia Legislativa/ALERJ, em parceria com o Ministério da Cultura. A data foi escolhida por ser dia da orixá Nanã, padroeira desta importante manifestação cultural africana. Desde 2005, a manifestação é considerada patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Durante a audiência, grupos de todo o Estado vão discutir os problemas que cada comunidade jongueira e Tia Maria do Jongo, de 90 anos, representante do tradicional jongo da Serrinha, no bairro de Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, receberá a medalha Tiradentes, concedida pela ALERJ.

2: Mostra Artista de Rua apresentará espetáculos em comunidades do Rio de Janeiro:

Realizada pela Associação Cultural Boa Praça, Tuiuiú Comunicação e SESC Rio, a mostra iniciada no último domingo, 10/07, até novembro fará todos os domingos de manhã, circulação de espetáculos de artistas de rua em 12 comunidades do Rio. Serão apresentações de teatro, circo, bonecos, artes plásticas e música, entre as quais se apresentarão a Cia Será o Benedito?!, o Coletivo Nopok em locais como Curicica, Marechal Hermes, Morro do Salgueiro, Vargem Grande, Chácara do Céu, entre outros. O produtor cultural e cientista social, Flavio Aniceto participará da ação, realizando uma pesquisa de campo, observando a reação das comunidades, características culturais das mesmas, etc. Ao final de todo o processo, será realizado um seminário, coordenado pelo mesmo. Confira a programação no site: www.sescrio.org.br e www.artistaderua.com

3: A atriz, jornalista e produtora Ana Lúcia Pardo convida para o lançamento do livro "A Teatralidade do Humano", resultado do ciclo organizado pela mesma e que reúne nomes diversos da cultura brasileira e internacional, será nesta terça, 12/07, às 19h30, no OI Futuro Flamengo: Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo – RJ (distribuição de senhas, 30 minutos antes). O evento contará com a participação especial da atriz Bibi Ferreira.

4: No mesmo dia 12/07, a Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis juntamente com o Conselho Municipal de Cultura e o Escritório do SEBRAE Petrópolis, realiza a palestra “Empreendedor Individual da Cultura”com o Consultor Cláudio Bastos. Esse programa tem por finalidade informar ao agente da cultura (artista, produtor, prestador de serviços para os segmentos das artes, etc. ) como se tornar um empresário individual da cultura. Será no Teatro Afonso Arinos – Centro de Cultura Raul de Leoni.


5: Na quarta-feira, 13/07, MPB na ABL, da Academia Brasileira de Letras faz uma homenagem a Noel Rosa, com o espetáculo: “Feitio de Oração” do Grupo Samba de Fato
, formado pelos talentosos Alfredo Del-Penho, Pedro Amorim, Pedro Miranda e Paulino Dias. Será às 12h30min, no Teatro R. Magalhães Jr./ABL, na Avenida Presidente Wilson 203 – Castelo, entrada franca, mais informações : www.academia.org.br/ ou tel.: 3974-2500.

6: Já na sexta-feira, 15/07, a cantora e membro do CPC, Tania Malheiros, irá comemorar dez anos de carreira, interpretando o repertório de seu primeiro CD, “Deixa eu me benzer”. Mas não faltarão sambas que marcaram a sua trajetória como “O Samba é meu Dom”, de Paulo César Pinheiro e Wilson das Neves; “Morrendo de Saudade”, de Wilson Moreira e Nei Lopes, “Nasci pra sonhar e cantar”, de Dona Ivone Lara, entre outros.

