quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Edição Especial em comemoração aos 60 anos de nascimento da cantora Cristina Buarque, uma amiga, referência e colaboradora do CPC.

Boletim CPC - Ano V – nº. 78 – 23/12/2010
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Cristina, filha de Maria Amélia Alvim (a Memélia, falecida em maio deste ano) e Sérgio Buarque de Holanda, nasceu em São Paulo, em 23/12/1950, é mãe de cinco filhos e atualmente reside em Paquetá, simpática ilha do centro do Rio de Janeiro.
Nesta edição: Discografia de Cristina * Flavio Aniceto e Roberta Martins escrevem sobre a homenageada

Cristina e os discos
Ter em casa a coleção completa de discos em vinil, cópias amigas e CD´s de Cristina, além de um privilégio é também uma boa peça para analisarmos a evolução (as vezes involução ) do mercado fonográfico e da história social da nossa música.
A primeira gravação dela foi em 1967, no LP coletivo em torno de Paulo Vanzolini, intitulado “Onze sambas e uma capoeira”, produção do lendário e fundamental Selo Marcus Pereira. Vanzolini, amigo da família declarou em uma entrevista que “Cristininha mamou em seu peito”, tamanha a relação entre os pais da cantora Sérgio e D. Memélia e o compositor de “Ronda” e “Volta por cima”, ainda vivo e na ativa como cientista e compositor.
A última gravação, não sabemos, pois a qualquer momento ela pode estar em um coro de algum CD ou show – atualmente retomou um antigo trabalho na banda de Paulinho da Viola, ou em participação especial em projetos de samba e boa música brazuca. Em breve estará em um CD coletivo de músicas inéditas de Wilson Batista.
Abaixo iremos elencar a sua discografia em três sessões: 1º os discos que lançou e estão fora de catálogo; 2º os lançados de 1995 para cá e que são encontrados nas “boas livrarias” do ramo e 3º uma seleção de algumas participações dela em projetos especiais:

1 - Fora de catálogo:

• 1974 - Cristina Buarque - RCA Victor – com as seguintes músicas: Quantas lágrimas – Manacéa, um grande sucesso nas rádios naquele ano, Ao amanhecer – Cartola, Tatuagem – Ruy Guerra e Chico Buarque, Nuvem que passou – Noel Rosa, Cara Limpa – Paulo Vanzolini, Isto eu não faço - Tom Jobim, Confesso – D. Ivone Lara, Nome Sagrado – Nelson Cavaquinho, José Ribeiro e José Alcides, Eu não sou de reclamar - Lupicínio Rodrigues, Comprimido – Paulinho da Viola, Cem por cento (Vinicius de Moraes) e Amor de Malandro (Ismael Silva e Francisco Alves).
• 1976 - Prata e Faca - RCA Victor – com as músicas: Sempre teu amor – Manacéa, Dei-te liberdade – Dona Ivone Lara, Chega de padecer – Mijinha, Amar é um prazer – Antonio Almeida e Zé da Zilda, Resignação – Arnô Provenzano e Geraldo Pereira, Carro de Boi – Manacéa, Abra seus olhos – Paulinho da Viola, Sorrir – Bide e Marçal, Sou em quem dou ordens (Heitor dos Prazeres), Não pode ser verdade – Alberto Lonato, Tua Beleza – Raul Marques e Waldemar Silva e Esta melodia – Bubú da Portela e Jamelão.
• 1978 – Arrebém – Continental – com as músicas: Golpe errado – Geraldo Pereira, David Nasser e Cristovão de Alencar, Vida – Elton Medeiros e Paulinho da Viola, Muito embora abandonado – Mijinha e Chico Santana, Saudades de amar – Francis Hime e Vinicius de Moraes, Você só... mente – Noel Rosa, Coração – Nelson Ângelo e Ronaldo Bastos, Flor da Lapa – César Brasil e Wilson Batista, Juro foi surpresa – Valzinho, Vai que depois eu vou – Geraldo Pereira, Ponto de Fuga – Maranhão.
• 1980 - Vejo Amanhecer – Ariola – contendo as músicas: Bastidores – Chico Buarque, Ironia – Paulinho da Viola, Triste Baía da Guanabara – Cacaso e Novelli, Sim ou não – Djavan, vá trabalhar – Cyro de Souza, Andorinha – Cacaso, Novelli, Cantar – Godofredo Guedes, Sinhá Rosinha – Célio Ferreira e Geraldo Pereira, Duro com duro – Ary Barroso – A madrasta – Cacaso e Novelli, Vejo amanhecer – Noel Rosa e Francisco Alves e Canção da América – Milton Nascimento e Fernando Brant.
• 1981 – Cristina – Ariola – com as músicas: O meu guri – Chico Buarque, Vida de Rainha – Alvaiade e Monarco, Marido da orgia – Cyro de Souza, Perversa – Aldir Blanc e João Bosco, Pela décima vez – Noel Rosa, Cem por cento – Vinicius de Moraes, Quando a polícia chegar – João da Baiana, Quando quiseres – Manacéa, Outra você não me faz – Dona Ivone Lara, Flor do lodo – Ary Mesquita, Foi uma pedra que rolou – Pedro Caetano e Canção das infelizes – Donga e Luiz Peixoto.
• 1985 - Cristina e Mauro Duarte – Coomusa – com as músicas: Sorri de mim – Walter Alfaiate e Mauro Duarte, Vazio – Elton Medeiros e Mauro Duarte, Timidez – Noca da Portela e Mauro Duarte, Monograma – Cristóvão Bastos e Paulo Cesar Pinheiro, Pra que, afinal? – Adélcio de Carvalho e Mauro Duarte, Lá se foi – Carlinhos Vergueiro e Mauro Duarte, Lama – Mauro Duarte, Quantas lágrimas – Manacéa, Nunca mais – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Reserva de domínio – Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte, Papagaio falador – Bucy Moreira e Geraldo Gomes, Aventura – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Uma canção desnaturada – Chico Buarque, Sacrifício – Maurício Tapajós e Mauro Duarte, A alegria continua – Noca da Portela e Mauro Duarte e Portela na avenida – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro.
• 1994 – Resgate – Saci – contendo as musicas: Amor proibido – Manacéa, Eu perdi você – Aniceto da Portela, Adeus, eu vou partir – Mijinha e Chico Santana, O mau lavrador – Mijinha e Chico Santana, Pedem socorro – Cartola, Samba da ilusão – Paulo César Pinheiro, Carioca da Gema – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Ficará comigo – Nelson Sargento, Quebrei a jura – Milton de Oliveira e Haroldo Lobo – Nunca Mais – Délcio Carvalho e Dona Ivone Lara, Não há mais amor – Aniceto da Portela, Coração Marinheiro – Márcio Proença e Paulo César Pinheiro, Volta para a minha companhia – Mauro Duarte, Violão Amigo – Walter Alfaiate e Mauro Duarte, Eu pensei – Adélcio de Carvalho e Mauro Duarte e Eu vou embora – Mauro Duarte.

2 – CDs que são encontrados na Internet e nas melhores “livrarias” do ramo:

• 1995 - Sem Tostão...A Crise Não é Boato – Canções de Noel Rosa – com Henrique Cazes – Milan – com as músicas: Três apitos – Noel Rosa, Mulato Bamba – Noel Rosa, Saí da tua alcova – Noel Rosa, Para me livrar do mal – Ismael Silva e Noel Rosa, O X do problema – Noel Rosa, Triste cuíca – Hervé Cordovil e Noel Rosa, Quando o samba acabou – Noel Rosa, Você por exemplo – Noel Rosa, Tudo que você diz – Noel Rosa, Cordiais saudações – Noel Rosa, Quem dá mais – Noel Rosa, Faz três semanas (Paródia da suçuarana) – Heckel Tavares, Luiz Peixoto e Noel Rosa, Sem tostão – Arthur Costa e Noel Rosa, Pela décima vez – Noel Rosa e Cem mil réis – Vadico e Noel Rosa.
• 2000 - Ganha-se Pouco mas é Divertido – Canções de Wilson Batista – Jam Music – com as músicas: Sambei 24 horas – Haroldo Lobo e Wilson Batista, Ganha-se pouco, mas é divertido – Ciro de Souza e Wilson Batista, Eu não sou daqui (Eu sou de Niterói) – Ataulfo Alves e Wilson Batista, Fui eu – “Marina” Batista e Dunga, Boca de siri – Germano Augusto e Wilson Batista, ...E o 56 não veio – Haroldo Lobo e Wilson Batista, Lá vem o Ipanema - "Marina" Batista, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr., Inimigo do batente – Germano Augusto e Wilson Batista, Gênio mau – Rubens Soares e Wilson Batista, Deixa de ser convencida – Wilson Batista e Noel Rosa, pot-pourri: Lá vem Mangueira - Wilson Batista, Haroldo Lobo e Jorge de Castro, Cabo Laurindo - Wilson Batista e Haroldo Lobo, Comício em Mangueira - Wilson Batista e Germano Augusto, Diagnóstico – Germano Augusto e Wilson Batista, Tenho que fugir – Haroldo Lobo e Wilson Batista, Não era assim - Haroldo Lobo e Wilson Batista, pot-pourri: Louco (Ela é seu mundo( - Wilson Batista e Henrique de Almeida, Emília - Wilson Batista e Haroldo Lobo, Oh! Seu Oscar - Wilson Batista e Ataulfo Alves, O bonde de São Januário - Wilson Batista e Ataulfo Alves e Mundo de zinco - Wilson Batista e Nássara.
• 2001 - Sem Tostão...A Crise Continua – Canções de Noel Rosa – com Henrique Cazes – Kuarup Discos – com as músicas: Não tem tradução – Noel Rosa, Tarzan, o filho do alfaiate – Vadico e Noel Rosa, Minha Viola – Noel Rosa, Seu Zé – Noel Rosa, Mas como outra vez – Noel Rosa, Seja breve – Noel Rosa, Nunca jamais – Noel Rosa, Malandro medroso – Noel Rosa, Julieta - Noel Rosa e Erastóstenes Frazão, Polêmica com Wilson Batista 1ª parte: Lenço no pescoço - Wilson Batista, Rapaz folgado - Noel Rosa, Mocinho da Vila - Wilson Batista, Polêmica com Wilson Batista 2ª parte: Feitiço da Vila - Noel Rosa, Conversa fiada - Wilson Batista, Palpite infeliz - Noel Rosa, Polêmica com Wilson Batista, epílogo: Frankenstein da Vila - Wilson Batista, Terra de cego - Wilson Batista, Deixa de ser convencida - Wilson Batista e Noel Rosa, De qualquer maneira – Ary Barroso e Noel Rosa, Meu barracão - Noel Rosa, Feitio de oração - Noel Rosa e Vadico, Quantos beijos – Noel Rosa e Vadico, Você vai se quiser - Noel Rosa, Pra esquecer – Noel Rosa, Você vai se quiser - Noel Rosa, Pra esquecer – Noel Rosa, Com que roupa – Noel Rosa, O orvalho vem caindo – Kid Pepe e Noel Rosa, Até amanhã – Noel Rosa.
• 2007 - Cristina Buarque e Terreiro Grande Ao Vivo – Independente/Tratore – com as músicas: Bloco 1: O meu nome já caiu no esquecimento - Paulo da Portela, Eu não sou do morro - Francisco Santana, Não deixo saudade - Manoel Ferreira e Roberto Martins, Você me abandonou - Alberto Lonato, Quantas lágrimas – Manacéa - Bloco 2: Já chegou quem faltava - Nilson Gonçalves, O mundo é assim – Alvaiade, Jura - Adolfo Macedo, Marcelino Ramos e Zé da Zilda, Meu primeiro amor - Bide e Marçal, A lei do morro - Antônio dos Santos e Silas de Oliveira, Quem se muda pra Mangueira - Zé da Zilda, Assim não é legal - Noel Rosa de Oliveira, Na água do rio - Manoel Ferreira e Silas de Oliveira, Esta melodia - Bubú da Portela e Jamelão, Ando penando - Alcides Dias Lopes, Perdão, meu bem – Cartola, Desperta Dodô - Heitor dos Prazeres - Herivelto Martins, Na água do rio - Manoel Ferreira e Silas de Oliveira, Vou navegar - Ernani Alvarenga- Bloco 3: Inspiração – Candeia, Banco de réu - Alvaiade e Djalma Mafra, Você chorou - Francisco Alves e Sylvio Fernandes, Lenços brancos - Picolino da Portela, Sentimento – Mijinha, Conselho da mamãe – Manacéa, Brocoió - Zé Cachacinha, Quando a maré - Antônio Caetano, Confraternização 1 - Walter Rosa, Bloco 4: Portela feliz - Zé Kéti, Desengano - Aniceto da Portela, A maldade não tem fim - Armando Santos, Embrulho que eu carrego - Alvaiade e Djalma Mafra, Vida de fidalga - Alvaiade e Francisco Santana, Fui condenado - Mijinha e Monarco, Teste ao samba - Paulo da Portela, Tu me desprezas - Paulo da Portela e Cantar pra não chorar - Heitor dos Prazeres e Paulo da Portela.
• 2008 - O Samba Informal de Mauro Duarte – Samba de Fato & Cristina Buarque - Deck Discos – CD duplo - com as músicas: disco 01: Lenha na fogueira – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Sublime primavera – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Carnaval – Mauro Duarte e Adélcio de Carvalho, Acerto de Contas – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Mineiro pau - – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Eu não quero saber – Mauro Duarte, Desde que me abandonou (vinheta) – Mauro Duarte, Falou Demais – Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro e João Nogueira, Samba de botequim – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Compaixão – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Sofro tanto – Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós, A mulher do Pedro – Mauro Duarte e Elton Medeiros, Á água rolou – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Engano – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Não sei – Mauro Duarte e Noca da Portela. Disco 02: O samba que eu lhe fiz – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Dúvida – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Jeito do cachimbo – Mauro Duarte, Mais sem consideração – Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós, Malandro não tem medo – Mauro Duarte e Elton Medeiros, Começo errado – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Lamento negro – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Sonho de criança (estado de coisas) – Mauro Duarte e Noca da Portela, Reza, meu bem – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Sonho e realidade – Mauro Duarte e Edil Pacheco, À procura da felicidade – Mauro Duarte, Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, Samba do eleitor – Mauro Duarte e Adélcio de Carvalho, Morro – Mauro Duarte e D. Ivone Lara, Não sou de implorar – Mauro Duarte, Tempo de amigo – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, Caprichosos de Pilares – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro.
• 2009 – Banda Glória convida Cristina Buarque – Scubidu Records – com as músicas: Meu romance – J. Cascata, Disse me disse – Pedro Caetano e Claudionor Cruz, Não deixo saudade – Roberto Martins e Manoel Ferreira, Bemóis (Inspiração) – Candeia, Um casal que chora – Cartola, Conversa fiada – Geraldo Pereira e Ciro de Souza, Ai de mim – Bide, Salve o Américo – Pedro Caetano e Alcyr Pires Vermelho, Não me olhes assim – Mário Lago e Erasmo Silva,Sim, sou eu – Ataulfo Alves, O morro está de luto – Lupicínio Rodrigues, Chinelo velho- Wilson Batista e Marino Pinto, Parabéns para você – Wilson Batista e Roberto Martins e A água rolou – Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro.
• 2010 – Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia – Independente /Tratore – com as músicas: Samba da antiga – Candeia, Canção da liberdade – Candeia, Nova escola – Candeia, Dia de graça – Candeia, Falsa inspiração – Candeia, Vem prá Portela – Candeia e Coringa, O ideal é competir – Candeia e Casquinha, Portela é uma família reunida – Candeia e Monarco, Brasil panteão de glórias – Candeia, Bubú, Casquinha e Waldir 59, Riquezas do Brasil – Candeia e Waldir 59, Saudade – Candeia e Arthur Poerner, Peso dos anos – Candeia e Walter Rosa, Os lírios – Candeia, Samba na tendinha– Candeia, Que me dão pra beber – Candeia, Meu dinheiro não dá – Candeia e Catoni, Vida apertada – Candeia e Casquinha, Não vem assim (assim não dá) – Candeia, Miragens do deserto – Candeia, Ilusão perdida – Candeia e Casquinha, Já sou feliz – Candeia, Não é bem assim – Candeia, Magna beleza – Candeia e Waldir 59, Amor oculto – Candeia e Picolino, Não se vive só de orgia – Candeia, Deixa de zanga – Candeia, Prece ao sol – Candeia, A hora e a vez do samba – Candeia e Brinde ao cansaço – Candeia.

