sexta-feira, 27 de maio de 2011

Boletim CPC - Ano VI – nº. 87 – 30/05/2011


Nesta edição: Homenagens: Abdias Nascimento e Glorinha Ribeiro * Políticas Culturais: Praças da Cultura e dos Esportes (Praças do PAC) * Araruama está criando o seu Sistema Municipal de Cultura * Teresópolis está finalizando o seu mapeamento cultural e promovendo curso sobre Fundo Municipal de Cultura * Zona Oeste e Baixada discutem suas realidades culturais * Pontos de Cultura: Pontão da Comcultura e Palco Escola * Opinião: Alexandre Martins escreve sobre a criação da religião Umbanda em São Gonçalo * Diana Aragão: Cine Sul – Curso na Cal com Isabel Paranhos – Claudio Jorge incrementa seu site – Telma Tavares canta Gonzaguinha * Notas e agenda: Exposição sobre Aracy segue em Niterói * Fredric Jameson faz conferência na Casa Rui * Aniversário de 70 anos de Tia Nanci Moreira.

Em memória de:
Abdias Nascimento:
O Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-brasileiros/IPEAFRO e a família do professor Abdias Nascimento convidam para o ato inter-religioso que integra as homenagens do sétimo dia de seu falecimento. O ato será realizado no Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, recentemente descoberto na zona portuária do Rio de Janeiro, um dos principais portos de entrada africanos escravizados nas Américas.

Será nesta terça-feira, 31/05, 17h dia o Sítio Arqueológico do Cais do Valongo fica na esquina da Rua Barão de Teffé com a Avenida Rodrigues Alves, em frente à sede da Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria e a Favor da Vida).
Para conhecer um pouco mais da trajetória deste mestre de vida, cultura, ética e política, acessem http://www.abdias.com.br/ .
Glorinha (Maria da Glória Ribeiro da Silva)
Por Flavio Aniceto
Fazemos também uma homenagem a uma pessoa muito cara a todos do CPC e que faleceu no último dia 06, Professora Gloria Ribeiro, do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil – IPUB/UFRJ. Glorinha, como era conhecida, foi militante política de esquerda, desde os anos do movimento estudantil – geração 1968 -, sendo fundadora do Partido dos Trabalhadores/PT, da CUT, de associações de docentes, oposições e direções sindicais, sempre na área de educação e de saúde mental.
Se dedicou além das “questões gerais” a causas que mostravam o seu profundo sentimento humano e de combate radical a qualquer injustiça: a já citada saúde mental, lidando não só profissionalmente – mas extrapolando muitas vezes a ação estrita de trabalho – com aqueles que a sociedade convém chamar de loucos, malucos, anormais, drogados, alcoólatras, inviáveis, etc. E por outro lado, dedicava-se também a defesa e proteção dos animais – gatos, principalmente, mas estendendo a sua boa vontade a todos as outras espécies, ela dizia que era contra qualquer tentativa de colonização, estendendo-se aí a do homem aos animais “domésticos”.
Culta, generosa, leitora voraz, tinha uma forma especial de apresentar e trocar livros para os seus amigos e estes iam de clássicos da literatura, teóricos, movimentos (como a beat generation ) mas também o que é considerado pop e até mesmo “baixa literatura” pelos esnobes – supostamente intelectuais, como a série Harry Potter.
A liderança política, social, cultural e sobretudo humanística de Glorinha fará falta a todos que conviveram mais proximamente com ela. Mas acreditamos que a energia das suas ideias, a tornará presente entre nós durante muitos e muitos anos. ...................................................................................................................................................
Políticas culturais:
1: Governo destina R$ 1,6 bi para construção de “praças da cultura e dos esportes”
O governo federal anunciou um orçamento de R$ 1,6 bilhão – que será destinado a prefeituras nos próximos quatro anos – para a construção de Praças dos Esportes e da Cultura em 361 cidades brasileiras (as chamadas de Praças do PAC), os complexos terão quadra poliesportiva, pistas de skate e teatro, além de espaços destinados para formação e qualificação de pessoas para o mercado de trabalho.
A escolha dos projetos enviados pelas prefeituras e a coordenação da construção das praças serão feitas pelo Ministério da Cultura. A manutenção dos espaços será de responsabilidade dos municípios. Em uma primeira etapa do programa, a previsão é de se construírem 401 praças. Para isso serão disponibilizados, neste primeiro momento, R$ 900 bilhões. Até 2014, a intenção do governo é a de que 800 praças sejam entregues, consumindo o investimento total de R$ 1,6 bi.
Os municípios interessados em participar da primeira etapa do programa têm 120 dias para entregar os projetos de construção das praças à Caixa Econômica Federal, que ficará responsável por liberar o dinheiro.
Das 401 praças previstas para essa primeira etapa, 164 ficarão na região Sudeste, 110 no Nordeste, 67 no Sul, 34 no Norte e 26 no Centro-Oeste.
Serão construídos três modelos de praças. No médio, que deverá ser adotado na maioria (328) dos locais, o espaço será de 3 mil metros quadrados, com a previsão de um teatro de 60 lugares, uma quadra poliesportiva, uma pista de skate, uma de caminhada, duas salas multiuso e uma biblioteca. No modelo pequeno, de 700 metros quadrados, previsto para 22 municípios, não haverá quadra e o teatro será menor. No grande, de 7 mil metros quadrados (previsto para 51 cidades), o teatro terá 120 lugares e haverá ainda uma quadra de areia e um espaço para jogos de mesa.
Mais informações em: www.cultura.gov.br

2: Araruama está criando o seu Sistema Municipal de Cultura
O município da Região dos Lagos segue na construção do seu Sistema e Plano Municipal de Cultura, liderado pelo professor Ricardo Adriano – subsecretário de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, com a consultoria de Cleise Campos (COMCULTURA) e apoio de Flavio Aniceto.
Neste momento estão acontecendo as reuniões nos distritos, como Iguabinha, Praia Seca, São Vicente e Morro Grande, estando na pauta ainda reuniões específicas com os temas: conselho municipal de cultura (a cidade já tem um aprovado em lei, mas no formato antigo, sem ser paritário e deliberativo).
3: Teresópolis
3.1 : Mapa Cultural
Seguem até o próximo dia 06/06, o cadastro do Mapa Cultural de Teresópolis. Desenvolvido pela Secretaria de Cultura do município e que consiste em um inventário com o cadastro de todos os artistas locais das diversas áreas culturais. Em fase de finalização, o Mapa está aberto para consulta pública, ou seja, para que os próprios artistas acessem e verifiquem seus cadastros. Basta acessar o link: http://www.mapaculturaltere.hd1.com.br .
No site, os artistas encontrarão uma lista de nomes e poderão conferir se seu nome já está cadastrado em sua devida área de atuação. Caso já esteja inscrito, o artista deve verificar se há alguma informação incorreta. E caso não esteja, basta a pessoa se cadastrar. Isso pode ser feito no próprio site ou através do email mapaculturaltere@gmail.com.

3.2: Secretaria de Cultura promove curso sobre Fundo Municipal
Nesta quarta-feira, 01/06, a partir das 15h, será realizado na Casa de Cultura Adolpho Bloch (Praça Juscelino Kubitschek, s/nº - Araras) um curso sobre Fundo Municipal de Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura, o evento tem como objetivo sanar todas as possíveis dúvidas visando a construção do Fundo Municipal de Cultura de Teresópolis.