Tânia nos declarou que está muito feliz, em um momento especial, pois nesta comemoração dos 10 anos de carreira, lança seu primeiro CD, com arranjos de Gilson Peranzzetta. O show-festa será às 21h, no Bar Cariocando: Rua Silveira Martins, 139 – Catete. Tel.: 2557-3646 - Censura 14 anos. Entrada: R$ 16,00 - Estacionamento ao lado. Todos lá e parabéns para a nossa querida amiga! Mais informações: www.taniamalheiros.com.br

7: De 17 a 22/07, o Centro Municipal de Artes Calouste Gulbenkian apresenta a mostra África Diversa – I Encontro de Cultura Afro-Brasileira, que reunirá nomes como Naná Vasconcellos/PE, Guarda de Moçambique de Nossa Senhora das Mercês/MG, Nei Lopes/RJ, Guarda de Congo de Nossa Senhora do Rosário/MG, Jongo da Serrinha/RJ, Jongo do Pinheiral/RJ, Museu Afro - Brasil/SP, Mostra do Filme Etnográfico/RJ, Emanuel Araújo/BA, Cineclube Atlântico Negro/RJ, François Moise Bamba /Burkina Faso, Haroldo Costa/RJ, Raiz de Polon/Cabo Verde, Mostra ETNODOC/RJ, Alberto da Costa e Silva/RJ, e muitos outros. A programação, que tem entrada franca, pode ser conferida em www.africadiversa.com.br .
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Licença de Uso: O conteúdo deste boletim eletrônico e de nosso blog, produzido pelo CPC Aracy de Almeida, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte.

domingo, 26 de junho de 2011

Notícias do CPC Aracy, 27/06/2011

Boletim CPC - Ano VI – nº. 89 – 27/06/2011

Nesta edição: Homenagem ao professor e Babalorixá José Flávio * Políticas Culturais: Informes sobre a audiência pública dos Sistemas Nacional e Estadual de Cultura* Pontos de Cultura: Audiência na ALERJ, acervos da Funarte e debates do P.C Palco Escola * Opinião: Flavio Aniceto escreve sobre “Ordem pública X artistas de rua e livre acesso à cultura” * Diana Aragão: 1º Festival de Música Ecológica de Niterói e lançamento do CD do cantor Mihay * Notas e agenda: Exposição sobre Aracy tem a sua última semana em Niterói * Monocultura da “baianidade” isolou a Bahia, link para uma instigante entrevista de Albino Rubim, secretário de Cultura da Bahia * Patápio Silva em filme * TV ZO
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Homenagem:
na próxima quinta-feira, 30/06, será realizada um culto ecumênico pela passagem dos 30 dias de falecimento do Professor e Babalorixá José Flávio Pessoa de Barros. A mesma será na Capela Ecumênica da UERJ, às 9h. Aproveitamos para mandar um abraço a todos os seus familiares carnais e religiosos, alunos, amigos e companheiros. Que este grande mestre e filho de Oxalá fique na paz do Orun.
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Políticas culturais:
No Rio de Janeiro:
1: Audiência Pública sobre Sistemas de Cultura:


Foi muito representativa a audiência, presidida pelo Deputado Estadual Robson Leite PT/RJ, na última segunda-feira, 20/06, com a presença da Secretária de Estado da Cultura Adriana Rattes, do Chefe da Representação Regional MinC RJ/ES André Diniz, do Secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, João Roberto Peixe e da Assessora Especial do MinC, Morgana Eneile.

Em um plenário cheio, representantes de 50 municípios, pontos de cultura e de muitas entidades civis como Sindicato dos Artistas, Encontrarte, COMCULTURA, Associação dos Servidores da FUNARJ, Associação Brasileira de Museologia, entre outras, ouviram a explanação do secretário Peixe sobre o Sistema Nacional e o compromisso de Adriana Rattes com o Sistema Estadual, esta apresentou um cronograma de ações – finalizando em maio/2012 - com a apresentação da nova Lei Estadual de Cultura (que englobará Plano, Sistema e mudanças no Conselho Estadual de Cultura).

Já a Secretaria Municipal de Cultura do Rio - capital, representada pela subsecretaria Rita Sá Marques Pereira disse genericamente que o município apoiava as ações em curso sobre o Sistema e que o Conselho Municipal de Cultura seria retomado (o conselho é provisório e inativo desde 2009, época de Jandira Feghali como secretária, hoje a mesma é deputada e presidente da Frente Parlamentar de Cultura na Câmara dos Deputados).