3: Seleção de participações em produções diversas, a critério nosso:

Disponíveis para compra em lojas, livrarias, internet, sebos ou garimpo:

• (2003) Um ser de luz - saudação à Clara Nunes • Deckdisc • CD
• (2002) Acertos de contas de Paulo Vanzolini • Biscoito Fino • CD
• (1998) Chico Buarque de Mangueira • BMG • CD
• (1985) Nelson Cavaquinho - As flores em vida • Estúdio Eldorado • LP, lançado em CD, é possível garimpando encontrá-lo em CD em algumas casas do Rio de Janeiro e São Paulo.
• (1981) Geraldo Pereira - evocação V • Estúdio Eldorado • LP , lançado em CD, é possível garimpando encontrá-lo em CD em algumas casas do Rio de Janeiro e São Paulo.
• (1979) Clementina e convidados • EMI-Odeon • LP , lançado em CD é possível garimpando encontrá-lo em CD em algumas casas do Rio de Janeiro e São Paulo.
• (1979) Ópera do malandro • Philips • LP
• (1968) Chico Buarque de Holanda volume 3 • RGE • LP lançado em CD.
• (1967) Paulo Vanzolini - onze sambas e uma capoeira • Selo Marcus Pereira • LP lançado em CD é possível garimpando encontrá-lo em CD em algumas casas do Rio de Janeiro e São Paulo.

Fora de catálogo:

• (1995) Estácio & Flamengo - 100 anos de samba e amor • Saci • CD
• (1990) Bloco Carnavalesco Simpatia é Quase Amor - 5 anos de samba em Ipanema • Fama • LP
• (1989) Homenagem a Paulo da Portela • Idéia Livre • LP
• (1988) Candeia • Funarte • LP

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Opinião:

1: Cristina
Flavio Aniceto

Posso estar errado, mas ela é deste tempo e ao mesmo tempo é de outro. Não por acaso, pirulitou-se de mala e cuia para Paquetá, doce ilha da Baía da Guanabara, que resiste em meio ao lodo, ao “progresso” e a miséria social e cultural da região metropolitana do Rio. De lá, no Zarur/Leleta/Paulão, um simpático bar vizinho a sua casa fez seu bunker, e não está só, não só pelo fato de uma de suas filhas residir lá com ela, mas pelos amigos que já tinha na ilha e outros que fez.

Paquetá e Cristina se merecem.
Lá, bem perto do Rio, uma hora e pouquinho de barca se ouve mais os seus interlocutores, fala-se e respira-se mais pausadamente e isso tudo sem sair da cidade do Rio de Janeiro. Cristina é deste lugar, neste tempo, mas também é de outros.

Provavelmente fruto dos sambas e canções que ouvia em casa, pela sua mãe, ou os discos da família, e os muitos amigos que freqüentavam a casa em São Paulo, cito só dois que já resumem a ópera, ou o samba: Vinícius de Moraes e Paulo Vanzolini.

Em torno da obra deste último, foi a sua primeira gravação em LP, depois em um disco de seu irmão, Chico até o sucesso com “Quantas lágrimas”. Daí veio outro tempo, já jovem-adulta relatado na crônica abaixo, de Roberta Martins, sobre a sua ligação com a Portela.

Cristina é de um tempo em que ouvia-se Aracy, Noel, Wilson, Ciro, Ataulfo, e é deste tempo pois ainda hoje, ouve-se estes e outros monstros da MPB: na Lapa, nos cafés e casas em Sampa, em lançamentos diversos, alguns com participação de Cristina, outros com uma “consultoria informal”, pois ela sempre teve muitas coisas guardadas em fitas e rolos e que aos poucos foi socializando.

Sim, e ela é do tempo em que usava-se socializar. Três exemplos disto:

Cantora de fino trato, estilista, correta em suas gravações, poderia seguir este caminho sem susto, mas prefere as participações, grupos e os coros. Mas é por socialização. A sua forte ligação com as primeiras formações da Velha Guarda da Portela, vem também deste ambiente: ali seria mais uma pastora, só não era – de nascença – negra e suburbana como Surica, Doca e Eunice. Ou hoje, quando vemos a sua recente ligação com o grupo de jovens do Terreiro Grande, em SP.
Hoje parece incrível que uma artista de prestígio entre os seus pares, coloque-se lá atrás no coro. Poderia se pensar que era mais certo ela ser convidada dos shows de Paulinho da Viola, e não parte da banda deste. Mas é coerente, sendo Cristina. Os grandes do passado também participavam um dos projetos dos outros. Mesmo que se matassem nos bares e cafés, mas tinham este traço coletivista.

É também socializante a sua participação em inúmeros discos e shows, seja em benefício de um artista do samba doente ou em projetos mais permanentes como a Sociedade dos Artistas e Compositores Independentes, a SACI, liderada por Mauricio Tapajós.

E politicamente, também é socialista em sua adesão ao velho Partido dos Trabalhadores, desde o início, mesmo não sendo filiada formal, mas foi na família – entre seus irmãos, uma vez que os pais são fundadores do mesmo – quem sempre teve esta opção. E continua tendo, o que é mais fascinante, dadas as mudanças que todos nós e o PT passaram.

Mesmo a conhecendo pessoalmente só em 1996, acho que teria várias coisas para falar, entre as que vi daquele ano até hoje, além das muitas que li, ouvi, soube de terceiros, etc. Lembro dela nas saídas do Barbas, das rodas inocentes no Bip Bip, nos shows no finalzinho do Leme, nas primeiras casas da “revitalização” da Lapa, mas talvez algo que junte tudo isso é quando lembro dela, em vários shows entoando os primeiros versos da quilométrica e antológica “O Samba bate outra vez” :

“Odete, Aracy, Dona Yvone, Silvia Telles, Claudete, Simone, Clara, Beth, Elizete, Alcione, Dolores Duran, Clementina, Carmem Costa, Miúcha e Cristina, o samba bate!...”

Que era um sinal de que vinha coisa boa pela frente. E virá, ainda!

Queremos Cristina mais 60 anos! (Ela poderia até adotar, na época futura, o sobrenome Niemeyer, pois com 120 anos ficaria mais adequado, Cristina Oscarina Niemeyer. Ela é uma referência em sua área, como o longevo arquiteto e “comuna” também é ) .

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2: Cristina no quintal

Roberta Martins

Chego no samba e vejo a Cristina. Discreta no quintal de uma casa do subúrbio de Osvaldo Cruz, ela está lá, como se fosse móveis e utensílios do lugar. Acho que ouvi alguém dizer.
- Aquela? É a Cristina Buarque, amiga de muito tempo!

Copo americano de cerveja na mão, usando camiseta, bolsa pendurada no ombro e jeito de quem chega sempre devagar. Está lá, naquele quintal de subúrbio como se fosse o dela. Chora o cavaco, acordes de uma música se inicia. Palmas, vozes de pastoras...ao fundo, uma voz miúda e afinada desfia o repertório com intimidade. É a Cristina, que canta os sambas portelenses!

A intimidade com que circula nesse espaço é a de quem convive com aquelas pessoas a muito tempo, de quem conhece e canta essas canções de longa data. Não é de agora a sua ligação com aqueles compositores, cantores, músicos e pastoras, são de outros tempos suas visitas aos quintais. Vem de longe as conversas, o convívio com os grandes sambistas, as batucadas e a rodas e daí a camaradagem com esses sambistas, de quem vivencia desde os primeiros tempos as atividades da Velha Guarda nos quintais de Osvaldo Cruz.

Firmando mais os olhos é possível perceber que a presença de Cristina naquele quintal, naquela roda de samba, reflete uma história de respeito ao samba. É daquele tipo de intimidade de quem presta atenção, de quem conhece e reconhece a personalidade própria e a identidade daquela produção musical, de quem respeitosa, pesquisou e encontrou muitas pérolas compostas por lá, de quem não se vê maior que aquilo que vê e vive, mas de quem faz parte daquela história.