Com entrada gratuita, o curso é destinado aos integrantes do Conselho e do Fórum de Cultura de Teresópolis e será ministrado por Emanuel de Melo Vieira, representante da Secretaria de Estado de Cultura e especialista em fundos municipais de cultura.
Agora, nós do CPC - somando-nos aos esforços do Fórum de Cultura do município – defendemos que a cidade avance na constituição de seu Sistema Municipal de Cultura. Pois o Fundo é tão um dos instrumentos do Sistema, na verdade, o garantidor financeiro da realização dos projetos que serão apresentados em um Plano Municipal de Cultura.
4: Zona Oeste em pauta
Nesta segunda, 30/05, a Lona Cultural Gilberto Gil completará 13 anos de atividades na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro sob a administração do grupo Agito Cultural, em parceria com a Prefeitura do Rio. Para comemorar, a partir das 17h será realizado o Encontro dos Agentes Culturais do Rio de Janeiro/Edição Zona Oeste.
O evento contará com representantes convidados das três esferas Públicas ( Municipal, Estadual e Federal ), Partido da Cultura/PCult, Cooperativa dos Agentes Culturais/Cooperac, lideranças comunitárias, instituições educacionais e afins para a promoção de amplo debate sobre o tema gestão cultural e responsabilidade social com foco nas comunidades do Rio.
5: Baixada também:

O PET/Conexões de Saberes em Produção Cultural do IFRJ está convidando para o I Colóquio de Políticas Culturais da Baixada Fluminense, no próximo dia 02 de junho de 2011, no IFRJ, em Nilópolis, mais informações e inscrições gratuitas pelo e-mail pet.procultura@ifrj.edu.br (enviar nome, contato e instituição).
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Pontos de Cultura:

1: Região Serrana

Nesta segunda-feira, 30/05, acontece na Oficina Escola de Artes/ Secretaria Municipal de Cultura de Nova Friburgo, o encontro dos Pontos de Cultura da Região Serrana, com a presença do Pontão da COMCULTURA. Entre outros assuntos serão abordados: Micro Teia Serrana e Teia Regional RJ; Ações do MinC na região; Contexto Políticas Culturais Estado RJ ( Plano e Conselho Estadual de Cultura e Sistemas Municipais de Cultura ).

2: Palco Escola
Foi inaugurado na última semana o Ponto de Cultura Palco Escola (Av. Venezuela, 238 – Gamboa), coroando um trabalho antigo de Alair Barros e dos cenógrafos e artistas cênicos que compõem Associação do Armazém Cultural dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões/AACATED, que é uma associação formada por cenógrafos e cenotécnicos, como
Adílio Jacinto Silva Athos - Cenógrafo; Emily Pirmez - pintura de arte; Irlan Nery- cenotécnico; Humberto Silva - cenotécnico-; Odilon Lima – cenógrafo; Manuel Isidoro Manolo - cenotécnico; Marta Garcia – produtora e a museologa Alair Barros, como gestora e articuladora do Ponto.
Segundo Alair eles planejam fazer anualmente, no mínimo: 2 palestras, 3 cursos e 5 oficinas de cenografia, pintura de arte, cenotecnia, figurino e outros para pessoas de baixa renda da comunidade da Gamboa ( Morro da Providência) , com idade mínima de16 anos e máxima 65 anos. Os interessados podem vir de outros logradouros mas 20 vagas são necessariamente da Providência.
O Ponto de Cultura Palco Escola surge da avaliação de que é importante e necessário resgatar as técnicas teatrais de cenografia, e ainda promover a pesquisa e experimentação de novas técnicas, incluindo as digitais para atividades de teatro, circo, cinema, televisão, shows, exposições de arte, entre outros e contribuir para a formação de mão-de-obra qualificada da qual o mercado se ressente. ...................................................................................................................................................
Opinião:
O berço da Umbanda

Por Alexandre Martins
A Umbanda, uma das religiões mais populares do país, é gonçalense. Surgida no mesmo dia 15 de novembro de 1908, no bairro de Neves. Confusões de Darcy Ribeiro, que citou o território de Neves como bairro de Niterói, tiraram a fama da cidade de São Gonçalo como local de fundação da Umbanda. Contudo, historiadores da religião corrigiram o erro.

Zélio Fernandino de Morais é o fundador da Umbanda, um médium[1] que agiu por orientação de um espírito. Zélio nasceu em família tradicional de Neves, aos 10 de abril de 1891. Em fins de 1908, então com dezessete anos de idade, Zélio preparava-se para o ingresso na carreira militar na Marinha do Brasil quando foi acometido por uma inexplicável paralisia, que os médicos não conseguiam debelar. Certo dia, ergueu-se no leito, declarando: "Amanhã estarei curado!" No dia seguinte, levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada lhe houvesse tolhido os movimentos.

Sua mãe, Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado “Tio Antônio”. Tio Antônio recebeu o rapaz e lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade. O Pai de Zélio de Moraes, Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do Espiritismo, praticante do hábito da leitura espírita.

Um amigo da família sugeriu então uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio, na época em Niterói. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa. Tomado por uma força estranha e superior a sua vontade, falou, sem saber o que dizia. “Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho[2] para dar início a um Culto. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos. E se querem saber meu nome, que seja este: 'Caboclo das Sete Encruzilhadas', porque para mim não haverá caminhos fechados”.

No dia seguinte, na casa da família Moraes, ao se aproximar a hora marcada, oito da noite, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.

O Caboclo declarou que se iniciava um novo Culto em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social. A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste Culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.

O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria do culto. O ritual era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e outros instrumentos de percussão, além das palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias utilizadas seriam apenas as que determinassem a Entidade que se manifestasse. Os banhos com ervas, os Amacis[3], a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.Sessões, assim seriam chamadas os períodos de trabalho espiritual, diárias, das oito às dez da noite; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: Umbanda – Manifestação do espírito para a caridade.

Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu e como era norma não receber salário no culto, sobrevivia administrando os negócios de seu pai. [4]

O primeiro terreiro que recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, foi instalado na sua própria casa, na Rua Floriano Peixoto, 30. Deste local se originaram mais sete, em 1918: Tenda Nossa Senhora da Guia, Tenda Nossa Senhora da Conceição, Tenda Santa Bárbara, Tenda São Pedro, Tenda Oxalá, Tenda São Jorge e Tenda São Jerônimo.

Em 18 de maio de 1924, Zélio foi eleito vereador, e em 10 de janeiro de 1927, foi reeleito para um segundo mandato, sendo neste o secretário do Legislativo.

Como vereador, dedicou-se principalmente à difusão de escolas públicas em São Gonçalo. Tamanha foi sua dedicação a este tema, que criou uma escola totalmente gratuita, de curso Fundamental, funcionando na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. Zélio se candidatou novamente à reeleição no pleito de 1 de setembro de 1929, porém, dessa vez, não logrou êxito. Após essa derrota nas eleições, Zélio de Moraes abandonou a política.

Em 1963, após 55 anos de atividades à frente da Tenda, Zélio entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa de Moraes e continuou ao lado de sua esposa Isabel Moraes trabalhando na “Cabana de Pai Antônio”, no distrito de Boca do Mato, Cachoeiras de Macacu.

Zélio faleceu no dia 3 de outubro de 1975 em Cachoeiras de Macacu, aos 84 anos. Como homenagem, a Câmara Municipal de São Gonçalo nomeou uma rua no bairro de Mangueira.

Em 1999 quem residia na casa de Neves era a bisneta da senhora Zilka, irmã de Zélio, que é católica e não é ligada a Umbanda. A Tenda deixou de funcionar naquele endereço há mais de 50 anos...

No dia 19 de março de 2008 - ano do centenário da Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas - foi aprovado o Projeto de Lei 5687/05, do deputado Carlos Santana (PT-RJ), que instituiu o Dia Nacional da Umbanda, a ser comemorado anualmente em 15 de novembro, data do nascimento do culto.

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1- pessoa que, nos culto afro-brasileiros, é a anunciadora das mensagens recebidas dos espíritos do Além. 2- o médium. 3- a lavagem de cabeça onde os seguidores de Umbanda fazem a ligação com a vibração dos seus guias espirituais. 4- NUNES, J. C. P. O pai da Umbanda. Revista de História da Biblioteca Nacional. Disponível em www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 28 dez. 2008
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Diana Aragão indica:
1: Atenção cinéfilos: o tradicional Cinesul-Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo que reúne a fina flor da produção latino americana em ficção, documentário, infantil e outras categorias irá de 14 a 26 de junho nas salas de cinema do CCBB, Correios, Cinemateca do MAM, Ponto Cine e outros locais. Mais importante: entrada franca. Mais informações: www.cinesul.com.br

2: A diretora de arte Isabel Paranhos iniciou curso na CAL sobre direção de arte para cinema, TV e publicidade. Mais informações e inscrições no site www.cal.com.br .