Algumas delegações como a da Região Serrana foram muito fortes, Silvio, de Cachoeiras de Macacu falou pelo grupo, assim como a da Baixada Fluminense, tendo Augusto Vargas, de Nilópolis se pronunciado pelos mesmos.

O presidente da Comissão de Cultura da ALERJ, Deputado Robson Leite encaminhou no final da audiência a criação de um grupo de trabalho para o acompanhamento da implementação dos Sistemas Estadual e Municipais de Cultura e que fará audiências nas oito regiões do Estado do RJ. .............................................................................................................................................
2 – segunda mesa do Seminário sobre artes cênicas nas ruas
O Projeto Boa Praça ( http://www.boapraca.art.br/), conforme anunciamos na edição anterior, fará nesta segunda, 27/06 a segunda mesa de seu seminário, o tema será Economias criativas no espaço público e Linguagem artística de rua - Exemplos e experimentações – composta por Jussara Trindade, pesquisadora do Teatro de Rua e professora da Uni Rio e Marcos Silveira, ator e diretor do grupo Manjericão / RS, e acontecerá na sala do NEPA - Núcleo de Estudos das Performances Afro-ameríndias , da UNI RIO - Av. Pasteur, 296 , Urca
(entre os prédios de Teatro e Música). .............................................................................................................................................
Pelos Pontos de Cultura:
1 – Audiência na ALERJ:

O já citado Deputado Robson Leite promove nesta segunda, 14h, na Assembléia Legislativa uma audiência para discutir a continuidade e avanços no Programa Cultura Viva em nosso estado.
2 – Os Pontos de Cultura podem se cadastrar para receber publicações da FUNARTE, mais informações acessem: http://www.funarte.gov.br/funarte/funarte-cidadania/ .
3 – O Ponto de Cultura Palco Escola convida para duas palestras:
O Ponto de Cultura Palco Escola objetiva preencher a lacuna do mercado formal de trabalho de técnicos do fazer artístico. Através do ensino e da prática de categorias das Artes Cenográficas, resgata as técnicas teatrais de cenotecnia, promove a pesquisa e experimentação de novas técnicas para teatro, circo, cinema, televisão, shows, exposições de arte. A perspectiva é contribuir para a formação de mão de obra qualificada da qual o mercado se ressente.

Cenotecnia, a solução técnica da Cenografia com José Dias, Diretor de Arte, Cenógrafo, Mestre, Doutor e Professor da UNIRIO e UFRJ, em 11/07, às 10h

Diálogos do Figurino com o Espaço Cenográfico Ronald Teixeira, Cenógrafo, Figurinista e Professor da UFRJ, em 18/07, às 10h

As inscrições são gratuitas, pelo tel. 2233-0670, e acontecerão no próprio Ponto na Av. Venezuela, 238, Gamboa, perto do Hospital dos Servidores e Av. Barão de Teffé. Mais informações no blog: http://pcpalcoescola.blogspot.com

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Opinião:
Cidades, ordem pública e livre acesso à cultura

Por Flavio Aniceto*



“Eu sou a rua e esta autoridade ninguém me negará”
Orestes Barbosa in: Samba

Em diversas cidades brasileiras temos visto ações de ordem pública, algumas espetaculosas, mas não efetivas. Em todo caso, são necessárias, e acreditamos que a população em princípio as enxerga positivamente: afinal quem não quer calçadas livres de vendedores ambulantes, estacionamentos irregulares, lojas e bares que estendem suas mercadorias e mesas até o meio-fio, sem falar nos problemas sociais ligados à população de rua?

Como o tema deste pequeno artigo não é a questão urbana no geral, mas o viés da cultura, vamos ao fatos, dentro destas ações, assistimos um outro choque, este cultural: a repressão pura e simples ou as vezes velada aos artistas de rua. No Rio de Janeiro por exemplo, são muitos e diversos: desde os solitários (mímicos, cômicos, circenses, músicos solistas, etc.), até grupos que estética e politicamente escolhem a rua como palco (artistas cênicos, coletivos poéticos, a chamada “cultura de rua” em torno do hip-hop e muitos outros).