Desde o século passado vem essa história, Cristina tem seu espaço no quintal, na roda e no coração ... ela conquistou. Agora, lá se vão décadas, sambas, cervas... Mais uma vez ouço alguém responder. - Cristina Buarque? Vem aqui há muito tempo!
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sábado, 18 de dezembro de 2010

notícias 20 de dezembro de 2010

Prezados amig@s, sócios, leitores e colaboradores este é o último boletim do ano de 2010, voltamos em 10 de janeiro de 2011, deixamos vocês em companhia de Mário Quintana e sua mensagem de Boas Festas:
"O Ano Novo ainda não tem pecado:
É tão criança...
Vamos embalá-lo...
Vamos todos cantar juntos em seu berço de mãos dadas,
A canção da eterna esperança."
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Nesta edição:

Políticas públicas: Procultura aprovado na Comissão de Educação e Cultura da Câmara * Pontos de Cultura entregam ao MinC sua pauta política e organizativa * Emílio Kalil é o novo secretário de Cultura do município do Rio * Iphan aponta os novos bens tombados do Brasil * Petrópolis aprova os seus Sistema e Plano Municipal de Cultura e São Gonçalo está em pleno trabalho neste sentido* Editais: MinC prorroga para janeiro a inscrição nos seus editais * MinC divulga a classificação do edital para a Literatura de Cordel * Estado do Rio divulga três editais * Opinião: A ocupação da Vila Cruzeiro e Alemão na visão de quem mora na área: José Roberto Aguiar, Secretário-geral do CPC * Roberta Martins escreve sobre as rodas de samba de rua no Rio * Dicas de Diana Aragão: Fora da Lei, filme argelino estréia no Rio em Janeiro e a programação natalina do Cinema e Educação do CCBB/RJ * Notas: Tânia Malheiros lançou seu primeiro CD * dois novos portais: Produção Cultural no Brasil e Observatório da Economia Criativa
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Políticas Culturais:
1: A Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados aprovou na semana passada a proposta de criação do Programa Nacional de Fomento à Cultura/Procultura, que substitui a discutida, temida e famigerada Lei Rouanet (8.313/91). A proposta estabelece os critérios de distribuição dos recursos originários do incentivo fiscal à cultura.
O Ministério da Cultura pretende dobrar o valor dos recursos de estímulo a projetos do setor no País, após a aprovação final do projeto. A proposta ainda precisa ser analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para o Senado Federal.
A proposta de nova lei irá fortalecer o FNC/Fundo Nacional da Cultura), ao prever
que os recursos destinados aos projetos culturais fiquem concentrados neste e estabelece que 80% dos recursos do fundo sejam destinados aos produtores culturais sem vínculo com patrocinador ou aos Estados e municípios.
O objetivo é reverter o quadro atual quando acredita-se que a maior parte dos projetos culturais não consegue obter patrocínio na iniciativa privada, que costuma privilegiar os espetáculos que tenham grande porte, segundo os critérios dos departamentos de Marketing das grandes empresas – públicas ou privadas. Através do novo modelo, o artista poderá receber o dinheiro sem precisar captar os recursos.
A pagina virtual da Câmara dos Deputados trás mais informações e ainda o acesso ao projeto em sua íntegra, assim como as emendas e modificações propostas:
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/151885-COMISSAO-APROVA-NOVOS-CRITERIOS-PARA-INCENTIVOS-CULTURAIS.html
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2: Representantes da Comissão Nacional de Articulação dos Pontos de Cultura/CNPdC reunidos na cidade de Pirenópolis (GO), entre os dias 26 e 28 de novembro, elaboraram a Carta de Sustentabilidade dos Pontos de Cultura, dirigida ao Ministério da Cultura e a todas as unidades da rede. No documento, elencam uma série de reivindicações que consideram necessárias para a continuidade do projeto. Na ocasião, também constituíram o Conselho Executivo da Comissão.
Entre as reivindicações encaminhadas, destacaram a necessidade da criação de uma lei específica para o Programa Cultura Viva e para a Ação Griô (que trabalha com mestres da cultura popular), com vistas à continuidade do programa e a redução do nível de exigências contratuais na hora da concessão do apoio governamental ao setor.
Segundo o grupo, com o que temos acordo, os Pontos trabalham com “pequenos grupos comunitários, com estrutura muito simples, que não se enquadram no perfil da Lei 8.666, que regulamenta esta área”.
Outra decisão tomada durante a reunião foi a definição do local onde será realizado o próximo Encontro Nacional dos Pontos de Cultura – Teia 2011. Foi escolhida a cidade do Rio de Janeiro!!!, em data ainda a ser marcada.
Ver a Carta em: http://www.cultura.gov.br/site/2010/12/08/pontos-de-cultura-11/
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3: O produtor cultural Emilio Kalil é o novo secretário municipal de Cultura do Rio. A sua posse aconteceu no último dia 09, no Palácio da Cidade. Kalil tem um currículo de produtor admirável, tendo atuado na criação do grupo Corpo, na direção dos teatros municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Pelas declarações dadas aos jornais cariocas, observa-se que a prioridade da sua gestão será a conclusão da “Cidade da Música” e a articulação para realizar eventos, projetos e programas culturais de porte e visibilidade.
Concordamos com parte da pauta, mas infelizmente temos que avaliar a oportunidade perdida nas gestões da deputada federal eleita Jandira Feghali, PC do B/RJ e de sua sucessora Ana Luísa Lima: entendemos que a cidade não deu passos em relação a estruturação do setor. Não tivemos a efetivação do Conselho Municipal de Cultura, assim como do Fundo e da adesão real da cidade ao Sistema Nacional de Cultura.
Pelas declarações de Emilio Kalil e sua própria carreira, não nos parece que sejam estas as prioridades do novo gestor. Retrocederemos aos severos tempos das macieiras?
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4: Nos dias 09 e 10/12, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural Brasileiro, em sua quarta reunião anual, decidiu pelo tombamento de mais onze bens da Cultura brasileira. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura/Iphan/MinC submeteu à apreciação do Conselho centros históricos, peças do patrimônio naval e celebração religiosa da região Nordeste do Brasil, para ingresso na lista dos bens nacionais sob a proteção do Estado.
Foram tombados o Conjunto Paisagístico da Cidade Cárceres/MT; a Igreja Positivista do Rio de Janeiro; o Centro Histórico de Natal; o Centro Histórico de Paracatu/MG; foi estendido o tombamento no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico da Serra da Piedade/MG; o Centro Histórico de São Luiz do Paraitinga/SP; além das embarcações “Luzitânia”, canoa de tolda utilizada na região do baixo rio São Francisco, em Sergipe; “Dinamar”, canoa costeira da baía de São Marcos, no Maranhão; “Sombra de Luz”, saveiro de vela de içar, do Recôncavo Baiano; “Tradição”, canoa pranchão utilizada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina; e a Festa de Sant’ Ana, da região do Caicó/RN.
A partir de agora, os bens tombados passam a integrar o Patrimônio Cultural do país e ficam protegidos, por lei, contra demolição ou destruição das características que justificaram seu tombamento. A área no entorno também fica sujeita ao controle estatal, com o objetivo de preservar o ambiente e impedir que novos elementos obstruam ou reduzam sua visibilidade.
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5: O Município de Petrópolis aprovou na semana passada por unanimidade de sua Câmara de Vereadores os projetos de lei do Sistema e do Plano Municipal de Cultura, o que com certeza irá potencializar as ações, projetos e programas para o nosso setor na importante cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro.
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6: Outra cidade que caminha em relação ao Plano e ao Sistema é a gigante São Gonçalo – que está brigando junto ao IBGE para ter reconhecido os seus 1.000.000 de habitantes. Lá já foram realizados os grupos setoriais discutindo os dois projetos e agora em dezembro, os consultores especialistas em políticas culturais, Flavio Aniceto, também coordenador deste CPC e Cleise Campos, que além de coordenadora do Comcultura é gonçalense com larga experiência na gestão cultural local e regional, foram contratados para colaborar com a finalização das peças.

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Editais:

1: Foram prorrogadas as inscrições para sete editais ProCultura do MinC até o dia 10 de janeiro. Anteriormente os mesmos iriam encerrar-se no dia 10/12. Por meio dos editais, a Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura vai selecionar projetos culturais nas áreas de circo, dança e teatro, artes visuais, música, livro e leitura e diversidade cultural. Os 608 projetos beneficiados receberão o total de R$ 57 milhões do Fundo Nacional de Cultura. Os mesmos encontram-se na íntegra em: http://www.cultura.gov.br/site/categoria/procultura-2/
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2: O Ministério da Cultura divulgou na semana passada os projetos classificados no Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa de Assaré, para acessar a lista: http://www.cultura.gov.br/site/2010/12/14/premio-literatura-de-cordel-2010/
Serão premiadas 200 iniciativas de criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins, no valor de R$ 3 milhões. Os projetos não selecionados têm prazo de cinco dias úteis para interpor recurso. Ao todo, o MinC recebeu 688 inscrições.
Ficamos especialmente satisfeitos com as classificações de membros da Academia Brasileira de Literatura de Cordel/ABLC, Sr. Gonçalo, presidente desta, Mestre Campinense, Maria do Rosário de Fátima Pinto e Vitor Lobisomem, projetos que têm a assessoria de Fernando Assumpção, sócio de nosso CPC. Parabéns a todos!
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3: A Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro/SEC-RJ, divulga os editais de Prêmio Mestres e Grupos das Culturas Populares, Registro de Tradição Oral e Microprojetos Culturais, com inscrições até 25/02/2011. São os seguintes:
Premiação de Mestres e Grupos de Culturas Populares, visa reconhecer e premiar a atuação de mestres e grupos/comunidades responsáveis por iniciativas que envolvam as diferentes expressões das culturas populares do estado do Rio de Janeiro
Registro de Tradição Oral, com o objetivo de apoiar projetos que registram em mídias digitais a tradição oral de mestres e grupos das culturas populares, fortalecem as expressões das culturas populares fluminenses e, ainda, salvaguardam o patrimônio imaterial do nosso estado, garantindo sua perpetuação e o acesso das futuras gerações a essas tradições.
Microprojetos Culturais,com a finalidade de fomentar e incentivar artistas, grupos artísticos independentes e pequenos produtores culturais. Os interessados deverão ter entre 18 a 29 anos e morar no Estado do Rio de Janeiro.
Mais informações em: http://www.sec.rj.gov.br/
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Opinião:

1: A visão de quem está dentro

José Roberto de Souza Aguiar*

Rogério da Costa Cavalcante era um cidadão comum, trabalhador, que na manhã de sexta-feira, dia 26/11 integrou a lista extensa de vítimas de balas perdidas no Rio de Janeiro. Ao sair de casa no momento de trégua mínima dos confrontos entre forças policiais e bandidos especificamente nas proximidades do Morro do Alemão, e que abrangeu as Comunidades da Vila Cruzeiro, Chatuba, Caixa D’água, Grota, Central, Esperança, Fazendinha - áreas que compõe os chamados Complexos da Penha e do Alemão –, teve seu percurso interrompido por ser alvejado com um tiro de fuzil, arma de uso exclusivo das Forças Armadas Nacionais e exposta às dezenas nas áreas citadas anteriormente, referente ao comércio de drogas. Rogério morava há 34 anos em Olaria, bairro do subúrbio da Leopoldina cuja identidade foi perdida, assim como outros, sendo subordinado à denominação de Complexo. Infelizmente, Rogério veio a falecer em 28/11.

Os confrontos foram ferozmente noticiados e a ocupação policial na denominada região fomentou a esperança para uma grande parcela de moradores, que sonham com desenvolvimento de uma situação cidadã em todas as áreas, sejam nas favelas como por todos os bairros leopoldinenses. A implantação de uma estrutura de guerra na comercialização do tráfico de entorpecentes; a corrupção policial; a ausência de ações governamentais de construção e assentamento da cidadania; paralisação de serviços essenciais como limpeza urbana regular comandada por órgão municipal competente; suspensão de serviços médicos em postos de saúde, a exemplo da SANDU de Ramos tornaram as localidades leopoldinenses degradadas e decadentes. Grandes empresas suspenderam suas atividades na região por diversas ações que não podem ser computadas somente à violência urbana crescente. Enfim, existe a crença por resoluções plausíveis de melhorias estruturais, mas com um ar de desconfiança.

Em 2007, ações policiais ocorreram na Vila Cruzeiro e se prolongaram por quase a totalidade de 2008. Resultaram em aulas suspensas nas escolas da rede pública da região, pânico entre moradores devido às atrocidades policiais, prisões em sua maioria de homens negros e pardos – “todo camburão tem um pouco de Navio Negreiro”, afirma o Rappa -, descaso governamental por não desenvolver ações administrativas que pudessem levantar a auto-estima local e o cancelamento da Festa da Penha. No mesmo período, dezenove pessoas foram mortas, constituídas entre inocentes e culpados. Foram aí aumentando os problemas sociais e culturais na região relatada no conflito como, também, em todos os bairros da zona da Leopoldina. O problema do tráfico de drogas incitou e provocou diversas mazelas sociais.

Rogério da Costa Cavalcante saiu às ruas em 26/11 para distribuir o convite de aniversário de um ano do seu primeiro filho. Infelizmente, sem a possibilidade de realização de uma festa feliz. Mais uma vítima de uma guerra cujos protagonistas atuam muito mais em prol de uma ‘sociedade do espetáculo’, copilando parte de obra homônima de Guy Debórd, na qual critica a necessidade de exposição desenfreada dos indivíduos para diversos fins, principalmente através dos meios de comunicação. Perseguições via satélites, prisões noticiadas como troféus, organizações sociais se movimentam de cima para baixo trazendo soluções para uma ausência de serviços construída e provocada. A ausência de preocupação de órgãos da imprensa com a geografia da região. Como exemplo, a Folha de São Paulo atestou o tiro levado por Rogério como ocorrido no conjunto de favelas da Maré (Folha de São Paulo, Cotidiano, 28/11/2010, p.4), quando o mesmo ocorreu em área do denominado Complexo do Alemão.