3: O ótimo cantor e compositor Cláudio Jorge refez seu site e agora, muito mais incrementado através de um aplicativo do MAC, o prezado leitor encontrará partituras cifradas de suas músicas e uma amostra do seu curso de violão. O site do violonista é www.claudiojorge.com .

4: Telma Tavares canta Gonzaguinha no Bossa Nossa da Lapa

O show, no início deste mês, no Teatro Gonzaguinha, começa a render convites para a cantora e compositora Telma Tavares. Fã do grande artista que nos deixou tão precocemente, a artista foi convidada para fazer mais um espetáculo em homenagem a Gonzaguinha. Desta vez, no Bossa Nossa da Lapa dia 08 de junho, às 21 horas. "Telma Tavares canta Gonzaguinha" tem direção musical de Tuca Alves.

Gonzaguinha, que nos deixou há 20 anos, será homenageado por Telma com interpretações de algumas canções que marcaram sua trajetória como "Explode Coração", "Sangrando", "O que é, o que é", "Lindo lago do amor", "É", "Começaria tudo outra vez", "Grito de Alerta, "Forró do Gonzagão, "Recado", "Avassaladora", "Guerreiro Menino", entre outras. Neste novo espetáculo, a artista também "pedirá licença ao ídolo" para cantar duas ou três músicas de sua autoria que constarão do segundo álbum de Telma intitulado "Veia Mestiça".
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Notas:
1: Aracy de Almeida é homenageada em exposição em Niterói

Nós do CPC, junto com o Centro Cultural Abrigo de Bondes, seguimos na homenagem a Araca, através da exposição “Aracy de Almeida – 1914/1988: A Realidade do Samba”. A mostra, que também inicia as comemorações pelos 10 anos de existência do Centro Popular de Cultura Aracy de Almeida (11/06/2011) é composta por fotos da artista em diversos momentos de sua carreira, cedidas pelo Jornal Tribuna da Imprensa, além de capas de discos, revistas, livros, publicações com entrevistas e matérias sobre Aracy, e um painel com frases da cantora.
Serviço:

Exposição “Aracy de Almeida – 1914/1988: A realidade do samba” – Centro Cultural Abrigo de Bondes - Visitação: até 30 de junho – gratuita - Horário: de terça a sexta-feira, das 11h às 17h; sábados, das 12 às 16 horas
Local: Espaço Antônio Callado - Centro Cultural Abrigo de Bondes- Rua Marquês do Paraná, 100, Centro – Niterói – Tel. : 2620-8169
2: O Ciclo “A Teatralidade do Humano”, organizado por Ana Lúcia Pardo, apresenta a conferência internacional “A Estética da Singularidade” com o professor Fredric Jameson – crítico e professor de Literatura da Duke University – Carolina do Norte/EUA, será nesta quarta-feira, 01/06, às 18:h30 na Fundação Casa de Rui Barbosa, entrada franca, distribuição de senhas, 30min antes do evento. Segundo a organizadora, esta fez um esforço e parcerias para trazer este teórico marxista ao Rio por entender que as reflexões que ele traz com seu pensamento crítico em palestras, artigos e livros, discute essencialmente a dimensão da cultura no sistema capitalista. Para Lúcia “Ele fala de sociedade, globalização, economia, ciência política, cultura que julgo serem importantes para as questões que estamos buscando aprofundar em nossos coletivos de cultura”. Todos lá!
3: Aniversário de Tia Nanci Moreira:
O grupo Batuke de Ciata estará na Feijoada do Cordão da Bola Preta, mostrando o melhor do samba no sábado, 04/06, a partir das 13h, recebendo como convidado Paulo Henrique da Mocidade, aproveitando a ocasião, nossa companheira e amiga Tia Nanci Moreira (viúva do compositor e ritmista Bucy Moreira, neto da lendária Tia Ciata) irá festejar seu 70º aniversário, todos lá!
Virtuais:
1: Rádio CIGAM
O Centro Musical Cigam, fundado em 1987 e considerado uma referência musical no Rio de Janeiro, tem uma rádio virtual que disponibiliza a nata da música independente, acessem em: http://www.cigam.mus.br/radio/
2: Eu faço samba
O advogado e membro da Ala de Compositores do Império Serrano, Luiz Fernando Cordeiro, e que lançou com seu parceiro Hudson Costa o CD Da Central à Japeri (independente, Apê Estúdio, 2010) mantém um blog, como espaço destinado à divulgação de compositores e suas obras musicais, com o objetivo de registrar e colaborar com a preservação da memória cultural do samba. Acessem em: http://eufacosamba.blogspot.com
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Licença de Uso: O conteúdo deste boletim eletrônico e de nosso blog, produzido pelo CPC Aracy de Almeida, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Boletim CPC - Ano VI – nº. 86 – 18/05/2011

Boletim CPC - Ano VI – nº. 86 – 18/05/2011
Nesta edição: Políticas Culturais: Revista Eletrônica Estudos Culturais * Seminário Nacional na fase final de revisão da Lei de Direitos Autorais * SEC/RJ seleciona pareceristas para seus projetos * Manifesto “O autor existe” * Pontão Rede Fluminense de Cultura, da Comcultura RJ, retoma as atividades * Editais: Aberto edital para projetos junto ao governo do Estado/Lei do ICMS* Opinião: Roberta Martins escreve sobre o quadro atual na área cultural federal *Adua Nesi escreve sobre o desmantelamento dos museus do Estado do RJ * Notas e agenda: Exposição sobre Aracy segue em Niterói * 18 anos da Companhia Ensaio Aberto
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Políticas culturais:
1: Estudos culturais:

Já está à disposição no endereço www.politicasculturaisemrevista.ufba.br ou
www.portalseer.ufba.br/index.php/pculturais o novo número do periódico Políticas Culturais em Revista, uma publicação eletrônica da Rede de Estudos em Políticas Culturais/REDEPCULT, que reúne pesquisadores como Lia Calabre, Antonio Rubim e outras referências nesta área de estudo.

Nesta edição tem artigos importantes como: O esboço constitucional de unidade dos direitos culturais de Humberto Cunha, Criatividade e direito autoral de Bernardo Novais da Mata-Machado, A regulamentação do exercício artístico no Brasil: o caso de atores e atrizes de Gyl Giffony Araújo Moura, Francimara Nogueira Teixeira, Qual o lugar da arte? – análise sociojurídica da lei municipal de Fortaleza sobre colocação de obras de arte em espaços públicos de Rodrigo Vieira Costa e Francisco Humberto Cunha Filho, O Fundo Nacional da Cultura como instrumento público de financiamento cultural de Fabíola Bezerra de Castro Alves Brasil, entre outros. Todos os artigos estão em PDF para serem baixados e impressos pelos pesquisadores.

2: Seminário Nacional na fase final de revisão da Lei de Direitos Autorais:
O Ministério da Cultura, dando continuidade a revisão da LDA, realizará nos dias 31/05 e 01/06, o Seminário A Modernização da Lei de Direitos Autorais: contribuições finais para o APL. O evento tem como objetivo finalizar o processo colaborativo de elaboração e aperfeiçoamento do Anteprojeto de Lei (APL) que altera e acresce dispositivos à Lei de Direitos Autorais ( 9610/98).
O Seminário é aberto a participação de todos os interessados e acontecerá no Auditório do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
A inscrição, que é gratuita, deve ser feita mediante o preenchimento do formulário próprio disponível no site do MinC www.cultura.gov.br e que deverá ser enviado pelo email direito.autoral@cultura.gov.br.
O MinC elaborou ainda uma Tabela comparativa com Lei 9.610/98, APL levado à consulta pública e APL construído depois da consulta pública 2010, que está disponível, assim como o cronograma do período em: http://www.cultura.gov.br/site/2011/04/20/ultima-fase-da-revisao-da-lda/

3: Ainda no debate sobre o tema recomendamos uma lida no manifesto “O Autor Existe”, assinado também por artistas e compositores com os quais temos relação: http://www.oautorexiste.com.br/

4: A Secretaria de estado de Cultura seleciona pareceristas:

A SEC está convocando pareceristas técnicos para a avaliação de projetos culturais inscritos na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, para isto, estes profissionais precisarão participar de uma seleção, conforme a Chamada Pública Nº 06/2011: PDF e DOERJ - Convocação de pareceristas técnicos para avaliação de projetos culturais inscritos na Lei Estadual de Incentivo à Cultura (disponível no site da instituição http://www.cultura.rj.gov.br/leidoincentivo/inscrevasepareceristas.php ). O período de inscrições: de 03 de maio até 27 de maio de 2011, às 18h.