Na perspectiva de garantir a sobrevivência legal do trabalho destes, acreditamos que os mesmos deveriam agir em duas frentes: a busca da legitimidade – junto ao público, seja nas comunidades ou nos centros urbanos – o que é desafiador e complexo, dado que o público é irregular, passante, “infiel” – e a legalidade - amparando-se na legislação em vigor, mas também propondo alternativas e inserindo-se no processo de formulação de políticas públicas para a cultura.

A busca da legitimidade na ação nas ruas, espaços públicos, alternativos e comunidades

Grupos como o Projeto Boa Praça ( www.boapraca.art.br), para além da preocupação com o repertório, devem procurar ser também politicamente diferenciadores, fugindo de uma atuação nos moldes dos anos 60, a velha ideia de “levar cultura a...”. Ao contrário, como grupos contemporâneos e alternativos, devem se inserir no contexto atual de “fazer junto com”, incentivando a procura e construção da cidadania cultural.

A ação do Boa Praça, neste sentido é exemplar, uma vez que mesmo tendo a rua como palco, realiza uma ocupação cultural de um mesmo espaço ao longo do ano, fidelizando o público, mas também ativando culturalmente o mesmo. Na Tijuca a ação na praça vizinha ao Teatro Ziembinski teve importância cultural e também como provocador de serviços urbanos, melhorando a iluminação, a ambiência e a circulação no local e gerando um outro projeto com novos grupos, o Zimba na Praça. Na Quinta da Boa Vista, também foram estimuladas – após a passagem do projeto – a apresentação de outros artistas e grupos culturais.

É preciso inserir o público como agente cultural, não sendo só passivo e abrindo a possibilidade de que sendo também um criador, este defenda o processo legítimo da rua como palco e espaço cultural, diferenciando-se ainda de outras ações-alvo da ideia de limpeza urbana que está presente em diversas cidades - e reafirmamos acreditar - com apoio da população, até por serem justas em determinados casos/contextos.

O sujeito não pode ser um mero espectador, ao contrário a ação cultural em seu local – de moradia ou circulação, quando o palco são as praças e os logradouros nas periferias do centro da cidades, e nas áreas centrais dos distritos e bairros – objetiva dotar este morador/público/agente das mesmas experiências existentes nas áreas privilegiadas. Como fazer isto? As soluções podem ser apresentadas pelos próprios grupos, aqui apenas pontuamos algumas provocações.

Marta Porto, atual titular da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, na mesma linha que apresentamos acima, afirma que existe uma distinção entre os movimentos culturais dos anos 60 – CPC da UNE, outros – e os dos anos 90 – periferias, grupos emergentes juvenis, etc., quanto ao protagonismo da população periférica ou não-artista profissional – antes tida como mera receptora. Mas, chama a atenção que a absorção das práticas da periferia não pode correr o risco de promover novas desigualdades nos seios destas comunidades, se for se priorizar só os protagonistas destas ações, novos emergentes sociais e culturais e não toda a comunidade . Este é um que fato observamos em diversos grupos culturais hegemônicos nas comunidades e bairros periféricos do Rio e Grande Rio.

A estratégia de legitimação é política, assim como a esfera legal, que apresentaremos em seguida. Mas antes fazemos um pequeno comentário sobre as políticas urbanas atuais, tomando como base Lilian Fessler Vaz .

Vimos nos anos 80/90 a mercantilização e a espetacularização das cidades e das culturas (capitais européias da cultura, grandes festivais e exposições circulando nas cidades mundo afora, etc.). Neste “Planejamento culturalizado”, os projetos menos ambiciosos são descartados, ao passo que os mais espetaculares são priorizados (alguma semelhança com o que vimos no Rio de Janeiro?). Infelizmente é um modelo que atinge administradores de todas as posições políticas – mesmo as gestões progressistas e de esquerda encantam-se com esta lógica, de olho nos benefícios que podem ser gerados para os seus munícipes.