Os resultados? Veremos! As forças policiais continuam presentes nas áreas estratégicas dos chamados Complexos. Quando virá a dignidade cidadã construída através da análise dos seus moradores através das atividades sociais e culturais existentes e promovidas por aqueles que atuam na região em diversas situações? Quando o respeito e a coletividade serão determinantes nas relações entre indivíduos e instituições? São dúvidas que pairam na nossa cidade, e não são diferentes de outras partes do Estado, do Brasil e em outros variados lugares em países diversos.


* José Roberto de Souza Aguiar é Secretário-geral do CPC Aracy, Professor de História das redes Municipal da cidade do Rio de Janeiro e Estadual/RJ, morador do bairro da Vila Cascatinha, em Olaria, cidadão e amigo de Rogério da Costa Cavalcante.)

Contato: j.souzaaguiar@yahoo.com.br
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2: Nosso samba ainda é na rua


Roberta Martins

Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua/Suas noites são de gala,
nosso samba ainda é na rua”.
Chico Buarque

Peguei emprestado esse pequeno trecho de ‘Quem te viu, quem te vê’ , para começar a falar de samba que rola na rua. Por todo o Rio são muitas os locais onde se pode curtir um bom samba. Em casas de show, bares, clubes, teatros, lonas culturais, armazéns a até mesmo sedes de sindicato, são muitas as opções e possibilidades pra quem quer cantar e sambar por aí. Isso sem falar das Escolas de Samba, em cujas quadras, o baticum corre solto.
Mas, a cidade ferve também com as Rodas de Samba que acontecem por ruas e praças, e que expressam de certa maneira uma das mais genuínas formas de fazer samba carioca. Samba feito na rua, onde quem quiser pode chegar.

Observando por um aspecto muito particular, esse modo de realização cultural que acontece na via pública, pode ser visto como um modo de resistência cultural. Apesar de o samba estar muito bem no mercado cultural – Obrigado! – o encontro possibilitado por esse tipo específico de evento cria uma espécie de sistema próprio de afirmação da identidade popular e democrática da cultura do samba. E implicitamente rejeita os discursos que dão explicações de que o samba é um fenômeno, com a sobrevivência consentida e realizada apenas para o consumo.

Quando falo de esquinas e praças, estou na realidade falando de locais onde se dão relações sociais que não são mediadas pela lógica do consumo, a rua, a praça, a via pública são lugares de encontro entre pessoas, espaços relacionais.

Mas, essa prática vem de muito tempo. Lá pelo início do século passado a praça era o lugar do samba na cidade, o melhor exemplo, no caso do samba é da Praça Onze. Da casa de Tia Ciata, e para além do interior do espaço ‘privado’ de suas dependências, se tornou ponto de encontro dos moradores de vários morros, da população pobre e majoritariamente negra e acabou por confundir-se a existência da praça ao samba. Favorecendo a expansão da territorialidade cultural do samba, e disseminando as rodas de samba, blocos, cordões e posteriormente as Escolas de samba.

Lembrando o samba de Herivelto Martins e Grande Otelo, vê-se a comoção com o fim desse espaço do povo e do samba.

“ Vão acabar com a Praça Onze
Não vai haver mais Escola de Samba, não vai
Chora o tamborim
Chora o morro inteiro
Favela, Salgueiro
Mangueira, Estação Primeira...”


Hoje o samba ainda rola na rua, não rivaliza, agrega, não esvazia casas onde se faz samba de maneira profissional, ao contrário, atrai cada vez mais admiradores ao samba. Em locais diversos espalhados pela cidade, e só para citar alguns: o Escravos da Mauá, as Rodas de Samba da Pedra do Sal, o Samba de domingo na Feira da Glória, o Samba da Rua do Ouvidor, Praça São Salvador... os ensaios de rua das Escolas de Samba...
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Dicas da Diana Aragão:

1: “Fora da lei” foi o filme escolhido pela Argélia para representar o país no Oscar 2011 com estréia prevista para o Rio em janeiro. O filme do diretor Rachid Bouchared teve sua estréia mundial no Festival de Cannes narrando a saga de três irmãos e sua mãe expulsos de suas terras na Argélia e que se refugiam (!!!) em uma Paris totalmente fora dos cartões postais e cada um tomando seu rumo: Messaoud se alista na Indochina. Em Paris, Abdelkader se põe à frente do movimento pela independência da Argélia e Said faz fortuna nos cassinos e nos clubes de boxe de Pigalle. Seus destinos, selado em torno do amor de uma mãe, se mesclará com o de uma nação que luta pela sua liberdade.
Este é o segundo longa metragem do diretor distribuído no Brasil pela Califórnia Filmes pois ele assina “London river, destinos cruzados”, bastante elogiado como o ótimo “Fora da lei”.

2: O Centro Cultural Banco do Brasil/CCBB e o Cineduc/Cinema e Educação exibem em dezembro, no programa Sessão Criança, filmes alusivos ao natal como o “Quebra-nozes” e a “Loja mágica de brinquedos”. Este último é estrelado por Dustin Hoffman e será repetido no dia 02 de janeiro na volta da programação depois do Ano Novo. O programa Sessão Criança é realizado aos sábados e domingos com entrada franca, às 14h, na sala de cinema do CCBB mediante senhas distribuídas a partir das 13h exclusivamente para crianças acompanhadas pelos responsáveis. Adultos, somente com crianças. O CCBB fica na Rua Primeiro de Março, 66 - Centro. Telefone: 21 - 3808.2007.
A Loja Mágica de Brinquedos (Mr. Magorium's Wonder Emporium), de Zach Helm. EUA, 2007. (94 min). Com Dustin Hoffman, Natalie Portman, Zach Mils. Magorium é um senhor de 243 anos de idade, dono da loja de brinquedos mais fantástica do mundo. Tudo lá é mágico e parece ter vida. Quando o ele decide se aposentar e deixar a loja para a encantadora Molly, coisas estranhas começam a acontecer. Dias 26 de dezembro e 02 de janeiro. Livre.

Mais informações nos sites www.bb.com.br/cultura ou www.cineduc.org.br
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Notas:

1: Nossa amiga e sócia, Tânia Malheiros, lançou seu primeiro CD, “Deixa Eu Me Benzer”, na última sexta-feira, 17/12, com um belo show na Sala Baden Powell, em Copacabana, que contou com participação especial e direção musical do maestro, pianista, compositor e arranjador Gilson Peranzzetta. O CD trás corajosamente 12 sambas inéditos (!!!) e duas regravações de músicas desconhecidas do grande público, ou seja é como nós gostamos, “Lado B”, sem concessões aos modismos.

Entre os compositores, nomes consagrados, como o próprio Peranzzetta, Paulo César Pinheiro, Wilson Moreira, Noca da Portela e Roberto Martins, e debutantes em disco, como Alexandre Pereira, Luiz Carlos de Souza, Dayse do Banjo e Cida Zanon.

Tânia começou a cantar na infância, em Niterói, acompanhando o pai, o cavaquinista Múcio de Sá Malheiros, já falecido. “Com papai no cavaquinho, eu cantava nas rodas no fundo de nosso quintal”, lembra. Formada em Jornalismo, voltou aos palcos em 2000, quando deu canjas no Candongueiro, em Niterói, na Praça Mauro Duarte, em Botafogo, e no pagode da Tia Elza, no Jardim Botânico. Tânia avisa que o CD estará à venda a partir de terça-feira em todas as lojas da Livraria da Travessa. Contatos: malheiros.tania@gmail.com
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2: Para quem se interessa por produção cultural, temos uma boa dica o site Produção Cultural no Brasil, um trabalho multimídia com entrevistas com gestores, artistas e fazedores culturais do vários pontos do país.
A iniciativa visa estimular um processo permanente de discussão e reflexão sobre o que é, quem faz e como se produz cultura brasileira. Espiem: http://www.producaocultural.org.br/
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3: O Ministério da Cultura lançou o portal Observatório da Economia Criativa www.cultura.gov.br/economiacriativa . A plataforma será responsável pela divulgação de pesquisas, dados e informações sobre economia criativa do governo federal e de instituições e pesquisadores brasileiros e internacionais.
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Carta de Sustentabilidade dos Pontos de Cultura

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=1lJxHHStzkQmbn1qD75GKo7enL05rivZxiVp58Rwy9J5nUDt4AqJO1khLSMqK&hl=en

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ocupação do Alemão: a visão de quem está dentro

A VISÃO DE QUEM ESTÁ DENTRO

Rogério da Costa Cavalcante era um cidadão comum, trabalhador, que na manhã de sexta-feira, dia 26/11 integrou a lista extensa de vítimas de balas perdidas no Rio de Janeiro. Ao sair de casa no momento de trégua mínima dos confrontos entre forças policiais e bandidos especificamente nas proximidades do Morro do Alemão, e que abrangeu as Comunidades da Vila Cruzeiro, Chatuba, Caixa D’água, Grota, Central, Esperança, Fazendinha - áreas que compõe os chamados Complexos da Penha e do Alemão –, teve seu percurso interrompido por ser alvejado com um tiro de fuzil, arma de uso exclusivo das Forças Armadas Nacionais e em exposta às dezenas nas áreas citadas anteriormente, referente ao comércio de drogas. Rogério morava há 34 anos em Olaria, bairro do subúrbio da Leopoldina cuja identidade foi perdida, assim como outros, sendo subordinado à denominação de Complexo. Infelizmente, Rogério veio a falecer em 28/11.
Os confrontos foram ferozmente noticiados e a ocupação policial na denominada região fomentou a esperança para uma grande parcela de moradores, que sonham com desenvolvimento de uma situação cidadã em todas as áreas, sejam nas favelas como por todos os bairros leopoldinenses. A implantação de uma estrutura de guerra na comercialização do tráfico de entorpecentes; a corrupção policial; a ausência de ações governamentais de construção e assentamento da cidadania; paralisação de serviços essenciais como limpeza urbana regular comandada por órgão municipal competente; suspensão de serviços médicos em postos de saúde, a exemplo da SANDU de Ramos tornaram as localidades leopoldinenses degradadas e decadentes. Grandes empresas suspenderam suas atividades na região por diversas ações que não podem ser computadas somente à violência urbana crescente. Enfim, existe a crença por resoluções plausíveis de melhorias estruturais, mas com um ar de desconfiança.
Em 2007, ações policiais ocorreram na Vila Cruzeiro e se prolongaram por quase a totalidade de 2008. Resultaram em aulas suspensas nas escolas da rede pública da região, pânico entre moradores devido às atrocidades policiais, prisões em sua maioria de homens negros e pardos – “todo camburão tem um pouco de Navio Negreiro”, afirma o Rappa -, descaso governamental por não desenvolver ações administrativas que pudessem levantar a auto-estima local e o cancelamento da Festa da Penha. No mesmo período, dezenove pessoas foram mortas, constituídas entre inocentes e culpados. Foram aí aumentando os problemas sociais e culturais na região relatada no conflito como, também, em todos os bairros da zona da Leopoldina. O problema do tráfico de drogas incitou e provocou diversas mazelas sociais.

Rogério da Costa Cavalcante saiu às ruas em 26/11 para distribuir o convite de aniversário de um ano do seu primeiro filho. Infelizmente, sem a possibilidade de realização de uma festa feliz. Mais uma vítima de uma guerra cujos protagonistas atuam muito mais em prol de uma ‘sociedade do espetáculo’, copilando parte de obra homônima de Guy Debord, na qual critica a necessidade de exposição desenfreada dos indivíduos para diversos fins, principalmente através dos meios de comunicação. Perseguições via satélites, prisões noticiadas como troféus, organizações sociais se movimentam de cima para baixo trazendo soluções para uma ausência de serviços construída e provocada. A ausência de preocupação de órgãos da imprensa com a geografia da região. Como exemplo, a Folha de São Paulo atestou o tiro levado por Rogério como ocorrido no conjunto de favelas da Maré (Folha de São Paulo, Cotidiano, 28/11/2010,p.4), quando o mesmo ocorreu em área do denominado Complexo do Alemão.
Os resultados? Veremos! As forças policiais continuam presentes nas áreas estratégias dos chamados Complexos. Quando virá a dignidade cidadã construída através da análise dos seus moradores através das atividades sociais e culturais existentes e promovidas por aqueles que atuam na região em diversas situações? Quando o respeito e a coletividade serão determinantes nas relações entre indivíduos e instituições? São dúvidas que pairam na nossa cidade, e não são diferentes de outras partes do Estado, do Brasil e em outros variados lugares em países diversos.