O objetivo é completar o Banco de Pareceristas selecionando 50 profissionais para atuarem nas seguintes áreas culturais: Audiovisual; Equipamentos culturais; Cultura digital; Informação e documentação; Patrimônio cultural material e imaterial; Gastronomia; Moda e Design.

5: Pontão Rede Fluminense de Cultura, da Comcultura RJ, retoma as atividades:

Retomando as atividades do Pontão Rede Fluminense de Cultura, a Comcultura RJ tem agenda especial nesta sexta-feira, em Nova Friburgo, reunindo os Pontos de Cultura da Região Serrana. Na pauta, além das ações em rede propostas na região (ainda muito afetada pelas chuvas de 12 de janeiro), uma série de debates tem início, envolvendo os Pontos de Cultura, como por exemplo, a participação na elaboração dos Planos Municipais de Cultura nas cidades. Tal ação é fundamental na garantia de organização dos Sistemas Municipais de Cultura nos municípios do estado do Rio de Janeiro, integrando o CPF da cultura: Conselho, Plano e Fundo.

A Comcultura RJ, através de seus integrantes e/ou convidados, tem incentivado e estimulado os municípios nesta tarefa de organização dos Sistemas Municipais de Cultura. Bom momento para que a Secretaria Estadual de Cultura, retome os debates do Plano Estadual de Cultura no estado, e as movimentações que incidem nos desdobramentos de nova composição e formato do Conselho Estadual de Cultura. Nosso Rio de Janeiro, precisa estar em dia com a pauta nacional.
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Editais:

A Lei Estadual de Incentivo à Cultura está com inscrições abertas para os projetos a serem realizados entre os meses de agosto a dezembro de 2011:

Os interessados devem visitar o portal da secretaria, http://www.cultura.rj.gov.br/materias/lei-estadual-de-incentivo-a-cultura-abre-inscricoes e seguir o passo a passo.

O proponente pessoa jurídica, incluindo seus sócios, poderá inscrever até cinco projetos. Já proponente pessoa física poderá inscrever até dois projetos. O período de inscrição de projetos terminará no dia 06 de junho, às 18h.

Está disponível no referido portal o Manual da Lei de Incentivo à Cultura, que foi elaborado para nortear o processo de inscrições e esclarecer os procedimentos de execução e acompanhamento de projetos.

Para dúvidas e informações: suplei.certifica@cultura.rj.gov.br (Assuntos: [sistema] para solução de questões com o sistema; [proponente] para questões relativas ao cadastro de proponente; e [projeto] para questões relativas ao cadastro de projeto) e os telefones (21) 2333-1340 e (21) 2333-1344.

Escritório de Apoio à Produção Cultural

Para facilitar as inscrições, a Secretaria de Estado de Cultura disponibiliza consultores especializados para o atendimento à produção cultural. O proponente pode entrar em contato através de atendimento telefônico - (21) 2333-4107/2333-4108 - via e-mail -eapcult.editais@gmail.com - ou presencial (mediante agendamento).
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Opinião:
1: Não seguimos à toa...

Por Roberta Martins

É inegável, mesmo àqueles com as lentes da má vontade, que fazemos parte de um momento privilegiado do país. Podemos afirmar que foi escolhido pela sociedade brasileira, ao garantir dois mandatos a Lula como presidente, e confirmado com Dilma, um caminho que busca a superação da lógica patrimonialista e da prática clientelista, simbolizadas pela velha política do favor e concessão, que sabemos muito bem o quanto são enraizadas no Brasil e a quem favoreceu ao longo de nossa história.

Nesse sentido, é correto afirmar, que nós também escolhemos esse norte no que diz respeito à cultura, em especial pela capacidade que o governo Lula teve de associar a Cultura a direito social da população e assumi-la como política de Estado. Assim, o Ministério da Cultura, através das ações que empreendeu, se consolidou do como um catalisador de demandas reprimidas por anos de ausência de políticas públicas de cultura, e também como grande indutor de debates, que a cada vez que se faziam, retirava mais véus que encobriam as muitas culturas que compõem o nosso país e revelava e fortalecia mais atores sociais.

Por isso, a pressão social em torno da continuidade de ações programáticas é tão emblemática. A sociedade, ao menos aqueles que atuam na área cultural, considera a política cultural construída nos anos Lula, como suas, porque se dá em função de um sentimento de pertencimento que somente um governo que se coloca no campo democrático e popular pode gerar.

Esse é um momento político fantástico, que prova ser esse o caminho: o da participação e da democracia. Desse rumo não há possibilidade de retorno e os próximos passos devem continuar a fortalecer mecanismos de participação, como os Conselhos de Cultura, Fóruns, Redes, Consultas públicas e etc, e o que mais criarmos para que seja efetiva - e real - a escuta a sociedade.

Mas outras questões se colocam ainda complexas nesses novos tempos, e com outras responsabilidades também, afinal, esse Governo é de continuação ao anterior e não de um projeto oposicionista.

Novos marcos regulatórios, que interagem com os novos tempos, como o da Comunicação e as questões relativas à Banda Larga. Batalhas apenas iniciadas, como a do resgate do papel do estado como financiador da cultura, através de uma reforma da Lei Rouanet e do debate entorno do Pro Cultura e as mudanças propostas na Lei de Direitos Autorais, protegendo os criadores e ao mesmo tempo interpretando e resolvendo a equação da garantia da utilização por interesse público.

Caminhar para a efetivação do que a sociedade brasileira apontou e efetivou como seu plano de vôo na área cultural, o Plano Nacional de Cultura. Fortalecer as bases para a efetivação de políticas públicas de forma participativa e democrática, pelo fortalecimento do pacto federativo da cultura, sem ingerências político-ideológicas, pelo Sistema Nacional de Cultura. Fazer o debate necessário sobre a economia da cultura, contrapondo a lógica do grande capital, que por sua vez se traduz na lógica da cultura ‘pensada’ como mera instrumentação da esfera econômica.

Não pretendo responder a questões neste texto, apenas destacar pontos que considero mais importantes que a prática beligerante que se coloca no período e me colocar no campo dos que querem continuar caminhando e não seguem à toa...


2: Desmantelamento da Rede de Museus do Estado do RJ

Por Adua Nesi

A quem interessa o desmantelamento do primeiro sistema de museus do Brasil, modelo agora implantado em todos os estados e municípios? Chamava-se FEMURJ - Fundação de Museus do Estado do Rio de Janeiro e foi fundada em 1975, com sede própria na Urca. Era constituída de 13 museus, a saber: Museu da Imagem e do Som, Museu de Artes e Tradições Populares, Museu Antonio Parreiras, Museu Histórico do Estado, Museu do Primeiro Reinado, Museu Carmen Miranda, Museus dos Teatros, Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, Museu dos Esportes, Casa Oliveira Viana, Casa Casimiro de Abreu, Casa Euclides da Cunha e Casa França - Brasil.

No momento, no sistema só restam 06 museus: Museu Antonio Parreiras, Museu Histórico do Estado, Casa de Oliveira Viana, Museu do Primeiro Reinado, Museu Carmen Miranda, e Museu dos Teatros. Porém, 03 desaparecerão.

O Museu do Primeiro Reinado, sem consulta prévia aos moradores, pagadores de impostos, está se transformando em Museu da Moda. Cravado no Bairro Imperial de São Cristovão, tinha por finalidade estudar um período ainda pouco conhecido. Não podemos pular os anos históricos que nos formaram, como se nunca tivessem existido. Não devemos esquecer a memória de época tão importante na formação de nosso povo. A que propósitos servirá o Museu da Moda? Não poderia ser implantado em outro prédio? Porque despir uma santo para vestir outro? Seu acervo é composto de mobiliário, objetos artísticos, documentação e iconografia relacionada à história do Primeiro Reinado. Foi dos primeiros museus a se relacionar estreitamente com a comunidade em que estava inserido, do qual recordamos exposições com fotos de moradores antigos do Bairro, como as comunidades portuguesa e italiana.