Neste contexto, aparecem ainda a “shoppinzação” e “disneyficação” (em alusão aos empreendimentos culturais do grupo Walt Disney) das cidades, além de uma estetização dos espaços públicos, e para isto, são necessárias as chamadas operações de “limpeza”. Conseqüentemente pode ocorrer uma expulsão – mesmo involuntária ou não formal - da população moradora devido a valorização destes espaços (seriam estes os casos da Lapa e “antigo” Rio Antigo?), pois os velhos moradores não conseguem se sustentar, sobreviver e consumir neste novo contexto. Para comprovar isto bastaríamos olhar os preços de alimentação e imóveis no Rio Antigo e entorno. Criam-se novos guetos e mais desigualdade.

Nestas políticas as cidades são vendidas como imagem – produtos turísticos – esvaziando-se as culturas locais, privilegiando-se o “exterior”. Só parte da cidade vale, a lucrativa, o resto não. Podemos observar os mapas municipais como mapas da exclusão cultural sem susto. Mesmo sabendo que a cultura é produzida em toda a cidade, só uma perspectiva é considerada.

É a negação do acesso à cultura. Quanto maior for a espetacularização da cidade, menor é a participação da sociedade, população e culturas ditas populares. Na cidade-espetáculo o cidadão é um figurante. E é este quadro que acreditamos ser necessário mudar, as ações-guerrilheiras de grupos como o Boa Praça, Tá na Rua, Teatro do Oprimido – só para citar alguns, são alternativas para uma outra culturalização das cidades, desta vez pelo viés democrático. A Participação da população – e colocamos estes artistas de rua neste rol - é um antídoto à sociedade do espetáculo na conhecida formulação de Guy Debord.

Finalmente chegamos a ideia da Legalidade, buscando formas de instrumentalizar os artistas para a sua lida diária, não ficando reféns dos administradores gerais ou locais, guarda- municipais, policiais, donos informais do pedaço como traficantes de drogas e milicianos, pastores evangélicos, etc.

No nível federal, merece destaque o PL 1096/2011 de autoria do Deputado Vicente Cândido PT/SP, em tramitação e que regulamenta as manifestações culturais de rua, ancorado-se na Constituição Federal, em seus artigos 5º (liberdade de associação, expressão, artística, científica, comunicação, etc.), 215º (direitos culturais, acesso às fontes culturais, difusão e Plano Nacional de Cultura) e 216º (dos patrimônios culturais do Brasil).
E no Plano Nacional de Cultura, acreditamos que os grupos devem tentar incidir no momento que ora se inicia, a fase de definição das metas. Observamos que no Capítulo III que trata do Acesso à Cultura, anteriormente estava explícito no item 2.14 deste “Fomentar os circuitos artísticos e culturais de rua, com destaque para o teatro e a dança”, já no texto final, aprovado no Congresso Nacional e sancionado pelo então presidente Lula – salvo engano – não vimos esta citação. Não só por este fato os artistas e grupos de rua devem participar da elaboração dos planos setoriais de cultura, especialmente em Artes Cênicas: Teatro, Circo e Dança e Música.
Nos níveis estaduais e municipais, é necessário buscar legislações similares ao PL 1096/2011, no município do Rio tramita o PL 931/2011 (Vereador Reimont PT/RJ) que “Dispõe sobre a apresentação de artistas de rua nos logradouros públicos...” e retomamos a recomendação de participação nos Planos Municipais de Cultura. É preciso não restringir a participação ao nível das políticas culturais, ampliando o raio para os Planos Diretores Municipais, assim como estudar a necessidade de mudanças nos Códigos de Posturas Municipais e em outras legislações urbanísticas específicas e pertinentes, mas evidentemente não como ato isolado dos artistas e grupos de rua, mas em conjunto com outros segmentos culturais.