José Roberto de Souza Aguiar
(Secretário CPC ARACY DE ALMEIDA,
Professor de História das redes Municipal da cidade do Rio de Janeiro e Estadual/RJ.
Morador do bairro da Vila Cascatinha, em Olaria, cidadão e amigo
de Rogério da Costa Cavalcante.)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Boletim CPC - Ano V – nº. 76 – 06/12/2010

Nesta edição:

Políticas públicas: O Plano Nacional de Cultura já é uma realidade * Projeto no Senado Federal consolida leis da cultura em um único texto * Três cidades fluminenses avançando rumo aos seus Planos e Sistemas Municipais de Cultura * Editais: * Homenagem: Ovídio Brito por Martinho da Vila Opinião: Noel Rosa por Aracy de Almeida * Dicas de Diana Aragão: Natal das Famílias by Alcione na Cidade do Samba e Ângela Ro Ro e seus convidados no Acústica * Notas e agenda: Mais uma edição do ciclo “A Teatralidade do Humano” * Sintcon – Projeto Consultoria Cultural convida para o encerramento especial de suas atividades de 2010 * Especialização em Ensino de História da África em São Gonçalo: ainda há tempo para fazer inscrições * Encontro Internacional de Palhaços no RJ * Seminários: (Des)Igualdades de gêneros no Brasil e Museu de Idéias * Sites e Blogs: lançamento de site voltado para a cultura e empreendedorismo afro, Bemvindo Siqueira e Plano Nacional do Livro e Leitura
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Políticas Culturais:
1: Presidente Lula sanciona Plano Nacional de Cultura
A lei que institui o aguardado Plano Nacional de Cultura/PNC foi sancionada pelo presidente, juntamente com a criação do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais foi publicada na última sexta-feira, 03/12, no "Diário Oficial da União". Acessem: http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=03/12/2010
Segundo a lei, o PNC é regido pelos princípios de liberdade de expressão, criação e fruição; diversidade cultural e respeito aos direitos humanos. E prevê ainda a valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável, a democratização das instâncias de formulação das políticas culturais, a responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais, a colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura e a participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais.
Construído através de intensa participação da comunidade cultural, culminando com as duas Conferências Nacionais de Cultura, o PNC objetiva: reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira; proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial; valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais, arquivos e coleções; universalizar o acesso à arte e à cultura e estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional; qualificação da gestão da área cultural nos setores público e privado, a profissionalização e especialização dos agentes e gestores culturais, a descentralização das políticas públicas de cultura e a consolidação dos processos de consulta e participação da sociedade na formulação das políticas culturais.
Já o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais, de acordo com a lei, deverá coletar, sistematizar e interpretar dados, fornecer metodologias e estabelecer parâmetros à mensuração da atividade do campo cultural e das necessidades sociais por cultura, que permitam a formulação, monitoramento, gestão e avaliação das políticas públicas de cultura e das políticas culturais, verificando a implementação do PNC e sua revisão nos prazos previstos.
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2: Projeto no Senado Federal consolida leis da cultura em um único texto
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou na última semana de novembro, projeto para consolidar em um único texto, a legislação que trata da cultura. A proposta, do senador Augusto Botelho (sem partido-RR), reúne leis fundamentais do setor, como a do patrimônio cultural, a dos museus, a do livro, a do audiovisual e a do incentivo via renúncia fiscal. O senador Flávio Arns (PSDB-PR) requereu tramitação urgente da matéria, que ainda será analisada pelo Plenário.
O Projeto (PLS 188/09) também incorpora leis de criação de datas comemorativas na área cultural. A proposta consolida os textos legais sobre cultura – um total de 20 – existentes até o momento da apresentação (12 de maio do ano passado). O relator, Cristovam Buarque (PDT-DF), incluiu artigos da lei que trata do financiamento de programas audiovisuais (Lei 11.437/06) para incorporar os que tratam da criação do Fundo Setorial de audiovisual, que passou a envolver o Fundo Nacional de Cultura.
O Senador Cristovam Buarque destacou que, muitas vezes, as leis acabam não sendo cumpridas integralmente, entre outros motivos, justamente por causa da complexidade do sistema:
- Dificilmente o cidadão comum localiza, de pronto, aquilo que procura em uma lei. Quase sempre um diploma remete a outro, que, por sua vez, faz referência a um terceiro, e assim por diante. Desse modo, fica difícil cumprir o preceito constitucional segundo o qual ninguém poderá alegar o desconhecimento da lei para fazê-la cumprir – comentou o relator.
Cristovam acrescentou que, no caso da legislação sobre cultura, o número de normas não é tão grande nem são muitas as áreas reguladas, mas, ainda assim, os ajustes feitos constantemente acabaram por exigir a consulta a várias fontes para se entender um único dispositivo. ..................................................................................................................................................
2: Três cidades fluminenses avançando rumo aos seus Planos e Sistemas Municipais de Cultura
É com muito prazer que damos esta informação, e a faremos pela ordem de desenvolvimento do processo que as três cidades estão.
Petrópolis: a Prefeitura enviou no dia 30/11, à Câmara Municipal o Plano Municipal de Cultura. O documento seria avaliado pelos vereadores em seguida, numa ação que irá conferir força de lei a este projeto.

Realizada pela Prefeitura de Petrópolis, através da Fundação de Cultura e Turismo, e com o Conselho Municipal de Cultura, a primeira fase do fórum para a criação participativa do Plano Municipal de Cultura aconteceu entre os meses de março e maio deste ano, onde foram observadas as principais necessidades da área cultural petropolitana. Durante as 45 reuniões realizadas no Centro e nos Distritos, os participantes fizeram o diagnóstico da atual situação do setor na cidade, sugeriram medidas para a construção de políticas públicas que fortaleçam a cultura, e também apresentaram os projetos criados para o Plano Municipal de Cultura enviado ao Legislativo.

Como parte da elaboração do documento foi promovida em setembro uma audiência pública para a apresentação dos projetos inseridos no Plano Municipal de Cultura. Cerca de 120 pessoas, representantes de diversos segmentos artísticos e culturais, participaram do evento e contribuíram com idéias, sugestões e questionamentos.

São Gonçalo: também na última semana de novembro, encerrou-se o ciclo de Encontros Setoriais para a Elaboração do Plano Municipal de Cultura. Os encontros foram elaborados pelo Conselho Municipal de Cultura em parceria com a Secretaria e a Fundação de Cultura/FASG priorizando uma construção coletiva e abrangente. Foram 05 encontros por todos os distritos do Município que envolveram 16 setores de arte e cultura.
Finalizada esta primeira etapa, eles estão convidando para mais dois momentos:
• 10/12 próximo uma plenária com os universitários no mini auditório da UERJ/FFP, a partir das 17 h, com o objetivo envolver a academia nos assuntos culturais do município por entenderem ser este um ambiente de grande difusão e criação cultural.
• 11/12 finalização dos trabalhos com o Fórum para a Elaboração do Plano Municipal de Cultura, a partir das 08 horas na UERJ/FFP, onde se apresentará a minuta do projeto de lei que instituíra o Sistema Municipal de Cultura que envolve Plano, Conselho e Fundo.
As lideranças e gestores culturais esperam com essa iniciativa, criar um novo modelo de gestão pública das políticas de cultura no município, com a participação de todos os segmentos sociais atuantes no meio cultural. Mais informações: pmculturasg.blogspot.com, @CMCSG ( http://twitter.com/CMCSG) e conselhodeclturasg@gmail.com .

Teresópolis: a Secretaria Municipal de Cultura promoveu o “Seminário para a Construção do Plano Municipal de Cultura”, de 22/10 até a última sexta-feira, 03/12 com encontros temáticos: “Patrimônio Histórico, Memória e Museu”, “Culturas Populares e Culturas Urbanas”, entre outros. Mais informações em: http://www.forumculturateresopolis.com.br/
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Editais:
1: Edital Prêmio Mais Cultura de Pontos de Leitura 2010 – Rio de Janeiro – até 20/12
O Município do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, torna público o Edital Prêmio Mais Cultura de Pontos de Leitura 2010, para a seleção de 21 iniciativas culturais que atuem para o fortalecimento, estímulo e o incentivo à leitura.
O certame é destinado à pessoas jurídicas nacionais, privadas e instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com comprovada experiência e atuação, pelo menos há um ano, com propostas culturais, sociais ou educacionais relacionadas ao fortalecimento, estímulo e fomento da leitura no Brasil, conforme os objetivos do programa Mais Cultura do Ministério da Cultura.
O prêmio destinado à implantação de cada iniciativa – Pontos de leitura – consiste no valor bruto de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), e as inscrições vão de 04 de novembro a 20 de dezembro de 2010.
http://www.cultura.gov.br/site/2010/11/26/edital-premio-mais-cultura-de-pontos-de-leitura-2010-estado-do-rio-de-janeiro/
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2: Edital Mais Cultura de Apoio a Micro projetos para os Territórios da Paz - até 20/12
Este Edital é muito oportuno para o momento que o Rio de Janeiro vem passando, pois tem como objetivo o financiamento não reembolsável, através de prêmios a projetos que fomentem e incentivem artistas, grupos artísticos independentes, grupos étnicos de tradição cultural e pequenos produtores culturais nos bairros definidos como territórios de Paz pelo PRONASCI (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). Tal ação visa a difusão da cultura entre populações em situação de vulnerabilidade social.
http://www.cultura.gov.br/site/2010/11/16/edital-mais-cultura-de-apoio-a microprojetos-para-os-territorios-de-paz-2/
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Homenagem:

No Dia dos Músicos, foi-se embora um grande percussionista, Ovídio Brito, que esteve junto a muitos outros talentos de nossa música. Aqui mandamos um link para uma homenagem publicada no Jornal “O Dia”, feita por um amigo seu, e por muitos anos “patrão”, o insuspeito Martinho José Ferreira, acessem em:

http://odia.terra.com.br/portal/opiniao/html/2010/11/martinho_da_vila_as_cuicas_choram_127511.html .................................................................................................................................................

Opinião Especial:

Na semana em que Noel de Medeiros Rosa completaria cem anos (10/12), escalamos postumamente a “noelóloga” Aracy Telles de Almeida (vide depoimento deste sobre ela) para dar suas opiniões sobre o Poeta da Vila.

Noel sobre Aracy:

“Aracy de Almeida é, em minha opinião a pessoa que interpreta com exatidão o que produzo”

Noel Rosa – Jornal A Pátria: 04/01/1936 reproduzido de “Noel Rosa: uma Biografia” , João Máximo e Carlos Didier. “Noel Rosa: Uma Biografia”, pg. 323. Brasília, 1990: Editora Universidade de Brasília.

Aracy sobre Noel:

“Eu só vivia em roda de samba, candomblé. Até que um dia Custódio Mesquita me levou para o rádio e, logo no primeiro momento, encontrei Noel, todo de branco”

Revista Manchete, Rio de Janeiro, 18/09/1971.

“Noel, eu achava que era um cara muito bacano , era um pouco grilado, cheio de transas e tal... mas o Noel pra mim foi muito bom, porque realmente, quando eu comecei, ninguém fazia fé em mim. Eu tinha saído do subúrbio, querendo cantar, querendo um lugar ao sol, e o Noel ... me deu a mão e entregou um repertório muito grande a mim, porque as outras pessoas ficavam assim no mocó, não estavam querendo nada e tal, né?”

“Noel Rosa tinha mania de se vestir com um terno de uma flanela..., um negócio creme, e usava camisa azul-marinho, gravata branca e sapato branco. Ele era engraçado no modo de se vestir. Não era uma pessoa muito bonita, que realmente ele tinha um defeito no queixo, mas era um rapaz magrinho muito bacana, muito boêmio e muito inteligente”.

.. Depoimento dado ao Programa MPB Especial produzido por Fernando Faro, São Paulo: TV Cultura, 02/10/1972.

“O que eu gostava mesmo era de andar atrás de Noel, o único que acreditava em mim e me deu grandes sucessos, mesmo que meu grande sucesso no Brasil não tenha sido com ele. Foi com ‘Ai, ai meu Deus, tenha pena de mim’”.

“Foi em 34 talvez. Eu e Noel viemos para cantar “O Feitiço da Vila” e recebi a primeira vaia da minha vida. Pois ele botou o violão em um tom muito acima do meu. Não sei se era um concurso, não me lembro, eu não era nada ainda”.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 11/11/1981

“Eu convivi uns cinco anos com Noel. Era um compositor incompreendido, porque estava avançado para sua época, e suas letras não eram entendidas, nem aceitas.”