O Museu Carmen Miranda será diluído dentro do futuro Novo MIS, deixando de ter vida própria. É muito visitado e pesquisado por público interno e principalmente estrangeiro. O mito Carmem Miranda atravessa fronteiras e merece sede nova. Certamente deveria ser melhor alocado, mas em prédio só seu, para expor seu imenso acervo que não é mostrado em plenitude, por total falta de espaço. É composto de vestuário, objetos de uso artístico e pessoal, iconografia e documentos sobre a grande artista.

O Museu dos Teatros aparentemente será extinto, indo 30% do acervo para a Fundação Teatro Municipal e o restante para o Novo MIS. Foi criado para contar a história de nossos artistas tão valorosos e tão esquecidos após seu desaparecimento. Possui um rico acervo textual e iconográfico, onde podemos encontrar os estudos realizados pelo consagrado artista Eliseu Visconti para a decoração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Mais tarde, incorporou, além de documentação referente a teatros de outros estados, numerosas peças de antigos teatros do Rio de Janeiro, hoje desaparecidos como o Lírico, São Pedro de Alcântara e o Fênix. Atualmente, conta com um acervo de cerca de 36 mil peças: pinturas, esculturas, cartões postais, desenhos, manuscritos, programas e fotografias, além dos trajes usados em cena por artistas como Cacilda Becker, Henriette Morineau, Fernanda Montenegro, Eva Todor, Berta Rosanova, Violeta Coelho Neto, Titta Ruffo e Bidu Sayão.

Nada contra modernizações, transformações e adaptações. O que realmente incomoda a classe museal e a comunidade em geral, é a falta de transparência com o acervo público. Cadê os projetos? Porque se trabalhar em surdina? Afinal, assim como a praça é do povo, os museus também o são.

Adua Nesi – Museóloga - COREM 2a. R. 093 (RJ-ES-MG)

Fonte: - Folheto Institucional - FEMURJ - anos 70
- Catálogo da Expo "Coleções do Governo do Estado" - 1998
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Notas:
1: Aracy de Almeida é homenageada em exposição em Niterói
Nós do CPC, junto com o Centro Cultural Abrigo de Bondes, seguimos na homenagem a Araca, através da exposição “Aracy de Almeida – 1914/1988: A Realidade do Samba”. A mostra, que também inicia as comemorações pelos 10 anos de existência do Centro Popular de Cultura Aracy de Almeida (11/06/2011) é composta por fotos da artista em diversos momentos de sua carreira, cedidas pelo Jornal Tribuna da Imprensa, além de capas de discos, revistas, livros, publicações com entrevistas e matérias sobre Aracy, e um painel com frases da cantora.
Serviço:

Exposição “Aracy de Almeida – 1914/1988: A realidade do samba” – Centro Cultural Abrigo de Bondes - Visitação: até 30 de junho – gratuita - Horário: de terça a sexta-feira, das 11h às 17h; sábados, das 12 às 16 horas
Local: Espaço Antônio Callado - Centro Cultural Abrigo de Bondes- Rua Marquês do Paraná, 100, Centro – Niterói – Tel. : 2620-8169
2: Cia Ensaio Aberto

A exposição Ensaio Aberto 18 anos, comemora os 18 anos de militância cultural, artística e política e apresenta, por meio de recursos multimídia, a trajetória da Ensaio Aberto desde a estreia de “Cemitério dos Vivos” (baseado no grande Lima Barreto), no Palácio da Praia Vermelha, em janeiro de 1993, até a conquista do Armazém da Utopia, reunindo fragmentos de cenários, objetos de cena, fotografias e as imagens históricas dos 19 espetáculos criados pela companhia, entre eles “Companheiros”, “Bósnia, Bósnia”, “Missa dos Quilombos” e “Olga Benário: um breve futuro”. A mostra conta ainda com performances dos atores do núcleo artístico da companhia interagindo com o público e com o projeto cenográfico criado por Rosa Magalhães. A curadoria do conteúdo é do diretor e fundador da companhia Luiz Fernando Lobo. Durante a exposição, o público poderá confraternizar com a Companhia Ensaio Aberto no bar do “Havana Café”.
Temporada da Exposição: Até 3 de julho (sextas ,sábados e domingos, das 17 às 20h)
Endereço: Av. Rodrigues Alves, s/n – Centro - Armazém 6 – Cais do Porto
Agendamento grupos: ensaioaberto.publico@gmail.com
Informações: 2516-4893/2516-4857
Capacidade: 200 pessoas Classificação indicativa: livre Entrada Gratuita

terça-feira, 3 de maio de 2011

Boletim CPC - Ano VI – nº. 86 – 03/05/2011

Nesta edição: Destaque Aracy de Almeida é homenageada em exposição em Niterói * Políticas Culturais: 1 - Cronograma da revisão da Lei de Direitos Autorais; 2 – Araruama/RJ rumo ao Plano e Sistema Municipal de Cultura; 3 – Deputado Vicente Cândido PT/SP apresenta dois projetos para a área cultural; 4 - Kits do projeto Mestres Griôs do Brasil chega às entidades culturais e educacionais brasileiras; 5 – Entidades do movimento negro querem discutir a situação do Centro Cultural José Bonifácio/RJ. * Editais: Casa Rui tem edital aberto para bolsas de pesquisa * Opinião: Roberta Martins escreve sobre políticas culturais na cidade do Rio de Janeiro * Diana Aragão: 1 – Telma Tavares canta Gonzaguinha; 2 – Festival do Cinema Brasileiro de Paris; 3 – Filme sobre Nana Caymmi * Notas: 1 – 100 anos de Vó Maria; 2 – Mães com cidadania em Caxias; 3 - 6º Circuito Mix de Esquetes em Nova Iguaçu; 4 - Fórum de Música RJ elege coordenação; 5 – Solidariedade aos músicos demitidos da OSB; 6 – Sintcon tem noite Black em 13 de maio; 7 – 70 anos de Eliomar Coelho. - ...................................................................................................................................................
Em destaque:
Aracy de Almeida é homenageada em exposição em Niterói
Nós do CPC, junto com o Centro Cultural Abrigo de Bondes, estamos prestando uma homenagem a Araca, recebendo a partir da próxima quarta, 04 de maio, no Espaço Antonio Callado, a exposição “Aracy de Almeida – 1914/1988: A Realidade do Samba”. Na abertura, às 19h, teremos um pocket-show com a cantora Gil Miranda, membro do CPC e um coquetel, ambos para convidados – mas os nossos amigos e colaboradores podem entrar em contato conosco ou irem direto ao evento que teremos os convites.
A mostra, que também inicia as comemorações pelos 10 anos de existência do Centro Popular de Cultura Aracy de Almeida (11/06/2011) é composta por fotos da artista em diversos momentos de sua carreira, cedidas pelo Jornal Tribuna da Imprensa, além de capas de discos, revistas, livros, publicações com entrevistas e matérias sobre Aracy, e um painel com frases da cantora.
Serviço:

Exposição “Aracy de Almeida – 1914/1988: A realidade do samba” – Centro Cultural Abrigo de Bondes
Visitação: de 05 de maio a 30 de junho – gratuita
Horário: de terça a sexta-feira, das 11h às 17h; sábados, das 12 às 16 horas
Local: Espaço Antônio Callado - Centro Cultural Abrigo de Bondes- Rua Marquês do Paraná, 100, Centro – Niterói – Tel. : 2620-8169
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Políticas culturais:
1: Ministério da Cultura divulga o cronograma da última fase da revisão da Lei de Direitos Autorais
Desde o último dia 25 de abril e até 30 de maio, o anteprojeto (APL) que modifica a Lei de Direitos Autorais receberá contribuições da sociedade, visando aperfeiçoar o texto e contemplar os diversos interesses e relações que o polêmico tema suscita.
O MinC elaborou ainda uma Tabela comparativa com Lei 9.610/98, APL levado à consulta pública e APL construído depois da consulta pública 2010, que está disponível, assim como o cronograma do período em: http://www.cultura.gov.br/site/2011/04/20/ultima-fase-da-revisao-da-lda/

2: Mais um município fluminense inicia a construção de seu Plano e Sistema Municipal de Cultura

A Prefeitura Municipal de Araruama - RJ, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, realizou no último dia 27 de abril, no Teatro Municipal de Araruama, o primeiro encontro público para a construção dos dois importantes instrumentos estruturantes da área cultural na cidade. Para coordenar o processo, junto com Ricardo Adriano – Sub-secretário de Cultura, foi convidada a consultora Cleise Campos.