“Eu amo a rua. Este sentimento de natureza todo íntima não seria vos revelado por mim, se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é compartilhado por vós”
João do Rio in: “A alma encantadora das ruas”

*Flavio Aniceto é produtor cultural e cientista social flavioaniceto@gmail.com ............................................................................................................................................
Dicas da Diana Aragão:
1: 1º Festival de Música Ecológica de Niterói


Já estão abertas as inscrições para Festival, que acontecerá no dia 13 de agosto no Centro Cultural Abrigo de Bondes, às 18 horas com entrada gratuita. O evento conta com o apoio da Secretaria Municipal de Educação / FME - Núcleo de Educação Ambiental – NEA, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Neltur, Fundação de Arte de Niterói – FAN e do Centro Cultural Abrigo de Bondes.

Os interessados deverão fazer as suas inscrições até o dia 10 de julho de 2011. Haverá premiação para os três primeiros colocados, melhor letra e melhor intérprete. Mais Informações pelo telefone (21) 94903750 ou pelo site www.crmusicaemfoco.blogspot.com.

2: Mihay lançando o CD “Respiramundo”

O cantor e compositor Mihay fará nesta quinta, 30/07, no Teatro Ipanema (Rua Prudente de Moraes, 824 Ipanema – Tel. 2523 9794) o lançamento de seu CD, segundo ele "Respiramundo é o meu desejo de absorver o mundo e entender suas diferenças. Cresci ouvindo Doces Bárbaros, Novos Baianos, Tom Zé, Milton Nascimento, Luis Melodia e todos os grandes mestres que desfilavam na vitrola dos meus pais. Lá em casa se ouvia MPB dia e noite. E isso, naquele tempo que o Benjor ainda era Ben. Mas hoje em dia não consigo fechar meus ouvidos pro resto do mundo. Minha música tem um pouco de Lenine, Céu, Vitor Ramil… mas também tem Susheela Raman, Manu Chao, Bob Marley e tudo que me toca, independentemente de suas raízes. Também busco inspiração no cheiro de mar, numa conversa com um amigo, num quadro, num beijo, numa lágrima, num vento que bate mais forte, numa cena de um bom filme, no barulho da chuva… Acho que isso é respirar o mundo, é estar atento ao "agora" e não deixar a vida passar sem perceber a sua beleza."
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Notas e agenda:
1 - Exposição sobre Aracy em sua última semana:

Nesta quinta-feira, 30/06, é o último dia para conferir a exposição “Aracy de Almeida – 1914/1988: A Realidade do Samba”, é composta por fotos da artista em diversos momentos de sua carreira, cedidas pelo Jornal Tribuna da Imprensa, além de capas de discos, revistas, livros, publicações com entrevistas e matérias sobre Aracy, e um painel com frases da cantora. A mostra foi um sucesso de público, deixando a direção do espaço muito satisfeita.
Visitação: até 30 de junho – gratuita - Horário: de terça a sexta-feira, das 11h às 17h; sábados, das 12 às 16 horas
Local: Espaço Antônio Callado - Centro Cultural Abrigo de Bondes- Rua Marquês do Paraná, 100, Centro – Niterói – Tel. : 2620-8169
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2: "Monocultura da baianidade isolou a Bahia"Por Albino Rubim
O discurso da "baianidade auto-suficiente", aprofundado nos governos sob a liderança política de Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), é apontado pelo novo secretário estadual da Cultura da Bahia, Albino Rubim, como um dos fatores do declínio da força cultural da terra de Gregório de Mattos e Jorge Amado. A entrevista completa em: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5192146-EI6581,00.html .............................................................................................................................................
3: Patápio, o filme
Foi lançado no último dia 11, o curta-metragem Patápio, de Alexandre Palma, sobre o flautista Patápio Silva. O lançamento foi no Largo Mãe do Bispo, do Instituto Cravo Albin (http://institutocravoalbin.com.br/). Mais informaçoes sobre o curta, contatos com autor e agenda de lançamentos em: http://patapiodoc.blogspot.com/ .
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4: Zona Oeste do Rio na TV:
Segue o link para um importante trabalho de divulgação dos artistas da Zona Oeste, clicando em http://www.tvzonaoeste.com.br/index.php/ poderão conferir vídeos e biografia de artistas da região como Zeca do Trombone, Áurea Martins, Nilze Carvalho, Marko Andrade, Maria Zenaide e muitos outros. Boa iniciativa!