“Eu morava na Rua Guilhermina e, mesmo minha mãe na bronca, ficava na rua até tarde. A gente saía para beber na Taberna da Glória, nos botequins da boca de lixo na Central... e eu ficava nessa até de manhã, quando Noel me levava pra casa. Eu curti muito a madrugada”.

Revista Fatos & Fotos, Rio de Janeiro, 04/07/1976.

“Eu convivi não muito tempo com Noel, porque naquele tempo ele já estava ficando meio fraco, convivi uns seis anos só com Noel, queria ver se convivia 100, mas não deu pedal”.

Depoimento dado ao Programa MPB Especial produzido por Fernando Faro, São Paulo: TV Cultura, 02/10/1972.

“Depois do Noel apareceu muita gente na crista da onda... Edu Lobo, Chico, Vinícius, Tom. O Marcos Valle tem uma viola enluarada que é muito boa. E esse Sérgio Bittencourt tem um grande futuro”.

Revista Realidade, São Paulo, 10/1968.
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Dicas da Diana Aragão:

1: Natal das Famílias, amanhã, dia 07/12, na Cidade do Samba: (Alcione comanda show beneficente que terá Emílio Santiago, Lenine, Belo e Bateria da Mangueira)

O “Natal das Famílias”, evento beneficente comandado pela cantora Alcione e que reúne alguns dos maiores astros da MPB na Cidade do Samba, vai se tornando uma tradição anual. A Marrom convida os amigos que, de pronto e com o maior prazer, aceitam participar da ação solidária em prol de instituições que cuidam de menores e adolescentes carentes. Já estão confirmados, para a festa do dia 07 de dezembro, às 20 horas: Belo, Emílio Santiago, Lenine, Grupo Bom Gosto, Jefferson Junior, Adriana Café, Bateria da Mangueira, entre outros.

A Cidade do Samba fica na Rua Rivadávia Correa, 60 – Gamboa – Zona Portuária (em frente ao Armazém 11, do Cais do Porto) – Tel.: 2213-2503/2213-2546 – email –reservas@cdsrj.com.br .

O espetáculo, naturalmente, também contará com a participação de Alcione. Os ingressos custarão R$ 100,00 (cem reais), com direito a um Buffet de frios salgadinhos, refrigerante, água, cerveja, etc. A renda do show será transformada em cestas básicas e brinquedos.

2: O Espaço Acústica recebe Ângela Ro Ro e convidados especiais no projeto “Nas Ondas da Ro Ro”

O Espaço Acústica, a mais nova casa da boa música, será o palco de um projeto pensado especialmente para ocupar, quinzenalmente, as terças-feiras do local da Praça Tiradentes: a cantora e compositora Ângela Ro Ro, apresentará o espetáculo “Nas Ondas da Ro Ro” que consiste em shows com repertório aberto aos grandes sucessos da artistas tais como “Simples Carinho”, “Tola foi Você”, “Só Nos Resta Viver”, “Amor, Meu Grande Amor” e “Compasso”, entre outros.

A cantora e compositora abriu a serie ao lado de Preta Gil e Toni Platão seguidos de Geraldo Azevedo e Sandra de Sá. Nos dias 07/12 os convidados são Elza Soares e Elba Ramalho e no dia 21/12, Jorge Vercilo.

E além da canja sagrada de seus amigos-colegas rolará um talk-show com os convidados: no palco Ângela conduzirá um bate papo gostoso, leve e de alta qualidade musical, em forma de um programa de rádio, com trechos que serão transmitidos pela internet. Bastará acessar o site www.angelaroro.com.br na data e hora do show.

O Espaço Acústica fica na Praça Tiradentes 2 e 4. Esquina com a Rua da Carioca), a abertura da casa é às 19h e o show às 20h30. Os ingressos custam R$60,00 (cadeira) e R$40,00 (pista) – Estudantes pagam meia com apresentação de documento.

Ingressos: no local / Loja Acústica Perfeita (9h às 18h – Rua da Carioca 43, Centro /Tel. 2222-1525) ou pelo www.ticketronic.com.br
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Notas:

1: “ A Teatralidade do Humano II: Dramaturgias do Presente e Ações do Teatro no Mundo”

Em mais uma edição o ciclo debate desta vez os seguintes temas: Por onde caminha a criação dramatúrgica no teatro que fazemos? Como a cena toca o mundo e os espectadores?
Em que medida se desfaz ou refaz, em cada experiência criativa, a fronteira entre arte e vida? Que roteiros se traçam e se percorrem? Por onde anda a cena contemporânea e por onde nós seguimos, circulamos ou perambulamos?

Estes e outros temas serão abordados pelos convidados: Christiane Jatahy - Atriz, Jornalista, Diretora e Dramaturga, Jefferson Miranda - Mestrando em Artes Visuais pela UERJ e Diretor da Ciateatroautônomo, José Da Costa - Professor e Decano do Centro de Letras e Artes da Uni Rio, Roberto Alvim - Dramaturgo, Diretor e Professor de Artes Cênicas e Enrique Diaz - Ator de Teatro, Cinema e Televisão. Será nesta quarta, 08/12, às 19 horas, no teatro OI Futuro Flamengo.

Mais informações: http://www.ateatralidadedohumano.com.br
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2: Projeto Consultoria Cultural Especial de Final de Ano homenageia Noel Rosa no Bola Preta

O projeto cultural do Sindicato dos Trabalhadores em Consultoria e Engenharia e Projetos no RJ/Sintcon, que já está indo para o seu 4ª ano e tem como produtor, nosso coordenador Flavio Aniceto, fará uma edição especial em dezembro. Será no próximo domingo 12/12/2010, das 15 às 21h, no Cordão da Bola Preta: Rua da Relação – n° 3 – Lapa (esquina com Rua do Lavradio e final da Av. Chile).

A festa terá as seguintes atrações – 15h, roda de samba com o grupo Samba Carioca e os convidados: Zé Luiz do Império, Efson, Ary do Cavaco, Genaro da Bahia e Vaguinho do Vilar; 17h à 17h30 - Voz e violão/MPB com Ronaldo Valentim; 17h30 - Homenagem a Noel Rosa com o grupo Manga de Colete, Lucio Sanfilippo e Gil Miranda e encerrando com chave de ouro, 19h30, Baile-Show com Zeca do Trombone.

A entrada é franca e será necessário retirar o convite - que é uma camiseta com uma caricatura de Noel Rosa, feita pelo artista gráfico Rafael Paschoal, que colabora com o projeto desde o início (março, 2007) - na sede do sindicato: Rua Álvaro Alvim, 37/503, em cima do Teatro Rival, até o dia 10/12. Esperamos todos lá, até pelo fato de que possivelmente a comemoração de final de ano do CPC será neste mesmo dia e evento.
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3: O IFRJ Campus São Gonçalo prorrogou as inscrições até 14 de dezembro do Edital n° 89/2010 para o Curso de Especialização Lato Sensu em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-Brasileira. Mais informações em: http://www.ifrj.edu.br/latu.php ou através do tel.: 21- 2628-0099 e e-mail: semt.csg@ifrj.edu.br
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4: Começa hoje e segue até o próximo domingo, 12/12, o 9º Encontro Internacional de Palhaços, Anjos do Picadeiro, com o tema “Rio para que?”,reunindo grupos de vários lugares, entre os quais os conceituados cariocas “Teatro de Anônimo”, “As Marias da Graça” e o “OFF Sina” de nosso amigo Richard Riguetti. Um dos pontos altos acontecerá na quarta, 08/12, concentrando-se às 14h, na Cinelândia, é a Palhaçeata. Programação completa e mais informações em http://www.anjosdopicadeiro.com.br/
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5: Nossa sócia Cássia Liberatori mandou duas dicas:
1: Seminário : (Des)Igualdades de gêneros no Brasil – 10/12: que tem como objetivo discutir a quinta edição da pesquisa do Fórum Econômico Mundial referente ao Brasil será realizado no IFCS /LEG . O evento é promovido pelo Laboratório de Estudos de Gênero (LEG) vinculado ao Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Haverá participação de professoras e professores da UFRJ e da UERJ em duas mesas redondas. A primeira mesa, “O mundo do trabalho e a participação políticas das mulheres” coordenada pelo Professor Dr. Paulo Baia; e a segunda mesa, “ Violências e estigmas relacionados ás mulheres”, coordenada pela Professora Drª Anna Marina Barbará Pinheiro. O evento está marcado será às 13h, na sala 106 do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, localizado no Largo de São Francisco, no Centro do Rio. E é uma promoção do Laboratório de Estudos de Gênero - LEG/UFRJ, mais informações: http://legufrj.blogspot.com - legufrj@gmail.com

2: Museu de Idéias apresenta : Educação e cidadania – 16/12: A palestra Educação e Cidadania é um desdobramento dos encontros denominados Museu de Idéias, promovidos pela Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), o Museu de Astronomia e Ciências Afins ( MAST) e o Museu Castro Maia ( MCM ) , que tem por objetivo discutir, ampliar e difundir as pesquisas em educação não formal e as ações educativas em museus. Palestrantes: Elizabeth Süssekind: doutoranda em História e técnica em pesquisa Histórica - Museu da República; Maria Helena Versiani : doutoranda em História e assessora em Pesquisa Histórica do Museu da República; Normanda Freitas: professora, pedagoga e coordenadora de Educação do Museu da República. Será às 14h30, na sala de cursos. Entrada franca. Fundação Casa de Rui Barbosa - Rua São Clemente, 134 Botafogo Informações: (21) 3289-4651 / e-mail: comunica@rb.gov.br
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Sites e Blogs
1: Adriana Baptista.com
A publicitária, produtora cultural e militante do movimento negro, Adriana Baptista, se juntou com uma galera Black e empreendedora para fazer vários agitos culturais, e convida para esta quinta-feira, quando vão lançar, às 18h, no CEDIM, Rua Camerino, 51 - Centro , o site www.adrianabaptista.com, cuja principal característica, é concentrar nesta rede, profissionais comprometidos(as) com os direitos humanos, com a questão étnica e principalmente cultural. No dia do lançamento acontecerão outras atividades como o “Acordo de Damas”, para dar visibilidade a mulheres negras, entre as quais Mãe Meninazinha de Oxum, que será homenageada.
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2: O ator Bemvindo Siqueira, que além de talentoso, sempre foi comprometido social e politicamente está com um blog ótimo, onde nada escapa: política, comportamento, arte, confiram em: blogdobemvindo.blogspot.com
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3: O Plano Nacional de Livro e Leitura, do Governo Federal, também tem uma página interessante, a qual mandamos link, acessem em: http://www.pnll.gov.br/ ..................................................................................................................................................

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Hoje tem Tiririca? Tem sim, Senhor! Eleições legislativas e política cultural Flavio Aniceto

Hoje tem Tiririca? Tem sim, Senhor!

Eleições legislativas e política cultural

Flavio Aniceto

Causou furor a eleição do ator Francisco Everardo para a Câmara dos Deputados pelo desenvolvido, industrializado e cosmopolita Estado de São Paulo. Sim, Francisco é um ator, cujo personagem de mais sucesso e visibilidade é o palhaço Tiririca. Com este personagem, lançou-se à vaga, ganhou tempo de TV, apoio do partido e 1.300.000 votos. Vergonha, achincalhe, etc. e tal, foi o mínimo que se ouviu e leu. A nova é que Francisco “Tiririca” seria analfabeto e portanto inelegível. Tapetão? Ocorre que historicamente, com exceções claras e honrosas, foram os letrados, bem-nascidos e outros que provocaram vergonha na sociedade. Não falo como moralista, nada disso, mas os advogados, juízes, professores, médicos e até sindicalistas, chegando ao parlamento ocuparam-se de interesses de corporações poderosas em detrimento da maioria da sociedade.

Francisco à paisana ou como clown terá algum destaque em Brasília? Provavelmente não. Mas vamos aproveitar o fato para pensar em outros artistas e pessoas da área cultural e a relação destes com as questões de políticas culturais nos parlamentos que os abrigaram. Tiririca, pode ser semi-analfabeto, possivelmente o é, mas quantos intelectuais e artistas, nas câmaras e assembléias Brasil adentro não se mostraram analfabetos funcionais em relação à política cultural ? Prevaleceu, em seus mandatos, o atendimento de balcão, o usar o legislativo para pressionar – no melhor sentido – governos e empresários em apoio para projetos artísticos individuais ou semi-coletivos.