Agenda dos encontros do PMC de Araruama: 18/MAIO, às 19h, Distrito de Iguabinha- Associação de Moradores, 25/MAIO, às 19h, Distrito de Praia Seca – Praça Escola, 15/JUNHO, às 19h, Distrito de Morro Grande – Casa da Cidadania, 12/JULHO, às 19h, Distrito de São Vicente – Colégio Cenecista de São Vicente, 17/AGOSTO, às 19h, Primeiro Distrito – Teatro Municipal, 14/SETEMBRO, às 19h, Palestra: Conselho de Cultura e Fundo de Cultura, atribuição e funcionamento.

Para os moradores da região ou que conheçam pessoas lá e possam divulgar, ou para mais informações do processo: cultura@araruama.rj.gov.br ou araruamacultura@gmail.com.


3: Deputado Vicente Cândido PT/SP apresenta dois importantes projetos para a área cultural
O deputado paulista apresentou em 14/04 na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 1096/2011, que regulamenta as manifestações culturais de rua. A proposta garante aos artistas de rua o pleno exercício de suas atividades, resguardando os mesmos de qualquer tipo de censura a sua liberdade de expressão.
Essa iniciativa responde as restrições impostas à classe artística nos últimos meses na capital paulista. Com o pretexto de coibir o comércio ambulante ilegal, a prefeitura e o governo do estado de SP, deram início a uma série de operações para reprimir as manifestações artísticas. Este quadro paulista repete-se também aqui no Rio de Janeiro e em outras cidades (vide o exemplo recente do artista Getúlio Damásio em Santa Teresa, no qual a Prefeitura do Rio voltou atrás).
Em 13 de junho às 19h, em um local do Méier a ser confirmado, o Núcleo Boa Praça realizará o seminário: Arquitetura da Cidade - Espaços públicos para fruição artística e Ordem Pública e livre acesso da cultura. O CPC estará lá com seu coordenador Flavio Aniceto em uma das mesas. Divulgaremos os detalhes mais ao evento.
Outra proposição de Cândido é a (PEC 08/2011) que tem como objetivo desonerar as entidades sem fins lucrativos do segmento Cultural e dos Esportes. Na Câmara, o deputado vai pedir o apoio da Frente Parlamentar em Apoio à Cultura, da qual é membro. Mais informações em: http://www.vicentecandido.com.br

4: Kits do projeto Mestres Griôs do Brasil chega às escolas brasileiras

Chega ao circuito educacional mais uma contribuição para o efetivo cumprimento da Lei 10.639 de 2003, que obriga o ensino da história e da cultura afro-brasileiras nas escolas: os kits do projeto Mestres e Griôs do Brasil, material que será entregue em bibliotecas, universidades, associações e instituições que valorizam o patrimônio imaterial do País.

Constituídos por dois DVDs, os pacotes exibem programas interdisciplinares de televisão sobre aspectos culturais afro-brasileiros. Mais informações: http://www.palmares.gov.br/

Em tempo: os Griôs são povos que carregam o dom da oratória e transmitem sabedoria popular com facilidade. Meio nômades, são líderes de grupos culturais, geralmente músicos e poetas de cultura popular, na maioria de origem negra, como capoeiristas, congadeiros e jongueiros.

5: Centro Cultural José Bonifácio
Foi criada na semana passada, a Comissão Pró-José Bonifácio, com representações de diversos grupos e entidades do movimento negro, com o objetivo de discutir a situação do Centro Cultural José Bonifácio.
O Centro Cultural, que se situa na Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro é referência da cultura afro-brasileira, tido como único no gênero na América Latina. O mesmo é responsável pelo acervo da religiosidade de matriz africana que por muitos anos esteve sob a guarda da Polícia Militar, sendo entregue no ano passado ao Movimento Negro e depositado naquele espaço. A primeira ação da comissão será na próxima 4ª feira - dia 04/05 - 17h, em uma agenda com a Comissão de Cultura da Câmara dos Vereadores, com o Presidente Paulo Messina –PV/RJ, com o objetivo de chamar uma audiência pública sobre o centro cultural.
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Editais:
1: A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) lançou edital oferecendo bolsas de pesquisa na área cultural:
As bolsas variam desde a iniciação científica, de desenvolvimento tecnológico e até bolsas para doutor júnior. As áreas disciplinares incluem um largo espectro das ciências humanas e das sociais aplicadas, além de letras e artes, museologia, arquivologia, biblioteconomia, arquitetura e conservação e restauração. Existem pesquisas específicas de políticas culturais, a cargo de Lia Calabre e Mauricio Siqueira, referências na área.
As inscrições vão até 25 de maio, o edital completo e mais informações em: http://www.casaruibarbosa.gov.br/interna.php?page=materia&ID_S=9&NM_Secao=not%C3%ADcias&ID_M=1998 ................................................................................................................................................
Opinião:
O Rio de Janeiro continua lindo... o Rio de Janeiro continua sendo...
Por Roberta Martins
Adoro esse elogio em forma de música, bem, eu e o povo de Realengo, a torcida do Flamengo, a moça da favela, todo mundo da Portela... e demais citados que por essa música recebem o abraço de Gilberto Gil, resumido na afirmação de que O Rio de Janeiro continua lindo. Peço emprestado ao compositor, o tom carinhoso que ele utiliza, para afetuosamente ponderar sobre a cultura no Rio, mais especificamente acerca das políticas culturais da cidade.
O que me inquieta não é a produção cultural, nessa praia o Rio de Janeiro continua sendo. Aqui, a chapa é quente de culturas produzidas e vividas e o lugar da produção especialíssimo. Pelo grande número de artistas, intelectuais, pesquisadores, poetas, e por aí vai. Caldeirão em que fazedores de cultura inventam e recriam suas sonoridades, letras, artes, imagens. Muito menos a afirmação das identidades, proporcionadas por expressões como funk e hip-hop, ou pela ‘vida viva’ que expressões culturais tradicionais demonstram, como quadrilhas juninas, jongos, festas religiosas. Isso sem falar do samba, marca identitária e um dos símbolos da cidade, do Rio de Janeiro, fevereiro e março. Tudo filmado, fotografado ou porque não, grafitado e disponível na rede, ao alcance de todos a um clique no mouse.
Estranhamente a esse clima fervido de tamanha intensidade, e também à nossa fama de questionadores e críticos. Nem que seja no cultivo de um dos mais importantes hábitos da cidade, o exercício da conversa na mesa do bar mais próximo, que tem como resultado a famosa filosofia de botequim, ou a mais recente das formas de debate e participação: a interação em redes sociais, que resulta nas mais apaixonadas defesas de teses digitais. Estranhamente... não se vêem muitos debates focalizando políticas públicas de cultura no âmbito da cidade.
Os grandes debates que temos presenciado (muitos) e participado (alguns), tratam dos fazeres culturais, das novidades criadas por grupos de afinidade, das inúmeras atividades realizadas Rio de Janeiro adentro. O que está na moda na correspondente estação, quem ou o que está causando, a eleição do que é imperdível de ver, fazer ou estar. Por outro lado... em se tratando de políticas culturais, são apontados como tema as questões diretamente relacionadas ao geral. Nesse nível, o da ‘grande política’ cultural, existe o debate. Um bom exemplo é o interesse que despertou a troca da guarda no Ministério da Cultura, que provocou brados por parte de muitas entidades da cidade.
Mesmo os partidos de esquerda que tem formulações a cerca da área cultural têm dificuldades em superar essa interpretação da cultura. Cabe observar que no campo da elaboração dos partidos com atuação na área da Cultura, temos em nossa cidade a atuação no legislativo municipal do PSOL e do Partido dos Trabalhadores, com vereadores que reconhecidamente têm atuação na área. Atualmente compõem o louvável esforço de construção da Frente Parlamentar de Comunicação e Cultura da Cidade, porém, até a conclusão desse texto, o debate travado priorizou questões gerais, como a Democratização dos Meios de Comunicação, questão justa, com clara interface com as questões da Cultura na cidade, mas ainda assim, replicando o debate e a lógica de um debate que parte da demanda do (plan)alto e não da escuta da cidade.
No momento em que dirigentes do Ministério da Cultura são alvos de tantas críticas nos espaços de debate, nada questionamos aos nossos dirigentes municipais. Ao passo que há tanta mobilização para a ampliação de Pontos de Cultura, e outras políticas culturais por parte do MinC, nada reivindicamos a Secretaria Municipal de Cultura e mais, sequer a mencionamos. Em minha avaliação, revela-se um paradoxo sobre a maneira com que os agentes sociais cariocas, mesmo criativos, mostrando-se realizadores constantes e audazes, provando-se críticos e mobilizados encaram a política cultural no município. O carioca se revela tímido no debate sobre a política de cultura da sua própria cidade.
Sem medo do exagero, sigo o Economista Mauro Osório quando diz que "Os cariocas "mais provincianos" pensam o Brasil, e os "mais cosmopolitas" pensam o mundo".
A certeza do carioca (ou da maioria de nós) é de que o Rio será a eterna capital, mesmo depois de 50 anos da mudança da capital federal para o planalto central. E como não desencarna o espírito, tendemos a repetir em muitas reflexões a lógica da centralidade, lendo o restante do país, a partir de si – vinde a mim, os artistas e as tendências, e serás veiculado em cadeia nacional - olhando a nossa história, irradiada pelas Ondas da Rádio Nacional na era Vargas, pela difusão da televisão...
É como se compreendêssemos como menos importante a política pública implementada no município, como se o exercício da democracia e da participação fossem importantes e eficazes apenas se vistos a partir de Brasília.
No plano local, Chacrinha poderia continuar dando as ordens no terreiro, desde que realizados eventos. As viradas culturais, que aparentemente proporcionam oferta cultural ao alcance de todos, um dia ao mês em que peças teatrais estejam disponíveis a um real, um show na praia, as oficinas para os ‘pobres’, exposições, bienais, patrocínio de festivais...
Evidentemente, carrego as tintas nessa breve observação. Muitos são os que valorizam o papel das cidades e as compreendem como importantes como lugares de promoção de políticas culturais. Acredito que há muitos como eu, que compreendem estar na hora de tomar a cidade como prioritária no debate de políticas públicas de cultura, o que é mais amplo do que encará-la apenas como o lugar de aplicação da política e sua efetiva execução. Por isso é preciso pensar, debater, e definir uma política municipal de cultura em nossa cidade.
Chamo a atenção de que no caso de nosso Rio, vale uma chamada, um Alô Rio de Janeiro! Em que pese a realização da 1º Conferência Municipal de Cultura em 2009, em resposta a demanda e a pauta federal em torno da 2ª Conferência Nacional de Cultura, e a elaboração de diretrizes a partir dos debates públicos como resultado da mesma, a conversa sobre políticas públicas municipais anda fraca. A eleição do Conselho Municipal de Cultura (que seria um resultado concreto da Conferência Municipal e das políticas de democratização da gestão apontadas durante o encontro) não foi a frente, e não se discute (ou pouco se conversa...bem pouco!) sobre política de cultura com o executivo municipal. As ações ou programas por parte da Secretaria Municipal são desarticulados, sem planejamento e aparentando que o lugar de elaboração da política cultural é apenas ‘A’ Secretaria e a prioridade da cidade, o investimento nos "templos-locais" da cultura, podemos citar como exemplo a Cidade da Música e o Museu da Zona Portuária. Secundariamente e em situações específicas, como o carnaval, há o foco nas ruas, mas esse, a cargo da Riotur, revelando outra característica da política pública da cidade do Rio de Janeiro, a superioridade de uma visão turística em relação a cultural e não uma complementaridade interpretativa e de ações. Sem contar, a ausência de política cultural para os bairros, revelando as posições de privilégio no espaço da cidade.
Essa observação a cerca do poder público municipal, é uma permanência, persistindo e independendo do titular da pasta da Cultura: intelectuais, como Arthur da Távola, representantes da visão neoliberal da cultura, como Helena Severo e Ricardo Macieira. Quadro esse que não foi revertido sequer pela presença durante cerca de dois anos de quadros do PC do B na Secretaria Municipal de Cultura, com a insuspeita Deputada Jandira Feghali – ora presidenta da Frente Parlamentar Mista pela Cultura – e depois pela experiente produtora teatral e professora de gestão cultural, Ana Luisa Lima.

Muito justamente, é preciso olhar a Cidade em sua grandiosidade, e destaco principalmente a preparação para receber os grandiosos eventos em um curto espaço de tempo, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Mas, essa mirada, pode e deve ser complementar ao pensamento e ações voltadas para todo o município e seus habitantes, e não a que priorize alguns segmentos. Um passo fundamental para isso é reconhecer o Rio de Janeiro em sua multiplicidade, como nos aponta o Profº Jorge Luiz Barbosa, “É preciso reconhecer que a cidade é produto da diversidade da vida social, cultural e pessoal. Isto significa dizer que a cidade deve ser pensada, tratada e vivida como um bem público comum, e não como um espaço de desigualdades.”
Dessa forma, o olhar vai além do que o poder público municipal consegue enxergar sozinho. As lentes necessárias para melhorar essa visão, que poderão ampliar o quadro da política pública municipal de cultura, seu escopo e raio de ação, somente será dado, a partir do debate e mobilização dos agentes culturais da cidade. Sigo na força da música e como o poeta, digo que Meu caminho pelo mundo Eu mesmo traço. Nesse caso, nós.
Aquele Abraço!
Roberta Martins. ..............................................................................................................................................
Dicas da Diana Aragão:
1: Telma Tavares em “Gonzaguinha, 20 anos de saudade”
Fã ardorosa do grande artista que nos deixou tão precocemente, Telma Tavares, volta e meia, dá um tempo nas apresentações de rotina e retoma um dos seus shows mais aplaudidos para homenagear o ídolo Luiz Gonzaga Jr. Desta vez, numa ocasião até mais emblemática porque o espetáculo está inserido na série intitulada "Gonzaguinha, 20 anos de saudade" que o Centro de Artes Calouste Gulbenkian, em conjunto com a Secretaria Municipal de Cultura do RJ, promoverá no Teatro Gonzaguinha, no dia 05 de maio, às 19 horas. O artista, que nos deixou em 29 de abril de 1991, será homenageado por Telma com interpretações de alguns dos seus maiores hits de carreira, como: "Explode Coração", "Sangrando", "O que é, o que é", "Lindo lago do amor", "É", "Começaria tudo outra vez", "Sangrando" e "Forró do Gonzagão.

O show de Telma Tavares, "Gonzaguinha, 20 anos de saudade", no Teatro Gonzaguinha, terá ingressos a preços bem populares: R$20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Com direção musical de Tuca Alves, Telma será acompanhada pelos músicos: Marcelo d`Luk (violão/guitarra), Fred (violão/ cavaquinho), Mafram (percussão) e Marcos Trança (percussão).

A cantora, que ganhou as rádios com algumas de suas composições gravadas por Alcione (como a canção "Acesa" que titula os mais recentes trabalhos da Marrom), está finalizando o segundo álbum, "Veia Mestiça". O CD, totalmente autoral e fruto de parcerias com autores talentosos como Roque Ferreira, Paulo César Feital, Délcio Carvalho e Tainã Uarani, tem participações especiais de Alcione, Lecy Brandão e de Roque Ferreira. "Veia Mestiça", apesar de ainda não ter sido lançado, já traz faixas gravadas pela própria Alcione ( "Corpo Fechado", "Nair Grande - a bambambã do fuzuê" e "Agarradinho").