Devem existir exceções, mas a maior parte dos casos conhecidos, ao menos, tendo o Rio “Capital Cultural” como área de observação, foi de inanição e imobilismo dos parlamentares “da cultura” em relação a uma visão estratégica para o setor. Eventualmente defenderam causas legais e cidadãs? Não tenho a menor dúvida. Mas qual a contribuição para uma política permanente para a cultura? Tiriricas...

Aqui na Câmara do Rio, tivemos, citando só nomes recentes (anos 1990): Ruça, produtora cultural e ex-presidente da Escola de Samba Vila Isabel e Francisco Milani, ator, ambos eleitos em 1988, pelo outrora poderoso e cult PCB, e posteriormente o mestre Augusto Boal, teatrólogo e Antonio Pitanga, ator, eleitos em 1992, pelo – na época queridinho das “estrelas” - PT. Algumas legislaturas depois, 2002, acho, elegeu-se para a vereança carioca Stepan Nercessian, então presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos/RJ. Este último agora eleito deputado federal, pelo PPS.

No período Ruça/Milani vivíamos os complicados anos Sarney, Collor e Itamar, o primeiro, pioneiro nas leis de incentivo (cancros que dominam a área cultural até hoje), o segundo conhecido por extinguir as principais instituições de formulação cultural e o terceiro herdeiro em duplo sentido das duas formas. Itamar retomou em seu mandato-tampão as instituições, mas manteve a lógica das leis. E Boal/Pitanga, já eleitos nos anos Itamar e fechando os mandatos no período FHC, com o ministro da Cultura Weffort, radical em concentrar a política cultural nas leis de incentivo.
Evidente que estamos falando de vereadores do Rio e localizando o período na área federal de cultura. Parece uma contradição. Mas partimos do princípio de que as políticas de nível nacional, em quase todas as áreas – na cultura também – inspiram o nível municipal e estadual.

Ruça, Milani, Boal e Pitanga, nos enchem de orgulho, com suas trajetórias profissionais e os mandatos de vereador voltados para a cidadania e justiça social. Infelizmente Milani e Boal já não estão mais entre nós. Mas provavelmente, aos que se interessarem por uma pesquisa da ação legislativa não verão proposições mais gerais sobre cultura e política cultural. Boal adaptou a sua vitoriosa experiência estética e política com o Teatro do Oprimido, para o Teatro Legislativo... Pitanga fez o “Barracão Cultural”. Mas foi pouco e como já dissemos, o período político nacional não apontava para uma visão estratégica, e neste sentido, a produção legislativa também não.

Stepan, já no profícuo período Lula/Gil/Juca Ferreira, nem foi proponente de questões novas – ao menos que tenhamos conhecimento - , assim como não se movimentou em direção a discussão farta e presente no período sobre políticas culturais.

O único projeto estruturante para a cultura, veio do engenheiro Eliomar Coelho, eleito nos anos 1990 pelo PT e atualmente no PSOL, de criação do Conselho Municipal de Cultura. Apresentado em 1991, aprovado quase 20 anos depois, vetado pelo ex-prefeito Cesar Maia e parcialmente aproveitado pelo atual prefeito Eduardo Paes na gestão da ex-secretária de Cultura e deputada eleita, Jandira Feghali, do PC do B.

Ruça, Milani e Eliomar (em sua primeira fase) foram companheiros de Sergio Cabral, jornalista, pesquisador de MPB e produtor cultural, Edson Santos, militante de movimentos sociais e do movimento negro (anos mais tarde, deputado e Ministro da Igualdade Racial), Chico Alencar, professor e atuante também na área cultural (hoje também deputado federal pelo PSOL). Neste mesmo período, a atriz Neuza Amaral foi vereadora e outra veterana atriz, Dayse Lúcide, atualmente fazendo muito sucesso na TV Globo foi deputada estadual por alguns mandatos pelo RJ. Então vejamos que com todos estes quadros político-culturais, não existia na época uma concepção clara de política estruturante para a cultura. Não estavam nas pautas municipais, estaduais e federais.

O ator Stepan Nercessian, deputado pelo PPS/RJ, estará em Brasília a partir de 2011. Provavelmente outros nomes da cultura, das artes e da sociedade estarão eleitos, mas não serão cobrados como o ator Francisco Tiririca. O Plano Nacional de Cultura, o Sistema Nacional de Cultura, a PEC da vinculação orçamentária (2% do orçamento federal para o setor), a nova lei de incentivo PROCULTURA e outros temas estarão tramitando ainda em 2011, pois a morosidade legislativa e o desinteresse político perduram. Muitos deputados que não são especialmente da área cultural contribuíram e contribuirão para o andamento destes projetos.

Agora comprovado que é alfabetizado, sendo diplomado e empossado Tiririca terá que aprender que em Brasília se votam projetos para toda a sociedade, inclusive para os atores, os palhaços, os cantores, os bailarinos, os animadores culturais, os produtores culturais e muitos outros. Mas não só Tiririca tem muito que aprender...

novidades 11/11/2010

Boletim CPC - Ano V – nº. 74 – 11/11/2010
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Nesta edição:

Políticas públicas:

Plano Nacional de Cultura é aprovado no Senado Federal e vai para sanção *Câmara dos Deputados discute a nova lei de incentivo à cultura (Procultura) *Cacá Diegues escreve sobre o Ministério das Indústrias Criativas * Editais: Capoeira e Projetos culturais em pequenas livrarias * Opinião: Roberta Martins escreve sobre o PIG (o partido da imprensa golpista) * Notas e agenda: Mariana Baltar e amigos, no Semente * O Festival do Cinema Negro no Rio de Janeiro * Semana da Consciência Negra em Petrópolis * Centenário de Nássara, por Luiz Pimentel * Enraizados promove oficinas em cinema, vídeo e outras mídias em Morro Agudo, bairro de Nova Iguaçu * Filme e debate na Escola Técnica Federal de Nilópolis * Curso História e
Cinema no IFCS/UFRJ * Rodas de Cultura Popular em Madureira * Companhia teatral formada por jovens da Maré se apresenta no Teatro Glauce Rocha
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Políticas Culturais:
I: Um Plano para a Cultura: Congresso Nacional aprova diretrizes para política cultural
O Plano Nacional de Cultura (PNC) foi aprovado, por unanimidade, nesta terça-feira, 09/11, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal e segue agora para sanção presidencial. Depois de sua assinatura, o Ministério da Cultura terá 180 dias para definir metas a atingir na implementação do plano.
Demandado pela sociedade por meio da I e II Conferência Nacional de Cultura e em esforço conjunto entre o Ministério da Cultura e o Congresso Nacional, o PNC representa um avanço para a Cultura do país ao definir as diretrizes da política cultural pelos próximos 10 anos.
“A aprovação do Plano Nacional de Cultura é uma vitória muito grande, primeiro, porque institucionaliza os avanços obtidos nos últimos anos pelo governo federal na área da cultura e, depois, porque garante a continuidade das políticas culturais no Brasil”, comemorou o ministro da Cultura, Juca Ferreira.
O que é o Plano Nacional de Cultura?
O Plano Nacional de Cultura (PNC) é o primeiro planejamento de longo prazo do Estado para a área cultural na história do país. Sua elaboração como projeto de lei é obrigatória por determinação da Constituição desde que o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 48, em 2005.
As prioridades e os conceitos trazidos por ele constituem um referencial de compartilhamento de recursos coletivos que norteará as políticas públicas da área num horizonte de dez anos, inclusive com metas.
Seu texto foi aperfeiçoado pela realização de 27 seminários, em cada unidade da federação, resultantes de um acordo entre MinC e Comissão de Educação e Cultura da Câmara.
Os 13 princípios do PNC: Liberdade de expressão, criação e fruição; Diversidade cultura; Respeito aos direitos humanos; Direito de todos à arte e à cultura; Direito à informação, à comunicação e à crítica cultural; Direito à memória e às tradições;Responsabilidade socioambiental; Valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável; Responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais; Colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura; Participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais.
Pelo projeto, o governo federal terá 180 dias para definir metas para atingir esses objetivos, que serão medidas pelo Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), já em implantação no Ministério da Cultura.
Os estados e municípios que quiserem aderir às diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura terão de elaborar seu respectivo plano decenal em até 180 dias. Para isso, contarão com assistência do MinC. O conteúdo será desdobrado, ainda, em planos setoriais.
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II: No mesmo dia da aprovação do Plano, aconteceu no Auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, em Brasília, um Encontro Nacional que debateu a nova Lei do Programa Nacional de Incentivo à Cultura (Procultura), PL 6722/2010, apensado ao PL 1139/2007, que dispõe sobre os critérios de distribuição dos recursos originários da renúncia fiscal.
Link para a íntegra do Procultura, Projeto de Lei nº 6722/2010: http://www.cultura.gov.br/site/2010/02/03/74194/
O Procultura será implementado por meio dos seguintes mecanismos, entre outros:
I – Fundo Nacional da Cultura – FNC;
II – Incentivo Fiscal a Projetos Culturais;
III – Fundo de Investimento Cultural e Artístico – Ficart; e
IV – Vale-Cultura, criado por lei específica.
O encontro visou aprofundar a discussão pública em torno da nova lei de fomento à cultura proposta pelo MinC, que propõe mudanças na Lei Rouanet. Apesar dos benefícios trazidos à produção cultural em seus 18 anos de vigência, a lei demonstrou distorções em seu uso que já são de consenso e precisam ser corrigidas, dentre elas a excessiva concentração em uma só região do país (apenas 2% dos municípios brasileiros são beneficiados) e a falta de participação da iniciativa privada com recursos próprios, pois a maioria dos projetos são aprovados com 100% de isenção fiscal.
A democratização dos recursos da Lei Rouanet e sua redistribuição no território nacional dependem do estabelecimento de um mecanismo de controle social, de uma instância de participação e acompanhamento do governo e da sociedade civil na gestão dos recursos. Para isso a reforma propõe a ampliação do Fundo Nacional de Cultura e seu desmembramento em Fundos Setoriais que possibilitem investimentos nas diversas áreas de produção artística e prevê também a sua articulação com o Sistema Nacional de Cultura, para realizar o repasse de recursos federais para Estados e Municípios.
Em relação à participação da iniciativa privada como investidores em projetos culturais através do mecenato da Lei Rouanet, o Procultura propõe, dentre outras medidas, o escalonamento do percentual de isenção fiscal. Os contribuintes pessoas físicas ou pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão deduzir, do imposto sobre a renda devido, até oitenta por cento dos valores despendidos a título de doações incentivadas.
III: Link para um interessante artigo do cineasta Cacá Diegues, publicado em 06/11/2010 em O Globo, sobre o Ministério da Cultura ser também um ministério das indústrias criativas: http://www.cultura.gov.br/site/2010/11/08/ministerio-das-industrias-criativas/
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Editais:
I: O Grupo de Trabalho Pró-Capoeira-GTPC lança o Prêmio Viva Meu Mestre – Edição 2010.
O Prêmio Viva Meu Mestre tem como objetivo reconhecer e fortalecer a tradição cultural da Capoeira por meio da premiação de Mestres e Mestras de Capoeira, com idade igual ou superior a 55 anos, cuja trajetória de vida tenha contribuído de maneira fundamental para a transmissão e continuidade da Capoeira no Brasil. Mais informações: http://www.cultura.gov.br/site/2010/11/04/edital-premio-viva-meu-mestre-edicao-2010/
II: Edital Procultura para programação cultural de livrarias tem inscrições até o dia 10 de dezembro de 2010.
Esse edital foca a seleção de projetos de iniciativas culturais de livrarias de pequeno e médio porte que busquem desenvolver programações culturais voltadas à promoção do livro, leitura e literatura. O objetivo é fortalecer as livrarias e fomentar a sua atuação como mediadoras e promotoras do livro e da leitura através de seminários, colóquios, saraus literários,encontro com autores, rodas de leitura, contação de histórias, oficinas de produção textual, entre outras dessa natureza. Mais informações em: http://www.cultura.gov.br/site/2010/10/26/edital-procultura-para-programacao-cultural-de-livrarias/ .................................................................................................................................................

Opinião:

‘O PIG alerta: - A aldeia corre perigo!’

Roberta Martins*

Para quem mora no Rio é quase inevitável ler o Jornal O Globo, afinal há poucos jornais em circulação na cidade. Sabidamente, o diário é um exemplar do que alcunhamos como PIG - Partido da Imprensa Golpista, com suas capas tendenciosas, matérias truncadas e opiniões que nada têm de imparciais. O que, aliás, não existe meus caros. Afinal, não há Imprensa sem Opinião, pelo simples fato de que não há palavra, sem significado. E, se leio o jornalão, também, leio seus colunistas e reflito sobre suas opiniões. Um deles, invariavelmente me causa espécie: Merval Pereira.

O colunista, morador das primeiras páginas do diário, em uma de suas colunas, a de 3 de novembro, faz uma análise desse primeiro momento pós-eleição em que se monta a equipe de transição governamental. E ‘mete a colher’, defendendo uma de suas teses preferidas. Cuidado! O PT vai dominar o país com seus quadros, sua militância e seu modo petista de ser hegemonista.

Após a leitura e uma xícara de café, lembrei de um clássico do humor ilustrado: A Cizânia, uma publicação francesa de 1970, dos geniais Uderzo e Goscinny. Para quem não conhece, eles são os criadores do herói Asterix, e suas histórias giram entorno da resistência de uma pequena aldeia gaulesa à invasão romana. No episódio A Cizânia, a história é basicamente essa: Júlio César, o poderoso Imperador, cansado de ver suas tropas derrotadas pela poção mágica dos gauleses, decide utilizar-se de uma arma secreta: Tullius Detritus, o criador de Cizânia. Seu objetivo é destruir a união de Asterix e dos aldeões criando intrigas e infâmias, para assim poder derrotá-los. A estratégia de Detritus passa por valorizar Asterix em detrimento de Abracourcix, e em seguida convencer os gauleses de que o seu herói vendeu a poção mágica aos romanos. Assim, a intriga e a desconfiança começam a minar a unidade da aldeia.
Em suas colunas, o Colunista do Jornal O Globo se assemelha muito a Detritus ao tentar semear a discórdia (às ordens do PIG) através de estratagemas e fazer com que os aliados abandonem a defesa dos interesses da aldeia. Além disso, como um personagem da história, grita e alerta: - A aldeia corre perigo!

Mas, qual o perigo? Contra que é o alerta? A prioridade dada às políticas sociais de integração de milhões de brasileiros pobres? Ao projeto macroeconômico que dá base a estabilidade política? Ao fortalecimento do projeto democrático representado por um processo eleitoral sem violência ou ameaças?

Acredito que o alerta de perigo esteja no modo que Dilma Rousseff marcará seu governo, qual será a sua identidade e o que será a prioridade da agenda governamental possibilitada por uma base parlamentar segura, que possibilitará avançar nas reformas prometidas: a política, a fiscal e a agrária. O perigo, meus caros, na mais é de que sejam resgatados, o perfil original e as propostas do PT. O perigo para o Colunista, representante do PIG é a defesa da Aldeia!

E mais uma vez, relembro a história de Asterix. Para reforçar a unidade da aldeia, depois de algumas arapucas acontece um grande combate entre os romanos e os gauleses. Adivinhem quem sai vitorioso?

* Roberta Martins é da direção do CPC Aracy de Almeida betaneguinha@gmail.com
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Notas:

I: Dica da Diana Aragão:

O grupo Os Sonâmbulos formado pelos cantores e compositores Edu Kneip, Sergio Krakowski e Thiago Amud continuam com suas apresentações no Semente toda terça-feira contando com a luxuosa participação da cantora Mariana Baltar. O show começa às 21h30m e o Semente fica na Rua Joaquim Silva 138, Lapa.

II: O Cinema negro nas salas do Rio

Começou no último dia 08, com a projeção do premiado longa “Bróder” de Jeferson Dê e segue até o dia 14 de novembro, no Rio de Janeiro o IV Encontro de Cinema Negro Brasil, África & Caribe. O evento em sua quarta edição é uma realização do Centro Afro Carioca de Cinema que agrega vários profissionais capitaneados pelo bravo ator e cineasta Zózimo Bubul.

Este ano o homenageado é o Senegal, país localizado a oeste da África, que tem muito a nos ensinar, afinal, investe nas artes e na educação cerca de 40% de seu PIB. E apesar de ser um país de dimensão territorial pequena representa um importante papel no continente africano, o que se reflete na importância de Dakar na diplomacia africana.

A programação do Encontro, contempla produções em curtas, médias e longas-metragens, oficinas e debates envolvendo realizadores de cinema e promotores da cultura de vários países: Brasil, Guadalupe, Haiti, Cuba, Costa do Marfim, África do Sul, Cabo Verde, Senegal e Chade.

Imperdível é a exibição do filme “Um homem que grita”, ganhador do prêmio do júri do 63º Festival de Cannes do diretor Mahamat-Saleh Haroun. Além da qualidade do filme atestado pela conquista do prêmio, destaca-se o fato de que o diretor, ganhador de vários prêmios ao longo de sua trajetória cinematográfica é o único cineasta de longas-metragens do Chade.

Essa é uma boa oportunidade para refletirmos sobre a diáspora negra, a promoção e a produção cultural negra e também sobre nossa identidade, afinal ... Quem não se vê, não se reconhece, quem não se reconhece, não se identifica.
Mais informações, acesse o site: http://afrocariocadecinema.org.br/ ou http://www.encontrodecinemanegro.com.br/
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III: Petrópolis faz a sua Semana da Consciência Negra e tem participação de membros e amigos do CPC

A cidade serrana tem entre os dias 15 e 20/11 a sua semana em torno das homenagens ao herói Zumbi e a toda a cultura afro-brasileira, e nós do CPC teremos uma participação neste processo, uma vez que contribuímos com sugestões e nomes para a organização desta.

Para comemorar o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a
Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis programou diversas atividades, no Centro de
Cultura Raul de Leoni e na Praça da Liberdade. Serão apresentações de danças
, música, teatro, cinema e muito mais, GRATUITAMENTE, para o
público conhecer e se deliciar com a cultura das raízes africanas.

Segue abaixo a programação que nos inclui e informações sobre o todo, em www.petropolis.rj.gov.br

De: 16 a 19/11 – Terça a sexta-feira, às 19h - Semana de Filmes – Consciência Negra
no Cine Humberto Mauro – Centro de Cultura Raul de Leoni

Terça-feira: 16/11 – exibição de Besouro - O Filme - Direção: João Daniel Tikhomiroff, abordando o universo da capoeira através do personagem mítico, seguido de debate com Roberta Martins, membro do CPC Aracy de Almeida.

Quarta-feira: 17/11 – exibição do filme Rap de Saia e Re-Visão – sobre a presença das mulheres no movimento hip-hop, seguido de debate com a diretora do filme, Janaína Oliveira, mais conhecida no meio como Re.Fem (de Revolta Feminina).

Quinta-feira: 18/11- exibição do filme Jongo da Serrinha - Um Tributo ao Mestre Darcy - Direção: Beatriz Paiva, seguido de debate com Lucio Sanfilippo, cantor, jornalista, professor e pesquisador de jongo e outras manifestações da cultura afro-brasileira e membro do CPC Aracy de Almeida.


Sexta-feira: 19/11 – exibição do filme Gisèle Omindarewa - Direção: Clarice Ehlers Peixoto, seguido de debate com Sueli Nascimento, roteirista, montadora e produtora do filme que conta a história da francesa, mulher de diplomata que virou Iyalorixá (Mãe de Santo) em Raiz da Serra, Duque de Caxias.
E finalizando a semana, 20/11 - Sábado, às 11h, na Praça da Liberdade, Homenagem ao herói Zumbi dos Palmares, no busto deste, no meio da praça.
11h30 - Grupo Musical Razões Africanas e Roda de Jongo: Criado pelas cantoras do Jongo da Serrinha, e com a participação de Lucio Sanfilippo com
um repertório composto de afoxés, jongos, sambas, cocos, sembas, maracatus,
canções em línguas africanas, alujás, aguerés, ilus etc., o Razões Africanas
inaugura um marco de referência para a formação da identidade cultural
brasileira.
14h - Grupo Puro Pecado – samba e pagode.
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IV: Centenário do cartunista, caricaturista e compositor Nássara – por Luiz Pimentel

Conhecido também como cartunista e caricaturista de fino traço, Antonio Gabriel Nássara, autor (juntamente com Haroldo Lobo) da imbatível marchinha Alá-lá-ô (ô-ô-ô-ô, mas que calor, ô-ô-ô-ô), nasceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de novembro de 1910. Portanto, este é o ano do seu centenário! Neste ano de tantos centenários na MPB, quase que o seu ficou esquecido (...).

Em homenagem ao centenário do grande Nássara (11/11/2010), enviamos um link de uma artigo de nosso querido Luiz Pimentel, editor da Agenda e da Revista da Música Brasileira, acessem:

http://www.revistamusicabrasileira.com.br/memoria/nassara-o-centenario-e-uma-historinha-de-parceria

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V: O Pontão de Cultura Preto Ghóez Juventude Digital, que é coordenado pelo Movimento Enraizados realiza oficinas em áudio, vídeo, produção gráfica, vídeorreportagem e metareciclagem aos Pontos de Cultura do estado do Rio de Janeiro e demais interessados na área.

Já são seis meses de projeto funcionando com mais de 30 instituições atendidas – entre Pontos de Cultura e Organizações Locais, tendo participado mais de 130 pessoas durante o período.

Esse mês de novembro abrem novas turmas de oficinas gratuitas. Mais informações no site: http://www.enraizados.org.br/pontao
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VI: Nosso amigo produtor cultural Ricardo de Moraes, convida para a Exibição do vídeo: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AGENDA 21 ESCOLAR - Construindo o espaço da cidadania, Direção e roteiro: Jacqueline Bento e Produção do próprio Ricardo de Moraes em uma realização: Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnologia - Campus Nilópolis – Rio de Janeiro /Apoio: TV CEFET/RJ. Após a exibição acontecerá o debate: Transversalidade, uso de novas mídias e ensino de ciências com a diretora Jacqueline Bento Marques Pereira e Tiago Monteiro. Será nesta quinta-feira, 11 de novembro, às 10:30h
IFRJ – Campus Nilópolis - Rua Lúcio Tavares, 1045.

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VII: Curso GRATUITO de Extensão em História e Cinema na UFRJ :

O curso de Extensão em História e Cinema no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS, da UFRJ está no terceiro módulo, mas por ser organizado em partes independentes possibilita a entrada de novos alunos a cada módulo, mesmo sem ter freqüentado os anteriores. Nesse período próximo, entre os palestrantes o cineasta Silvio Tendler (13/11). As aulas serão acontecem no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (IFCS), no Largo de São Francisco, nº 1 – Centro – Rio de Janeiro aos sábado a partir das 9:30 h.
Mais informações: cursoufrj.historiaecinema@gmail.com
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VIII: Rodas de Cultura Popular em Madureira

Na Semana da Consciência Negra, outra boa dica acontecerá na quinta-feira: 18/11 - A Cia de Aruanda e a União Jongueira da Serrinha convidam a todos para participar da primeira de muitas Rodas de Cultura Popular em Madureira, a partir das 19:30h Sob o viaduto Negrão de Lima(Praça das Mães). Salve o jongo, salve a cultura popular brasileira!
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IX: Cia Marginal em curta temporada no Teatro Glauce Rocha

A Cia Marginal, grupo de teatro formado por jovens atores moradores da Maré, está em curta temporada no Teatro Glauce Rocha com o espetáculo ‘Qual é a nossa cara?’, compondo a programação do 'Território de Pertencimento' – projeto do grupo Teatro de Anônimo para ocupação do Glauce Rocha entre outubro e dezembro de 2010.

O espetáculo ‘Qual é a nossa cara?’ foi criado em 2007 com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz e, fora uma apresentação isolada em 2008 na Fundição Progresso, essa é a primeira vez que a peça fica em temporada em um teatro fora da Maré. ‘Qual é a nossa cara?’ trata da memória de certos moradores da comunidade Nova Holanda (Maré, Rio de Janeiro), entre eles os próprios atores que atuam no espetáculo. A pesquisa de campo que motivou a sua criação, deu origem a células dramatúrgicas híbridas, que transitam da composição de personagens baseada nas entrevistas realizadas, passando pela recriação onírica das histórias contadas pelos moradores, à depoimentos pessoais dos próprios atores, o que faz do espetáculo um jogo onde a ficção estabelece um diálogo contínuo com a realidade.

A Cia Marginal desenvolve suas atividades há cinco anos em parceria com a Redes de Desenvolvimento da Maré, realizando, permanentemente, ações voltadas para a democratização do seu método de trabalho (oficinas teatrais oferecidas para jovens da comunidade) e para a difusão do seu repertório.

O espetáculo “Qual é a nossa cara?”, tem a direção: Isabel Penoni e no elenco os atores: Diogo Vitor, Geandra Nobre, Jaqueline Andrade, Priscilla Andrade, Rodrigo Souza e Wallace Lino. E estará em cartaz nos próximos sábados, 13 e 20 de novembro, às 19h, com ingressos: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia).

O Teatro Glauce Rocha, da Funarte/Ministério da Cultura, fica na Av Rio Branco 179, Centro – Tel.: 22200259 e a bilheteria aberta a partir das 14h, de terça a sábado
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