2: Festival do Cinema Brasileiro de Paris

A 13º edição do Festival do Cinema Brasileiro de Paris acontecerá na sala de exibição Nouveau Latina, de 4 a 17 de maio exibindo filmes inéditos, encontros com diretores, debates e retrospectivas. Ficções, documentários, clássicos do cinema brasileiro e filmes que só poderão ser vistos em Paris durante o festival. Trinta longa metragens que apresentam ao público francês a diversidade da produção cinematográfica brasileira contemporânea. Esse ano, o festival homenageará duas personalidades cujas obras atravessaram os anos e as fronteiras: Nelson Pereira dos Santos e Jorge Amado. Entre os documentários, foco para o filme do diretor Dacio Malta com Noel Rosa – Poeta da Vila e do Povo com músicas de Zé Renato interpretadas pela cantora Mariana Baltar. O doc será exibido nos dias 14 de maio, às 21h30 com a presença do diretor Dacio Malta, do produtor Roberto Faissal e do diretor musical Zé Renato e segunda 16 de maio, às 12h00 com a presença do diretor Dacio Malta e do produtor Roberto Faissal.

3: Por falar em cinema francês, não deixem de ver outro documentário, este sobre a Nana Caymmi – já em exibição no Rio de Janeiro – dirigido pelo francês Georges Gachot. Vale cada tostão do seu ingresso no ano em que a nossa querida cantora completou 70 anos e nos dará de presente disco novo.
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Notas:
1: Vó Maria, faz 100 anos!
Maria das Dores Santos, a nossa Vó Maria, nasceu em Mendes, interior do Rio de Janeiro, em 05 de maio de 1911. Na década de 30, casa-se pela primeira vez com Maciel Francisco dos Santos ficando viúva, antes de sua única filha, Nilza, completar 3 anos.

Casa-se pela segunda vez com o jornalista João Conceição e sua casa transforma-se num dos palanques do Movimento Negro, tendo passado por lá o Senador Abdias do Nascimento, o Sociólogo Guerreiro Ramos, o pesquisador Haroldo Costa, a Advogada Sebastiana Arruda, dentre outros. Nesta ocasião Nilza, filha de Vó Maria, conhece Lygia Santos, filha de Donga que através de sua amizade, unem as famílias.

Na década de 60 Vó Maria, já desquitada, e Donga, compositor de "Pelo Telefone" (1º samba gravado), reencontram-se e casam-se, unindo, definitivamente, as duas famílias. A sua casa, ao longo dos 15 anos em que conviveu com Donga, registrou encontros de rara beleza da música popular brasileira - sambas, choros - tendo por lá passado Pixinguinha, João da Baiana, Martinho da Vila, Clara Nunes, João Nogueira, Xangô da Mangueira, Aniceto, Jorginho Peçanha, Walter Rosa, e muitos outros que resistiam e continuam resistindo para preservar a nossa cultura. Aos 89 anos participa da roda de samba Segunda dá Samba, organizada por Zilmar Basílio na primeira vez que Vó Maria canta para um público de mais de 100 pessoas. Foi aplaudidíssima.
Aos 90 anos torna-se presença constante nas Rodas de Samba do MIS onde sempre foi convidada pela então Presidente da instituição, Marília Barboza a dar uma canja .

Em 2003, Vó Maria grava o seu primeiro CD financiado pelo Fundo Nacional de Cultura/Ministério da Cultura, editado pelo Instituto Cravo Albin, tendo como produtora artística Marília Barboza e direção musical de João de Aquino.

Em 14 de janeiro de 2004, Vó Maria submeteu-se à prova da Ordem dos Músicos tendo sido aprovada com nota 10, por unanimidade. Neste mesmo dia sindicalizou-se no Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro.

No dia 09 de maio de 2004, Vó Maria realizou o seu maior sonho, o de ser homenageada, em praça pública em sua cidade natal, Mendes. A homenagem fez parte do Projeto Flores em Vida, da Fundação Cultural de Mendes, e foi realizada pela Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico, sob o patrocínio da Prefeitura Municipal.
O seu centenário será comemorado em 05 de maio, 18h30, com uma missa aberta na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé – Rua Primeiro de Março – seguida de uma recepção para convidados em um clube da cidade.
Viva Vó Maria! Um exemplo para todos nós.
2: Mães com Cidadania em Duque de Caxias/RJ
A Organização Cultural Remanescentes de Tia Ciata, dirigida pela nossa parceria Gracy Mary Moreira, organiza nesta sexta, 06/05, das 9h às 16h, na Rua Frei Fidélis, s/nº, Centro/DC, uma homenagem as mães da cidade, com uma série de serviços estéticos como corte de cabelo, tranças afro, modelagem em sobrancelhas, visando aumentar a autoestima das mulheres e ainda orientações de higiene pessoal e emissão de carteiras de trabalho. O evento tem apoio de diversas instituições, como a Prefeitura daquele município e a Petrobras.
3: 6º Circuito Mix de Esquetes em Nova Iguaçu/RJ
No sábado, 07/05, a partir das 10h da manhã, os organizadores do circuito prometem parar o centro de Nova Iguaçu, junto com o teatrólogo Amir Haddad (criador do grupo Tá na Rua, entre outras muitas ações na área) e outros duzentos artistas, os organizadores tomarão as ruas com cortejo e a mostra não competitiva de Esquetes.

A programação segue nos dias 13, 15, 20, 21 e 22 de maio quando acontecerá a mostra competitiva na unidade Sesc Nova Iguaçu. A realização é da Fábrica de Atores e Material Artístico (Projeto F.A.M.A.)

4: Fórum de Música RJ elege coordenação

No último dia 26, 84 músicos compareceram a Sala Funarte Sidney Miller para participar da eleição de seu fórum, com duas chapas concorrentes. Compõem a coordenação: Beto Gaspari, Rolo, Cláudio Salles, Carlos Dafé, Celso Santana, Leny Bello, Patrícia Boechat e Ricardo Moreno, da chapa “Músicos em Ação”, que ganham a expressão dos músicos independentes e a força dos movimentos como o Jabasta, Pontos de Cultura, Couvert Artístico, Casa do Músico e Pela Dignidade dos músicos, JÁ.
Boa sorte ao grupo na luta pela música.

5: Nosso apoio aos músicos demitidos da OSB

Lamentamos a decisão da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira - FOSB de demitir 36 componentes da orquestra. A decisão da FOSB de submeter os músicos a avaliações de desempenho detonou uma crise interna. Muitos destes profissionais tocam na OSB há mais de 25 anos. Os demitidos tentaram de todas as formas, negociar com a fundação, mas esta se mostrou irredutível. Uma pena não só para a música, mas para a cidade e o país.

6: 13 de maio – Consultoria Cultural em ritmo Black Music

Em mais uma edição do projeto Consultoria Cultural, do Sindicato dos Trabalhadores em Consultoria de Engenharia e Projetos do Rio de Janeiro – SINTCON, teremos em 13 de maio, uma sexta-feira, Dia da “Abolição da Escravatura”, ou “Dia de Preto Velho” uma noite de Black Music, a Roda de Música Preta.

A noite preta reunirá o cantor Blecaute Júnior, as cantoras Gil Miranda e Gilce de Paula (ambas backing vocal de Sandra de Sá e outros nomes do gênero), Roberta Orlans e uma banda capitaneada pelo músico André Henriques.
Dia 13 de maio, 18h30, no Cine Virtual – Rua da Lapa, 197, depois da ACM/UNIGRANRIO, com entrada franca.

7: Eliomar 70 anos

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Nosso querido vereador e amigo Eliomar Coelho Psol/RJ, fundador do CPC e grande apoiador dos movimentos culturais completou em 18/04, 70 anos, a comemoração será no próximo 14 de maio, sábado, a partir das 21h, no Cordão da Bola Preta (confluência das ruas da Relação e Lavradio). Para reforçar a animação, o grupo Forró Descalço abre a noite que terá ainda baile com a Orquestra Revelia e Elisa Addor.

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